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Grupo terapêutico projetos de vida: contribuições no cotidiano de mulheres portadoras de transtornos mentais

Moema Luzia Barros de Moura 02 June 2016 (has links)
A questão que permeou este trabalho de tese consistiu em interrogar em que medida os grupos terapêuticos Projetos de Vida, oferecido às mulheres em sofrimento psíquico, dão suporte à sua (re) inserção social, sobretudo no que diz respeito à vida laborativa. Os referenciais teóricos adotados para a contextualização desta temática abrangeram as determinações do Ministério da Saúde quanto à perspectiva psicossocial dos atendimentos aos usuários dos CAPS e as elaborações teóricas de Hannah Arendt sobre ação humana no contexto da vida ativa. Este trabalho teve como objetivo compreender como as usuárias dos CAPS de transtorno mental de Recife-PE experienciam os grupos terapêuticos Projetos de Vida e de que modo tais experiências repercutem no seu viver cotidiano. Teve como objetivos específicos: descrever o trabalho realizado no grupo; contextualizar o ambiente sociofamiliar e laborativo vivenciado pelas usuárias participantes da pesquisa; descrever a experiência prática cotidiana das usuárias a partir das vivências nesse grupo e a repercussão no seu cotidiano. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujas narrativas foram realizadas através de entrevista aberta, questionário sociodemográfico e consulta a documentos (prontuários e livro de registro de grupos). Para a compreensão das entrevistas, utilizou-se o Interpretativismo de Wilhelm Dilthey, buscando-se compreender os sentidos dados a estes grupos terapêuticos em suas vidas laborativas. No processo de desvelamento, os relatos obtidos abrangeram aspectos comportamentais e emocionais, com destaque a: melhor preparação e conscientização para a convivência sociofamiliar; melhorias no âmbito pessoal de bem-estar e sentimentos de acolhimento, valorização e oportunização de conforto e segurança emocional no convívio interpessoal. Houve, também, relatos de que as vivências contribuíram para o retorno à vida laborativa profissional e para o fornecimento do resgate da reabilitação e reinserção social. As narrativas indicam, ainda, que a maioria dos processos interventivos realizados nos referidos grupos é voltada para o estímulo e incentivo a outros aspectos da vida, que não o laborativo, com destaque para o enfrentamento ao estigma da doença mental e a autoconfiança para a reinserção social. Os relatos sobre as abordagens terapêuticas mencionam um razoável espectro de recursos técnicos para o alcance do que se propõe: discussões temáticas sobre saúde e doença mental; reflexões sobre comportamento; passeios terapêuticos e emprego de artes. Os desejos manifestos se voltam para pretensões de retomada de atividades e aquisição de novos projetos, o que reflete a mudança no papel social da mulher na contemporaneidade. Sobretudo, as narrativas apresentadas corroboram a importância do cuidado às pessoas em sofrimento psíquico, bem como reafirmam o pressuposto de Hannah Arendt sobre vida ativa, qual seja, a ação humana torna-se sem sentido se não for voltada para alguma forma de realização. / The question that pervaded this thesis was to examine to what extent the therapeutic groups Life Projects, offered to women in psychological distress, give support to their social (re) integration, particularly with regard to the working lives. The theoretical framework adopted to the contextualization of this thematic covered the determinations of the Ministry of Health regarding the psychosocial perspective of care to users of CAPS and the Hannah Arendt theoretical elaborations on human action in the context of active life. This study aimed to understand how users of mental disorder CAPS in Recife-PE experience the therapeutic groups Life Project and how such experiences impacting their daily lives. The project has as specific objectives: to describe the work realized in the group; contextualize the social-family and occupational environment experienced by the women participating users of research; describe the everyday practical experience of users from the experiences in this group and how it impacted on their daily lives. This is a qualitative research, whose narratives were made through open interview, sociodemographic questionnaire and consultation documents (records and group record book). For understanding the interviews, it was used the Wilhelm Dilthey interpretivism, seeking to understand the meanings given to these therapeutic groups in their occupational lives. In the process of unveiling, the obtained reports covered behavioral and emotional aspects, especially to: better preparation and awareness of the social-family conviviality; improvements in the personal level of welfare and feelings of acceptance, appreciation and facilitation of comfort and emotional security in interpersonal living. There were also reports that the experiences contributed to the return to professional working lives and for the supply of the rescue of rehabilitation and social reintegration. The narratives also show that most interventional procedures performed in these groups is aimed at stimulating and encouraging other aspects of life, excluding the working lives, especially to face the stigma of mental illness and the self-confidence for the social reintegration. The reports on the therapeutic approaches mention a reasonable range of technical resources for the achievement of what is proposed: thematic discussions on health and mental illness; reflections on behavior; therapeutic riding and arts application. The manifested desires turn to intending of the recovery of activities and acquisition of new projects, which reflects the change in women's social role in contemporary society. Above all, the narratives presented corroborate the importance of caring for people in psychological distress and reaffirm the Hannah Arendt assumption on active life, namely, human action becomes meaningless if it is not directed to any embodiment.
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Grupo terapêutico projetos de vida: contribuições no cotidiano de mulheres portadoras de transtornos mentais

Moura, Moema Luzia Barros de 02 June 2016 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:29:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 moema_luzia_barros_moura.pdf: 819033 bytes, checksum: 5936dd6d2174a801c37418e648851d88 (MD5) Previous issue date: 2016-06-02 / The question that pervaded this thesis was to examine to what extent the therapeutic groups Life Projects, offered to women in psychological distress, give support to their social (re) integration, particularly with regard to the working lives. The theoretical framework adopted to the contextualization of this thematic covered the determinations of the Ministry of Health regarding the psychosocial perspective of care to users of CAPS and the Hannah Arendt theoretical elaborations on human action in the context of active life. This study aimed to understand how users of mental disorder CAPS in Recife-PE experience the therapeutic groups Life Project and how such experiences impacting their daily lives. The project has as specific objectives: to describe the work realized in the group; contextualize the social-family and occupational environment experienced by the women participating users of research; describe the everyday practical experience of users from the experiences in this group and how it impacted on their daily lives. This is a qualitative research, whose narratives were made through open interview, sociodemographic questionnaire and consultation documents (records and group record book). For understanding the interviews, it was used the Wilhelm Dilthey interpretivism, seeking to understand the meanings given to these therapeutic groups in their occupational lives. In the process of unveiling, the obtained reports covered behavioral and emotional aspects, especially to: better preparation and awareness of the social-family conviviality; improvements in the personal level of welfare and feelings of acceptance, appreciation and facilitation of comfort and emotional security in interpersonal living. There were also reports that the experiences contributed to the return to professional working lives and for the supply of the rescue of rehabilitation and social reintegration. The narratives also show that most interventional procedures performed in these groups is aimed at stimulating and encouraging other aspects of life, excluding the working lives, especially to face the stigma of mental illness and the self-confidence for the social reintegration. The reports on the therapeutic approaches mention a reasonable range of technical resources for the achievement of what is proposed: thematic discussions on health and mental illness; reflections on behavior; therapeutic riding and arts application. The manifested desires turn to intending of the recovery of activities and acquisition of new projects, which reflects the change in women's social role in contemporary society. Above all, the narratives presented corroborate the importance of caring for people in psychological distress and reaffirm the Hannah Arendt assumption on active life, namely, human action becomes meaningless if it is not directed to any embodiment. / A questão que permeou este trabalho de tese consistiu em interrogar em que medida os grupos terapêuticos Projetos de Vida, oferecido às mulheres em sofrimento psíquico, dão suporte à sua (re) inserção social, sobretudo no que diz respeito à vida laborativa. Os referenciais teóricos adotados para a contextualização desta temática abrangeram as determinações do Ministério da Saúde quanto à perspectiva psicossocial dos atendimentos aos usuários dos CAPS e as elaborações teóricas de Hannah Arendt sobre ação humana no contexto da vida ativa. Este trabalho teve como objetivo compreender como as usuárias dos CAPS de transtorno mental de Recife-PE experienciam os grupos terapêuticos Projetos de Vida e de que modo tais experiências repercutem no seu viver cotidiano. Teve como objetivos específicos: descrever o trabalho realizado no grupo; contextualizar o ambiente sociofamiliar e laborativo vivenciado pelas usuárias participantes da pesquisa; descrever a experiência prática cotidiana das usuárias a partir das vivências nesse grupo e a repercussão no seu cotidiano. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cujas narrativas foram realizadas através de entrevista aberta, questionário sociodemográfico e consulta a documentos (prontuários e livro de registro de grupos). Para a compreensão das entrevistas, utilizou-se o Interpretativismo de Wilhelm Dilthey, buscando-se compreender os sentidos dados a estes grupos terapêuticos em suas vidas laborativas. No processo de desvelamento, os relatos obtidos abrangeram aspectos comportamentais e emocionais, com destaque a: melhor preparação e conscientização para a convivência sociofamiliar; melhorias no âmbito pessoal de bem-estar e sentimentos de acolhimento, valorização e oportunização de conforto e segurança emocional no convívio interpessoal. Houve, também, relatos de que as vivências contribuíram para o retorno à vida laborativa profissional e para o fornecimento do resgate da reabilitação e reinserção social. As narrativas indicam, ainda, que a maioria dos processos interventivos realizados nos referidos grupos é voltada para o estímulo e incentivo a outros aspectos da vida, que não o laborativo, com destaque para o enfrentamento ao estigma da doença mental e a autoconfiança para a reinserção social. Os relatos sobre as abordagens terapêuticas mencionam um razoável espectro de recursos técnicos para o alcance do que se propõe: discussões temáticas sobre saúde e doença mental; reflexões sobre comportamento; passeios terapêuticos e emprego de artes. Os desejos manifestos se voltam para pretensões de retomada de atividades e aquisição de novos projetos, o que reflete a mudança no papel social da mulher na contemporaneidade. Sobretudo, as narrativas apresentadas corroboram a importância do cuidado às pessoas em sofrimento psíquico, bem como reafirmam o pressuposto de Hannah Arendt sobre vida ativa, qual seja, a ação humana torna-se sem sentido se não for voltada para alguma forma de realização.
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Intervenções artística e transtornos psíquicos: possibilidades de diálogos

Ana Elizabeth Lisboa Nogueira Cavalcanti 20 December 2013 (has links)
A arte tem sido apontada como um possível instrumento no tratamento terapêutico de pacientes acometidos de transtornos psíquicos, na medida em que pode desencadear emoções e sentimentos represados no consciente e no inconsciente. Um instrumento que pode despertar subjetividades. Esta tese foi desenvolvida através de uma Residência Artística com pacientes adultos, de ambos os sexos, acometidos de transtornos psíquicos, internados no Hospital Ulysses Pernambucano (HUP) e que frequentavam o Centro de Atividades Terapêuticas (CAT), cujo objetivo é acolher os pacientes e estimular as várias linguagens artísticas. Para tanto, intencionamos, através da Residência Artística, identificar o uso da arte como dispositivo clínico de expressão de subjetividades para pessoas com transtornos psíquicos, com vistas à proposição desta modalidade de tratamento para esses pacientes. O método utilizado foi o cartográfico, adequado para pesquisa de campo visando o estudo de subjetividades. Também foi elaborado um Diário de Campo com o intuito de registrar o passo-a-passo da Residência Artística, do primeiro ao último momento. Fotografias e gravações foram realizadas e, neste último caso, transcrito o seu conteúdo para subsidiar a pesquisa, sendo as informações incluídas no Diário de Campo. A Residência Artística constou de sessões de pintura e desenho, três vezes por semana, no período de setembro de 2011 a maio de 2012, com participação inteiramente voluntária dos pacientes. Foram montados dois cavaletes itinerantes, inicialmente colocados na sala do CAT, sendo transferidos posteriormente para o pátio da instituição. A princípio tímidos e curiosos, os pacientes foram se chegando pouco a pouco, pintavam e desenhavam os motivos que desejavam, utilizando tintas, pinceis, lápis, madeira, papel e tecidos. Concomitante à realização das experiências artísticas, alguns dançavam, cantavam, reclamavam, contavam histórias, escreviam, xingavam, enfim, expressavam as mais diferentes maneiras de ser e estar naquele lugar; emoções represadas que iam sendo destravadas. Uma rica interação artística e interpessoal foi formada, fortes laços de amizade, confiança, motivação, companheirismo, amor. Enquanto pintavam, os pacientes conversavam sobre seus anseios, tristezas, experiências de vida, fatos e acontecimentos significantes para eles, dando contorno à palavra pela arte e à arte pela palavra aos seus diferentes estados de ser. O trabalho artístico resultou em um total de 14 telas pintadas com tinta acrílica, tamanho 2,0x1,60, abordando motivos diversos; foi realizada uma instalação de parede com madeiras pintadas, bem como jogos em madeira, diversos desenhos sobre papel. Os resultados indicam uma sensível mudança no estado psíquico dos pacientes, interação com a equipe de arte/educação, criando laços de amizade e ajuda mútua. Ficou evidente uma melhoria substancial nas atitudes, na motivação e no comportamento de muitos pacientes, denotando que a arte pode ser um importante instrumento como coadjuvante no tratamento desses pacientes. Além disso, a experiência vivida possibilitou ampliar o olhar acerca da dinâmica institucional, sob a ótica das dificuldades enfrentadas para continuar a exercer sua missão, e as modificações necessárias em direção a uma reforma psiquiátrica não excludente, voltada à dignidade de todo ser humano, independente de seus estados de ser. / The art has been implicated as a possible therapeutic tool in the treatment of patients suffering from mental disorders in that it can trigger emotions and feelings repressed in the conscious and in the unconscious. An instrument that can arouse subjectivities. This thesis work was developed through an Artistic Residency with adult patients of both sexes, suffering from mental disorders, internee in the Ulysses Pernambucano Hospital (HUP) and attending the Therapeutic Activities Center (CAT), whose goal is to host patients and stimulate the various artistic languages. To this end, we intend, through the artistic residency, identify the use of art as a clinical device of subjectivities expression for people with mental disorders, with a view to proposing this treatment modality for these patients. The method used was the cartographic, suitable for the fieldwork that aims study subjectivities. It has also produced a Field Journal in order to register the step-by-step of the Artistic Residency, from first to last moment. Photographs and recordings were made and, in the latter case, transcribed its contents to subsidize the research, and its informations included in the Field Journal. The Artistic Residency consisted of painting and drawing sessions, three times a week, from September 2011 to May 2012, with entirely voluntary participation of patients. Two roving easels were built, initially placed in the CAT room, being transferred later to the courtyard of the institution. At first shy and curious, patients were coming up slowly, painted and sketched the reasons they wanted, using paints, brushes, pencils, wood, paper and fabrics. Concomitant with the realization of artistic experiences, some danced, sang, complained, told stories, wrote, cursed, finally, at long last, they expressed the most different ways of being and living in that place; repressed emotions that were being unlocked. A rich artistic and interpersonal interaction was formed, strong bonds of friendship, trust, motivation, companionship, love. While they painted, patients talk about their anxieties, sorrows, life experiences, facts and events significant to them, giving contour to the word by art and art by the word of their different "states of being". The artwork resulted in a total of 14 screens painted with acrylic paint, size 2,0 x 1,60 , addressing various reasons; a wall installation made of painted wood was done, games in wood, several drawings on paper were performed. The results indicate a significant change in mental status of patients, interaction with the art/education team, creating bonds of friendship and mutual aid. It was evident a substantial improvement in attitudes, motivation and behavior of many patients, showing that art can be an important tool as an adjunct in the treatment of these patients. Moreover, the lived experience abled broaden perspectives on institutional dynamics, from the perspective of the difficulties faced in continuing to pursue its mission, and the necessary changes toward a psychiatric reform nonexclusive, facing the dignity of every human being, regardless of their state of being.
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Intervenções artística e transtornos psíquicos: possibilidades de diálogos

Cavalcanti, Ana Elizabeth Lisboa Nogueira 20 December 2013 (has links)
Made available in DSpace on 2017-06-01T18:29:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 ana_elizabeth_lisboa_cavalcanti.pdf: 35306573 bytes, checksum: c027a193982cbd18452e080f17330ded (MD5) Previous issue date: 2013-12-20 / The art has been implicated as a possible therapeutic tool in the treatment of patients suffering from mental disorders in that it can trigger emotions and feelings repressed in the conscious and in the unconscious. An instrument that can arouse subjectivities. This thesis work was developed through an Artistic Residency with adult patients of both sexes, suffering from mental disorders, internee in the Ulysses Pernambucano Hospital (HUP) and attending the Therapeutic Activities Center (CAT), whose goal is to host patients and stimulate the various artistic languages. To this end, we intend, through the artistic residency, identify the use of art as a clinical device of subjectivities expression for people with mental disorders, with a view to proposing this treatment modality for these patients. The method used was the cartographic, suitable for the fieldwork that aims study subjectivities. It has also produced a Field Journal in order to register the step-by-step of the Artistic Residency, from first to last moment. Photographs and recordings were made and, in the latter case, transcribed its contents to subsidize the research, and its informations included in the Field Journal. The Artistic Residency consisted of painting and drawing sessions, three times a week, from September 2011 to May 2012, with entirely voluntary participation of patients. Two roving easels were built, initially placed in the CAT room, being transferred later to the courtyard of the institution. At first shy and curious, patients were coming up slowly, painted and sketched the reasons they wanted, using paints, brushes, pencils, wood, paper and fabrics. Concomitant with the realization of artistic experiences, some danced, sang, complained, told stories, wrote, cursed, finally, at long last, they expressed the most different ways of being and living in that place; repressed emotions that were being unlocked. A rich artistic and interpersonal interaction was formed, strong bonds of friendship, trust, motivation, companionship, love. While they painted, patients talk about their anxieties, sorrows, life experiences, facts and events significant to them, giving contour to the word by art and art by the word of their different "states of being". The artwork resulted in a total of 14 screens painted with acrylic paint, size 2,0 x 1,60 , addressing various reasons; a wall installation made of painted wood was done, games in wood, several drawings on paper were performed. The results indicate a significant change in mental status of patients, interaction with the art/education team, creating bonds of friendship and mutual aid. It was evident a substantial improvement in attitudes, motivation and behavior of many patients, showing that art can be an important tool as an adjunct in the treatment of these patients. Moreover, the lived experience abled broaden perspectives on institutional dynamics, from the perspective of the difficulties faced in continuing to pursue its mission, and the necessary changes toward a psychiatric reform nonexclusive, facing the dignity of every human being, regardless of their state of being. / A arte tem sido apontada como um possível instrumento no tratamento terapêutico de pacientes acometidos de transtornos psíquicos, na medida em que pode desencadear emoções e sentimentos represados no consciente e no inconsciente. Um instrumento que pode despertar subjetividades. Esta tese foi desenvolvida através de uma Residência Artística com pacientes adultos, de ambos os sexos, acometidos de transtornos psíquicos, internados no Hospital Ulysses Pernambucano (HUP) e que frequentavam o Centro de Atividades Terapêuticas (CAT), cujo objetivo é acolher os pacientes e estimular as várias linguagens artísticas. Para tanto, intencionamos, através da Residência Artística, identificar o uso da arte como dispositivo clínico de expressão de subjetividades para pessoas com transtornos psíquicos, com vistas à proposição desta modalidade de tratamento para esses pacientes. O método utilizado foi o cartográfico, adequado para pesquisa de campo visando o estudo de subjetividades. Também foi elaborado um Diário de Campo com o intuito de registrar o passo-a-passo da Residência Artística, do primeiro ao último momento. Fotografias e gravações foram realizadas e, neste último caso, transcrito o seu conteúdo para subsidiar a pesquisa, sendo as informações incluídas no Diário de Campo. A Residência Artística constou de sessões de pintura e desenho, três vezes por semana, no período de setembro de 2011 a maio de 2012, com participação inteiramente voluntária dos pacientes. Foram montados dois cavaletes itinerantes, inicialmente colocados na sala do CAT, sendo transferidos posteriormente para o pátio da instituição. A princípio tímidos e curiosos, os pacientes foram se chegando pouco a pouco, pintavam e desenhavam os motivos que desejavam, utilizando tintas, pinceis, lápis, madeira, papel e tecidos. Concomitante à realização das experiências artísticas, alguns dançavam, cantavam, reclamavam, contavam histórias, escreviam, xingavam, enfim, expressavam as mais diferentes maneiras de ser e estar naquele lugar; emoções represadas que iam sendo destravadas. Uma rica interação artística e interpessoal foi formada, fortes laços de amizade, confiança, motivação, companheirismo, amor. Enquanto pintavam, os pacientes conversavam sobre seus anseios, tristezas, experiências de vida, fatos e acontecimentos significantes para eles, dando contorno à palavra pela arte e à arte pela palavra aos seus diferentes estados de ser . O trabalho artístico resultou em um total de 14 telas pintadas com tinta acrílica, tamanho 2,0x1,60, abordando motivos diversos; foi realizada uma instalação de parede com madeiras pintadas, bem como jogos em madeira, diversos desenhos sobre papel. Os resultados indicam uma sensível mudança no estado psíquico dos pacientes, interação com a equipe de arte/educação, criando laços de amizade e ajuda mútua. Ficou evidente uma melhoria substancial nas atitudes, na motivação e no comportamento de muitos pacientes, denotando que a arte pode ser um importante instrumento como coadjuvante no tratamento desses pacientes. Além disso, a experiência vivida possibilitou ampliar o olhar acerca da dinâmica institucional, sob a ótica das dificuldades enfrentadas para continuar a exercer sua missão, e as modificações necessárias em direção a uma reforma psiquiátrica não excludente, voltada à dignidade de todo ser humano, independente de seus estados de ser.

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