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Pragmática e não cooperaçãoFujihara, Álvaro Kasuaki January 2016 (has links)
Orientador : José Borges Neto / Coorientador : Marcelo Dascal / Tese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa: Curitiba, 31/03/2016 / Inclui referências : f.164-174 / Área de concentração / Resumo: As situações comunicativas cooperativas têm sido consideradas como o caso "normal" por boa parte das teorias pragmáticas contemporâneas - herdeiras, em maior ou menor grau, da aposta, feita por Grice em seu modelo fundador, de que há uma profunda relação entre a lógica da conversação e a cooperatividade. Contudo, muito embora seja difícil imaginar a existência da comunicação na ausência de ao menos um mínimo de cooperação, há uma gama considerável de situações que podem tender mais à competição que propriamente à cooperação. Interrogatórios, discussões, controvérsias científicas e mesmo situações lúdicas como a resolução de charadas constituem alguns exemplos de tais situações - e é sobre esses casos que esta tese se debruça. Poucos e recentes são os trabalhos que tratam dessa questão. Os que o fazem, contudo, tomam sistematicamente como ponto de partida a suposta falha do modelo griceano em lidar com tais situações. Conforme argumentam alguns (e.g. Asher & Lascarides, 2013; Franke, Jäger & van Rooij, 2009; Oswald, 2010), na ausência de adesão ao Princípio da Cooperação, o sistema griceano deveria entrar numa espécie de colapso, em que não seria possível derivar quaisquer implicaturas. Este trabalho se propõe a demonstrar que não só a lógica conversacional como entendida por Grice é capaz de lidar com tais casos, como também o faz sem necessitar de grandes alterações em seu arcabouço teórico. Conforme argumentado ao longo do trabalho, através de um refinamento de noções como a de o que é requerido, propósito mutuamente aceito ou direção da conversa e da assunção de diferentes tipos de cooperação (básica, locucionária e perlocucionária), mais a hipótese de que, na ausência de adesão ao PC, os falantes produzem e interpretam suas contribuições por meio de um mecanismo contrafactual, é perfeitamente possível lidar com essas situações - de um modo inclusive bastante parcimonioso. Finalmente, com todos os riscos que tal movimento implica, este trabalho procura estender a discussão sobre a não cooperação para diversos problemas, variando desde discursos humorísticos até controvérsias científicas, passando por questões da teoria da indiretividade e da fronteira entre semântica e pragmática, tendo-se em vista uma análise da recente controvérsia acerca das implicaturas escalares. Palavras-chave: pragmática; não cooperação; Grice; máximas conversacionais; controvérsias científicas; implicaturas escalares; fronteira entre semântica e pragmática; Teoria dos Jogos; / Abstract: The cooperative communicative situations have been considered the "normal" case by a great part of the contemporary pragmatic theories - heirs, to a greater or lesser extent, of the gamble, made by Grice in his founding model, that there is a deep relation between the logic of conversation and cooperation. Nevertheless, although it may be difficult to imagine the existence of communication in the absence of at least a bare minimum of cooperation, there is a wide range of situations that are closer to competition than to cooperation. Interrogatories, discussions, cientific controversies and even ludic situations as puzzle solving constitue examples of such situations - and it is those cases this work adresses. There are only a few recent works that adress this topic. Those who do however, sistematically take as a starting point the supposed failure of the Gricean model in dealing with such situations. As
argued by some authors (e.g. Asher & Lascarides, 2013; Franke, Jäger & van Rooij, 2009; Oswald, 2010), in the absence of adherence to the Cooperative Principle, the Gricean system should colapse, making impossible to derive implicatures. This work intends to demonstrate that not only can the logic of conversation as understood by Grice deal with such cases, but also can do so with very little modifications in its theoretical framework. As argued throughout this work, through the refinement of notions such as what is required, the mutual accepted purpose or direction of the talk and the assumption of different kinds of cooperation (basic, locutionary and perlocutionary), plus the hypothesis that, in the absence of adherence to the Cooperative Principle, speakers produce and interpret their contributions counterfactually, it is perfectly possible to deal with these situations - even in a very parcimonious way. Lastly, with all the risks implied by such a movement, this work tries to extend the discussion about non cooperation to a wide range of problems, varying from humoristic discourses to scientific controversies and questions about the theory of indirectness and the border between semantics and pragmatics, considering an analisys of the recent controversy concerning scalar implicatures. Key-words: pragmatics; non cooperation; Grice; conversational maxims; scientific controversies; scalar implicatures; border between semantics and pragmatics; Game Theory;
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