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Estudos morfotectônicos aplicados à planície costeira do Rio Grande do Sul e adjacências

Fonseca, Vanildo Pereira da January 2005 (has links)
A Província Costeira do Rio Grande do Sul representa a porção emersa da Bacia de Pelotas, uma bacia marginal da Plataforma Sul Americana desenvolvida em resposta aos processos que levaram à ruptura do Supercontinente Gondwana e subseqüente abertura do Oceano Atlântico sul. Neste trabalho, a evolução morfotectônica desta Província foi investigada a partir da análise de bases cartográficas disponíveis, de imagens de sensores remotos, além da leitura crítica de uma ampla base documental existente, as quais permitiram delinear a contribuição neotectônica a este domínio. A evolução geodinâmica da Bacia de Pelotas, iniciada no Neo-Jurássico / Paleo-Cretáceo, tem seu máximo evolutivo no Mioceno, quando uma extensiva denudação na área continental propiciou um máximo de sedimentação. Os registros diretamente relacionados à Província Costeira do Rio Grande do Sul correspondem à seqüência superior desta Bacia, cujas idades estimadas são do Plioceno ao Recente. A análise morfotectônica efetuada compreendeu uma fase regional (primeira etapa da pesquisa), correspondente à contextualização dos aspectos geológicos, geomorfológicos e geofísicos da Província Costeira como um todo; nesta etapa, os elementos geomorfológicos foram identificados e hierarquizados segundo três sistemas de relevo, quatro regiões geomorfológicas e nove unidades de relevo. A segunda fase da pesquisa foi centrada na análise da rede de drenagem, sendo esta normalmente considerada uma ferramenta adequada à identificação dos sítios preferenciais à materialização da deformação neotectônica; a caracterização de padrões e anomalias da rede de drenagem e de canais fluviais, aliada à análise dos demais elementos do relevo, produziu um conjunto de elementos geomórficos que são usualmente relacionados à atividade neotectônica (segmentação de canais fluviais, cotovelos de captura, facetas trapezoidais e triangulares, etc.) A partir desta análise regional, foi escolhida a região circunvizinha a Porto Alegre para detalhamento, à qual foram preferencialmente direcionados os trabalhos de campo. Neste trabalho, estamos propondo uma complexa história neotectônica para esta área, tendo sido reconhecidos três macro-elementos morfotectônicos, discutidos como o Sistema de Falhas Coxilha das Lombas e a Bacia de Porto Alegre (ambos já reconhecidos por autores prévios) e o Lineamento Jacuí – Porto Alegre (introduzido neste trabalho); este Lineamento foi considerado o principal responsável por várias feições marcadas na evolução geomorfológica desta região, inclusive pela segmentação da Província Costeira. A atuação da neotectônica está materializada pela existência de estruturas deformacionais impressas em registros pleistocênicos da Província Costeira (correspondentes aos sistemas laguna – barreira I e II) e pela ocorrência de eventos sísmicos (dados históricos e instrumentais) nas adjacências desta Província, nas áreas continental e plataformal dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e da República do Uruguai. O estágio atual do conhecimento, entretanto, não permite a proposição de modelos geodinâmicos que incorporem a contribuição neotectônica de maneira sistemática, visto a pouca disponibilidade de dados de campo, assim como a quase absoluta inexistência de dados sobre o comportamento tridimensional das unidades constituintes da Província Costeira Sul-riograndense. São sugeridas, portanto, campanhas sistemáticas de campo para levantamento de dados estruturais e geofísicos nas áreas identificadas – através de análise morfotectônica prévia – como favoráveis à materialização da deformação neotectônica.
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Estudos morfotectônicos aplicados à planície costeira do Rio Grande do Sul e adjacências

Fonseca, Vanildo Pereira da January 2005 (has links)
A Província Costeira do Rio Grande do Sul representa a porção emersa da Bacia de Pelotas, uma bacia marginal da Plataforma Sul Americana desenvolvida em resposta aos processos que levaram à ruptura do Supercontinente Gondwana e subseqüente abertura do Oceano Atlântico sul. Neste trabalho, a evolução morfotectônica desta Província foi investigada a partir da análise de bases cartográficas disponíveis, de imagens de sensores remotos, além da leitura crítica de uma ampla base documental existente, as quais permitiram delinear a contribuição neotectônica a este domínio. A evolução geodinâmica da Bacia de Pelotas, iniciada no Neo-Jurássico / Paleo-Cretáceo, tem seu máximo evolutivo no Mioceno, quando uma extensiva denudação na área continental propiciou um máximo de sedimentação. Os registros diretamente relacionados à Província Costeira do Rio Grande do Sul correspondem à seqüência superior desta Bacia, cujas idades estimadas são do Plioceno ao Recente. A análise morfotectônica efetuada compreendeu uma fase regional (primeira etapa da pesquisa), correspondente à contextualização dos aspectos geológicos, geomorfológicos e geofísicos da Província Costeira como um todo; nesta etapa, os elementos geomorfológicos foram identificados e hierarquizados segundo três sistemas de relevo, quatro regiões geomorfológicas e nove unidades de relevo. A segunda fase da pesquisa foi centrada na análise da rede de drenagem, sendo esta normalmente considerada uma ferramenta adequada à identificação dos sítios preferenciais à materialização da deformação neotectônica; a caracterização de padrões e anomalias da rede de drenagem e de canais fluviais, aliada à análise dos demais elementos do relevo, produziu um conjunto de elementos geomórficos que são usualmente relacionados à atividade neotectônica (segmentação de canais fluviais, cotovelos de captura, facetas trapezoidais e triangulares, etc.) A partir desta análise regional, foi escolhida a região circunvizinha a Porto Alegre para detalhamento, à qual foram preferencialmente direcionados os trabalhos de campo. Neste trabalho, estamos propondo uma complexa história neotectônica para esta área, tendo sido reconhecidos três macro-elementos morfotectônicos, discutidos como o Sistema de Falhas Coxilha das Lombas e a Bacia de Porto Alegre (ambos já reconhecidos por autores prévios) e o Lineamento Jacuí – Porto Alegre (introduzido neste trabalho); este Lineamento foi considerado o principal responsável por várias feições marcadas na evolução geomorfológica desta região, inclusive pela segmentação da Província Costeira. A atuação da neotectônica está materializada pela existência de estruturas deformacionais impressas em registros pleistocênicos da Província Costeira (correspondentes aos sistemas laguna – barreira I e II) e pela ocorrência de eventos sísmicos (dados históricos e instrumentais) nas adjacências desta Província, nas áreas continental e plataformal dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e da República do Uruguai. O estágio atual do conhecimento, entretanto, não permite a proposição de modelos geodinâmicos que incorporem a contribuição neotectônica de maneira sistemática, visto a pouca disponibilidade de dados de campo, assim como a quase absoluta inexistência de dados sobre o comportamento tridimensional das unidades constituintes da Província Costeira Sul-riograndense. São sugeridas, portanto, campanhas sistemáticas de campo para levantamento de dados estruturais e geofísicos nas áreas identificadas – através de análise morfotectônica prévia – como favoráveis à materialização da deformação neotectônica.
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Estudos morfotectônicos aplicados à planície costeira do Rio Grande do Sul e adjacências

Fonseca, Vanildo Pereira da January 2005 (has links)
A Província Costeira do Rio Grande do Sul representa a porção emersa da Bacia de Pelotas, uma bacia marginal da Plataforma Sul Americana desenvolvida em resposta aos processos que levaram à ruptura do Supercontinente Gondwana e subseqüente abertura do Oceano Atlântico sul. Neste trabalho, a evolução morfotectônica desta Província foi investigada a partir da análise de bases cartográficas disponíveis, de imagens de sensores remotos, além da leitura crítica de uma ampla base documental existente, as quais permitiram delinear a contribuição neotectônica a este domínio. A evolução geodinâmica da Bacia de Pelotas, iniciada no Neo-Jurássico / Paleo-Cretáceo, tem seu máximo evolutivo no Mioceno, quando uma extensiva denudação na área continental propiciou um máximo de sedimentação. Os registros diretamente relacionados à Província Costeira do Rio Grande do Sul correspondem à seqüência superior desta Bacia, cujas idades estimadas são do Plioceno ao Recente. A análise morfotectônica efetuada compreendeu uma fase regional (primeira etapa da pesquisa), correspondente à contextualização dos aspectos geológicos, geomorfológicos e geofísicos da Província Costeira como um todo; nesta etapa, os elementos geomorfológicos foram identificados e hierarquizados segundo três sistemas de relevo, quatro regiões geomorfológicas e nove unidades de relevo. A segunda fase da pesquisa foi centrada na análise da rede de drenagem, sendo esta normalmente considerada uma ferramenta adequada à identificação dos sítios preferenciais à materialização da deformação neotectônica; a caracterização de padrões e anomalias da rede de drenagem e de canais fluviais, aliada à análise dos demais elementos do relevo, produziu um conjunto de elementos geomórficos que são usualmente relacionados à atividade neotectônica (segmentação de canais fluviais, cotovelos de captura, facetas trapezoidais e triangulares, etc.) A partir desta análise regional, foi escolhida a região circunvizinha a Porto Alegre para detalhamento, à qual foram preferencialmente direcionados os trabalhos de campo. Neste trabalho, estamos propondo uma complexa história neotectônica para esta área, tendo sido reconhecidos três macro-elementos morfotectônicos, discutidos como o Sistema de Falhas Coxilha das Lombas e a Bacia de Porto Alegre (ambos já reconhecidos por autores prévios) e o Lineamento Jacuí – Porto Alegre (introduzido neste trabalho); este Lineamento foi considerado o principal responsável por várias feições marcadas na evolução geomorfológica desta região, inclusive pela segmentação da Província Costeira. A atuação da neotectônica está materializada pela existência de estruturas deformacionais impressas em registros pleistocênicos da Província Costeira (correspondentes aos sistemas laguna – barreira I e II) e pela ocorrência de eventos sísmicos (dados históricos e instrumentais) nas adjacências desta Província, nas áreas continental e plataformal dos estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul e da República do Uruguai. O estágio atual do conhecimento, entretanto, não permite a proposição de modelos geodinâmicos que incorporem a contribuição neotectônica de maneira sistemática, visto a pouca disponibilidade de dados de campo, assim como a quase absoluta inexistência de dados sobre o comportamento tridimensional das unidades constituintes da Província Costeira Sul-riograndense. São sugeridas, portanto, campanhas sistemáticas de campo para levantamento de dados estruturais e geofísicos nas áreas identificadas – através de análise morfotectônica prévia – como favoráveis à materialização da deformação neotectônica.
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Morfotectônica de províncias distensionais ativas: implicações para o modelo de preenchimento de bacias tipo rift / not available

Steiner, Samar dos Santos 25 June 2012 (has links)
Bacias sedimentares distensionais estão entre as estruturas geológicas mais importantes e melhor estudadas, mas os modelos geológicos que associam tectônica, áreas de captação de drenagem, e distribuição e evolução de ambientes deposicionais ainda são qualitativos, apontando a falta de uma base estatística. Isso posto, é apresentado um estudo das características morfotectônicas de 25 bacias sedimentares distensionais e suas áreas de captação, representativas de cinco grandes províncias distencionais ativas: Rift do Leste Africano, Província Basin and Range, Rift Baikal, Graben do Reno e Sistema de Rift do Platô Tibetano. Os resultados mostram que as áreas de deformação total de cada bacia variam de 2.700 a 137.300 Km2, com 50% de bacias com áreas entre 8.500 e 33.600 Km2. A área com sedimentação ativa varia de 1.400 a 43.000 km2, e 50% destas estão entre 3.600 e 12.000 km2. Áreas de captação de drenagem apresentam um a variação muito maior, de 2.700 até 740.000 km2, 50% delas entre 15.000 e 112.000 km2. A relação entre área deformada e área de captação mostra uma clara divisão em duas classes, uma com bacias com área de captação com mais do dobro de tamanho da área deformada e outra composta por bacias com área de captação com tamanho até 10% maior que sua área deformada. Taxas de sedimentação aproximadas, calculadas a partir de dados coletados na literatura, variam de 0,05 até 0,49 m/Ka e a comparação deste dado com a área de captação não revela uma clara relação. 65% das zonas de transferência analisadas nas províncias distensionais estudadas apresentam drenagens, porém apenas 38% dos pontos de entrada de rios maiores, com parte de sua área de captação fora da área deformada, são associados a zonas de transferência. Esses dados contradizem modelos correntes no tocante à entrada de grandes rios na bacia sedimentar, que são responsáveis por grande parte do aporte sedimentar e não estão necessariamente ligados a estruturas deformacionais, como esperado. Sob outro ponto de vista, análises morfotectônicas das cinco áreas selecionadas revelaram o inesperado fato de que todas as bacias com grande área estão relacionadas a lagos profundos, independentemente da sua taxa de sedimentação ou tamanho da área de captação. Esta constatação sugere que talvez estes fatores não sejam o principal controle na formação de lagos profundos, mas que por outro lado a presença do próprio lago possa favorecer o desenvolvimento de um grande depocentro. De acordo com o modelo teórico proposto, a maior densidade do preenchimento sedimentar, quando comparada com a da água, pode por si só levar à divisão de depocentros e criar pequenas sub-bacias, através da ativação de planos de alto ângulo das falhas menores, cabendo às falhas lístricas mestras acomodar a distensão regional. Neste modelo, em bacias preenchidas com sedimento aluvial, o grande deslocamento das falhas antitéticas e sintéticas pode levar ao desenvolvimento de altos topográficos (associados à lapa das falhas) responsáveis por individualizar sub-bacias. A correlação entre lagos profundos e grandes depocentros também pode ser observada no Sistema de Rift Eocretáceo do leste da América do Sul, sugerindo que esta relação possa ser usada como ferramenta preditiva de fases famintas prolongadas em bacias sedimentares continentais, com implicações na previsão de rochas geradoras de hidrocarbonetos em bacias fósseis com base em dados geofísicos de sub-superfície. / Extensional sedimentary basins are among the most important and best studied geological structures, but geological models linking tectonics, drainage catchment and the distribution and evolution of depositional environments are still qualitative, lacking support from a statistical database. In order to addresses this problem we present and comprehensive study on the morphotectonic characteristics of 25 active extensional basins and their catchment areas, representative of five major active extensional provinces: the East African Rift System, the Basin and Range Province, the Baikal Rift, the Rhine Graben and the Tibetan Plateau Rift System. Our results show that the total areas of deformation of individual basins range from 2,700 km2 to 137,300 km2, with 50% of the basins having areas between 8,500 and 33,600 km2. The area with active sedimentation varies from 1,400 to 43,000 km2, and in 50% of the basins it is between 3,600 and 12,000 km2. Catchment areas of individual basins vary much more, from 2,700 to 740,000 km2, 50% of them measuring between 15,000 and 112,000 km2. The ratio of deformed area to catchment area for each basin shows a clear division into two natural classes, one composed of basins with a catchment more than twice the size of the deformed area, and another composed of basins with catchments less than 10% larger than the deformed area. Approximated long term sedimentation rates calculated from published data for several basins vary from 0,05 to 0,49 m/Ka, and the comparison of these rates with the catchment area of individual basins shows no clear relationship. 65% of the transfer zones in the studied extensional provinces show river channels but only 38% of the inlets of rivers with part of their catchment outside the deformed area are related to transfer zones. This contradicts current models, as most of the points of entrance of larger rivers, which are responsible for the greater part of the sediment input, are not clearly related to deformational structures. On the other hand, morphotectonic analysis of selected active extensional basins and their catchment areas from studied areas, lead to the recognition of the unexpected fact that the largest basins are those with deep lakes, regardless of sedimentation rate or relative size of catchment area, suggesting that maybe it is not the contribution of the area to the tridimensional accommodation that leads to the formation of a starved lake, but the other way round: an starved lake may favor the development of a large depocenter. According to our new theoretical model, the higher density of the sedimentary infill, when compared to that of water, can itself cause the division of a main depocenter into smaller sub-basins, through the activation of the steeper planes of minor faults, with the main listric faults accouting mostly for the regional extension. In basins filled with alluvial sediment through most of their evolution, the greater displacement of minor faults could lead to the development of foot-wall highs separating individual sub-basins. The correlation of deep lakes with larger depocenters is also observed in the Early Cretaceous Rift System of Eastern South America, suggesting that this relation can be used as a predictive model for the presence of long phases of sediment starvation in continental basins, with implications for the prediction of hydrocarbon source rocks based on geophysical subsurface data.
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Morfotectônica de províncias distensionais ativas: implicações para o modelo de preenchimento de bacias tipo rift / not available

Samar dos Santos Steiner 25 June 2012 (has links)
Bacias sedimentares distensionais estão entre as estruturas geológicas mais importantes e melhor estudadas, mas os modelos geológicos que associam tectônica, áreas de captação de drenagem, e distribuição e evolução de ambientes deposicionais ainda são qualitativos, apontando a falta de uma base estatística. Isso posto, é apresentado um estudo das características morfotectônicas de 25 bacias sedimentares distensionais e suas áreas de captação, representativas de cinco grandes províncias distencionais ativas: Rift do Leste Africano, Província Basin and Range, Rift Baikal, Graben do Reno e Sistema de Rift do Platô Tibetano. Os resultados mostram que as áreas de deformação total de cada bacia variam de 2.700 a 137.300 Km2, com 50% de bacias com áreas entre 8.500 e 33.600 Km2. A área com sedimentação ativa varia de 1.400 a 43.000 km2, e 50% destas estão entre 3.600 e 12.000 km2. Áreas de captação de drenagem apresentam um a variação muito maior, de 2.700 até 740.000 km2, 50% delas entre 15.000 e 112.000 km2. A relação entre área deformada e área de captação mostra uma clara divisão em duas classes, uma com bacias com área de captação com mais do dobro de tamanho da área deformada e outra composta por bacias com área de captação com tamanho até 10% maior que sua área deformada. Taxas de sedimentação aproximadas, calculadas a partir de dados coletados na literatura, variam de 0,05 até 0,49 m/Ka e a comparação deste dado com a área de captação não revela uma clara relação. 65% das zonas de transferência analisadas nas províncias distensionais estudadas apresentam drenagens, porém apenas 38% dos pontos de entrada de rios maiores, com parte de sua área de captação fora da área deformada, são associados a zonas de transferência. Esses dados contradizem modelos correntes no tocante à entrada de grandes rios na bacia sedimentar, que são responsáveis por grande parte do aporte sedimentar e não estão necessariamente ligados a estruturas deformacionais, como esperado. Sob outro ponto de vista, análises morfotectônicas das cinco áreas selecionadas revelaram o inesperado fato de que todas as bacias com grande área estão relacionadas a lagos profundos, independentemente da sua taxa de sedimentação ou tamanho da área de captação. Esta constatação sugere que talvez estes fatores não sejam o principal controle na formação de lagos profundos, mas que por outro lado a presença do próprio lago possa favorecer o desenvolvimento de um grande depocentro. De acordo com o modelo teórico proposto, a maior densidade do preenchimento sedimentar, quando comparada com a da água, pode por si só levar à divisão de depocentros e criar pequenas sub-bacias, através da ativação de planos de alto ângulo das falhas menores, cabendo às falhas lístricas mestras acomodar a distensão regional. Neste modelo, em bacias preenchidas com sedimento aluvial, o grande deslocamento das falhas antitéticas e sintéticas pode levar ao desenvolvimento de altos topográficos (associados à lapa das falhas) responsáveis por individualizar sub-bacias. A correlação entre lagos profundos e grandes depocentros também pode ser observada no Sistema de Rift Eocretáceo do leste da América do Sul, sugerindo que esta relação possa ser usada como ferramenta preditiva de fases famintas prolongadas em bacias sedimentares continentais, com implicações na previsão de rochas geradoras de hidrocarbonetos em bacias fósseis com base em dados geofísicos de sub-superfície. / Extensional sedimentary basins are among the most important and best studied geological structures, but geological models linking tectonics, drainage catchment and the distribution and evolution of depositional environments are still qualitative, lacking support from a statistical database. In order to addresses this problem we present and comprehensive study on the morphotectonic characteristics of 25 active extensional basins and their catchment areas, representative of five major active extensional provinces: the East African Rift System, the Basin and Range Province, the Baikal Rift, the Rhine Graben and the Tibetan Plateau Rift System. Our results show that the total areas of deformation of individual basins range from 2,700 km2 to 137,300 km2, with 50% of the basins having areas between 8,500 and 33,600 km2. The area with active sedimentation varies from 1,400 to 43,000 km2, and in 50% of the basins it is between 3,600 and 12,000 km2. Catchment areas of individual basins vary much more, from 2,700 to 740,000 km2, 50% of them measuring between 15,000 and 112,000 km2. The ratio of deformed area to catchment area for each basin shows a clear division into two natural classes, one composed of basins with a catchment more than twice the size of the deformed area, and another composed of basins with catchments less than 10% larger than the deformed area. Approximated long term sedimentation rates calculated from published data for several basins vary from 0,05 to 0,49 m/Ka, and the comparison of these rates with the catchment area of individual basins shows no clear relationship. 65% of the transfer zones in the studied extensional provinces show river channels but only 38% of the inlets of rivers with part of their catchment outside the deformed area are related to transfer zones. This contradicts current models, as most of the points of entrance of larger rivers, which are responsible for the greater part of the sediment input, are not clearly related to deformational structures. On the other hand, morphotectonic analysis of selected active extensional basins and their catchment areas from studied areas, lead to the recognition of the unexpected fact that the largest basins are those with deep lakes, regardless of sedimentation rate or relative size of catchment area, suggesting that maybe it is not the contribution of the area to the tridimensional accommodation that leads to the formation of a starved lake, but the other way round: an starved lake may favor the development of a large depocenter. According to our new theoretical model, the higher density of the sedimentary infill, when compared to that of water, can itself cause the division of a main depocenter into smaller sub-basins, through the activation of the steeper planes of minor faults, with the main listric faults accouting mostly for the regional extension. In basins filled with alluvial sediment through most of their evolution, the greater displacement of minor faults could lead to the development of foot-wall highs separating individual sub-basins. The correlation of deep lakes with larger depocenters is also observed in the Early Cretaceous Rift System of Eastern South America, suggesting that this relation can be used as a predictive model for the presence of long phases of sediment starvation in continental basins, with implications for the prediction of hydrocarbon source rocks based on geophysical subsurface data.
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A participação da morfoestrutura na gênese da compartimentação geomorfológica do gráben do Cariatá, Paraíba

TAVARES, Bruno de Azevedo Cavalcanti 31 January 2010 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T18:04:48Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo471_1.pdf: 6326134 bytes, checksum: b1b9bd09100755ea22cbcb686ee22c85 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2010 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O Gráben do Cariatá está situado a 85 km do Recife, tem a sua maior expressão espacial no município de Itabaiana, Paraíba. Este trabalho tem como objetivo, esclarecer os vínculos entre tectônica e relevo na área do gráben do Cariatá, Paraíba, tomando como elementos para a construção empírica da abordagem, evidências morfológicas, sedimentológicas e morfoestruturais sobre a esculturação da paisagem geomorfológica. Para a obtenção dos dados da pesquisa foram utilizadas imagens de satélite de alta resolução, mapeamentos geomorfológicos de detalhe feitos em campo e corrigidos na etapa de gabinete. Os dados sedimentológicos foram obtidos através da coleta de amostras de sedimentos das áreas do gráben que apresentam elementos marcadores dos eventos de elaboração da paisagem, os sedimentos coletados foram utilizados para análise sedimentológica e datação por LOE (Luminescência opticamente estimulada). Dessa forma, a combinação dos mapeamentos de detalhe e análise sedimentológica e as idades dos sedimentos propiciaram uma modelagem mais precisa da área de estudo. Desse modo, feições como escarpas, facetas triangulares, anfiteatros de erosão e vales lineares foram identificados a partir de técnicas de sensoriamento remoto e estão estritamente ligadas às linhas de reativação de falhas no gráben. A rede de drenagem principal da área de estudo, o rio Paraíba, também está influenciada pela dinâmica morfotectônica, o que se faz explicitar a partir de uma incisão de maior ordem em determinados setores, resultando mesmo no abandono da antiga planície sob a forma de terraços erosivos. Nos terraços, as análises sedimentológicas indicaram que os sedimentos são muito pobremente selecionados e com uma hidrodinâmica muito alta indicando um ambiente deposicional de baixa viscosidade e fluidez, condizente com os ambientes de transporte fluvial de fluxo de detritos. Nos terraços foram encontrados níveis de crosta laterítica. Esta situação corrobora a hipótese de flexura da borda leste do gráben poderia até mesmo representar um fragmento de uma superfície pré-rifteamento. Neste setor ocorreu a captura do rio Paraíba, a qual acarretou no abandono de sua antiga planície aluvial para leste, seguindo o rio o seu novo curso para Norte. A idade encontrada de 97ka para o nível de terraço mais próximo do rio Mumbaba, este no antigo vale do rio Paraíba, indica que este terraço foi originado após o barramento do rio Paraíba, e que o rio Mumbaba teve tempo suficiente para estruturar o terraço de nível mais baixo no antigo vale do rio Paraíba. A outra idade encontrada de 25ka se encontra também a leste do gráben, em um depósito característico de fluxo de detritos, esta idade se difere de outros depósitos de fluxo de detritos datados previamente no gráben e que estrutura a base dos tabuleiros pleistocênicos, no entanto, esta idade guarda uma estreita relação cronológica com a fase de última deposição do lamito superior da seqüência dos tabuleiros pleistocênicos. Nesse sentido, podemos afirmar que as coberturas sedimentares e as feições morfotectônicas não foram originadas de um único evento de soerguimento e conseqüente rebaixamento de superfície. Assim, se faz necessário fazer um estudo detalhado das formas e dos processos para melhor entender a evolução da paisagem geomorfológica
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A rede de drenagem e seu significado geomorfológico: anomalias de drenagens e tectônica recente na bacia do rio Formoso, Tocantins

Santos, Daniel Araujo Ramos dos 25 April 2016 (has links)
O presente trabalho buscou identificar as anomalias de drenagem na bacia hidrográfica do rio Formoso como evidências geomorfológicas de ação tectônica no médio Araguaia. A área de estudo localiza-se na porção sudoeste do estado do Tocantins, estabelecida sobre complexos granulíticos, faixas móveis, e coberturas sedimentares. Para a realização do estudo, fez-se o uso do Geoprocessamento, no armazenamento, tratamento, classificações e análises comparativas e correlativas. A partir da interpretação de imagens de satélite, foi feito a vetorização da rede de drenagem e divisores de águas das bacias e sub-bacias, e a compartimentação regional do relevo via Processamento Digital de Imagens (PDI) com dados do TOPODATA, e a mensuração dos componentes hidrográficos e geomorfológicos. A área de estudo foi segmentada em 36 sub-bacias hidrográficas, com sistemas superiores à 5ª ordem. Os dados levantados indicam que este sistema é de 8ª ordem e que possui uma área de 21.593 km² e uma rede de drenagem com 20.628 km de canais. A classificação do relevo apontou quatro morfoesculturas e onze unidades morfológicas. Foram aplicados os índices morfométricos de Densidade de drenagem (Dd), Densidade hidrográfica (Dh) e Sinuosidade (Is), e os índices geomórficos Fator de Assimetria da Bacia de Drenagem (FABD) e o Fator de Simetria Topográfica Transversal (FSTT). A correlação de Da e Dh indicou uma forte correlação linear entre os índices, onde a densidade de drenagem de toda a bacia é predominante mediana (0,5-1,5 km/km²), com densidade hidrográfica de 0,5 canais/km², que foi considerada muito baixa, o que indica dificuldade de renovação da rede fluvial. Os índices geomórficos apontaram que a bacia hidrográfica do rio Formoso possui 76% de sua área à direita do canal principal (Leste), área que apresenta relevos suavemente ondulados e fortemente ondulados. A aplicação dos índices por sub-bacias revelou forte grau de assimetria dos ribeirões de 5ª ordem Grota da Mata e Água Verde, localizados no baixo curso. Os dados estruturais apontam que a maior parte das falhas estão associadas ao Lineamento Transbrasiliano com eixo SW-NE, e no Lineamento Tocantins no eixo SE-NW. Foram identificados sistemas de falhas transcorrentes com maior destaque no alto curso, falhas extensionais no médio e baixo curso em coberturas cenozóicas, e falhas compressionais imbricadas junto ao contato litológico de rochas neoproterozóicas na Depressão do Médio Araguaia. Foi possível identificar a (re)acomodação dos canais fluviais sobre estes conjuntos estruturais, que condicionam feições de anomalias de drenagem, como o segmentos e trechos retilíneos, capturas fluviais, segmentos com cotovelos de ângulos retos e inflexões abruptas dos canais. Observou-se ainda, extensos trechos sem uma indicação topográfica clara do divisor de águas dos rios Formoso e Javaés sobre as coberturas quaternárias. Destaca-se os condutos anômalos como o Esgoto Caracol entre os Rios Javaés e Formoso, e outro entre o rio Formoso e seu tributário rio Dueré, o que indicou a instauração de capturas fluviais em estágios de evolução distintos. / This study has sought to identify the drainage anomalies in the basin of Formoso river as geomorphological evidence of tectonic action in the middle Araguaia. The study area is located in the southwestern portion of the state of Tocantins, established on granulitic Complete mobile tracks, and sedimentary covers. For the study, we made the use of GIS, storage, processing, classification and comparative and correlative analysis. From the interpretation of satellite images, it was made vectorization of the drainage system and basin watersheds and sub-basins, and regional subdivision of the relief via Digital Image Processing (DIP) with TOPODATA data, and measurement the hydrographical and geomorphological components. The study area was divided into 36 sub-basins, with higher than 5th order systems. The data collected indicate that this system is 8th order and has an area of 21,593 km² and a drainage network with 20,628 km of channels. The relief classification morfoesculturas scored four and eleven morphological units. morphometric indices drainage density (Dd), area density (Dh) and Sinuosity (Is), and geomorphic indices Asymmetry Factor Drainage Basin (FABD) and Factor Symmetry Cross Topographic (FSTT) were applied. The correlation Da and Dh indicated a strong linear correlation between the indexes, where the whole basin drainage density is prevalent median (0.5-1.5 km / km²), with river density of 0.5 channels / km² , which was considered very low, indicating difficulty in renewing the river network. The geomorphic indexes pointed out that the catchment area of the river Formoso has 76% of its area to the right of the main channel (East) area that features gently undulating and heavily undulating reliefs. The application of the parameters for sub-basins showed a strong degree of asymmetry of the streams of 5th order Grota da Mata and Green Water, located in the lower course. The structural data suggest that most of the failures are associated with lineament Transbrasilian SW-NE axis, and lineament Tocantins in SE-NW axis. fault systems were identified transcurrent most notably in the high course, extensional faults in medium and low current Cenozoic covers, and compressional faults imbricated with the lithological contact Neoproterozoic rocks in the Middle Depression Araguaia. It was possible to notice the (re) accommodation of fluvial channels on these structural assemblies that determine features of drainage anomalies, such as segments and straight stretches, river catches, segments with elbows right angles and abrupt inflections of channels. It was also noted, long stretches without a clear indication of the topographic watershed of rivers Formoso and Javaés on Quaternary coverage. Noteworthy is anomalous as conduits Sewage Snail among Javaés Rivers and Formoso, and another between the river and its tributary Formoso river Dueré, which indicated the establishment of river catches at different stages.
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Estudo morfotectônico da região da serra de São Pedro e do baixo Piracicaba/SP / Morphotectonic Study of the São Pedro Ridge and Lower Piracicaba Region/SP

Pinheiro, Marcos Roberto 30 October 2014 (has links)
As cuestas são definidas como uma forma de relevo dissimétrico, composta por uma vertente em declive íngreme de um lado e uma rampa em declive suave no reverso, decorrente da erosão diferencial das rochas. A região da Serra de São Pedro/SP, área de ocorrência de basaltos juro-cretáceos (topo da escarpa) e arenitos eólicos (escarpa e glacis) do Triássico ao Cretáceo Médio, consiste em uma das zonas mais típicas das cuestas na Bacia do Paraná, porém a configuração geometrizada do relevo da área, do sistema fluvial e até do baixo rio Piracicaba sugerem um controle tectônico das formas. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi verificar o possível controle tectônico no relevo da Serra de São Pedro e do Baixo Piracicaba, focalizando a ação da Neotectônica, tendo como hipótese a existência de um forte controle das estruturas modernas sobre as formas. Os resultados mostraram que a atividade neotectônica na área é caracterizada principalmente pela atividade de falhas transcorrentes e normais subverticais WNW-ESE, W-E, NW-SE e NE-SW, ambas de pequeno rejeito e de impacto reduzido na morfologia do relevo. A influência das estruturas nas formas é mais intensa no sistema fluvial, comandando a dissecação do relevo de toda a área a partir de linhas estruturais que correspondem aos planos de juntas, grandes fraturamentos e falhas, ainda que a tectônica recente seja responsável pelo controle da direção apenas dos canais de 1º e 2º ordens. A Neotectônica condiciona ainda a formação de facetas triangulares na frente da escarpa da Serra de São Pedro, provoca perturbações de depósitos fluviais quaternários, anomalias no perfil longitudinal dos rios e inflexões dos interflúvios e canais de drenagem, além de pequenos basculamentos de blocos que causam a formação e degradação de terraços fluviais nos afluentes da margem direita do baixo Piracicaba. Essas informações são coerentes com os dados das estruturas medidas e materiais descritos em campo, bem como com as informações do contorno estrutural e dados geofísicos da área. Apesar do claro registro de neotectônica na região da Serra de São Pedro e do Baixo Piracicaba, os resultados demonstraram que a magnitude dessa atividade é reduzida e o seu impacto no relevo é pequeno, sendo que a configuração geomorfológica atual é mais influenciada por fatores litológicos, pela disposição das camadas sedimentares das rochas, pelos (paleo)climas e pela orientação/distribuição de estruturas tectônicas anteriores ao Neógeno, refutando assim a hipótese inicial do trabalho. / Cuestas are asymmetric landforms characterized by a steep slope along the plateau front and a gentle slope on its reverse, and they are interpreted as a relief formed by differential erosion of rocks. The São Pedro Ridge (Serra de São Pedro)/SP region, area with occurrence of juro-cretacic basalts (top of the ridge) and Triassic medium Cretaceous aeolian sandstone (scarp and glacis), is one of the most typical examples of the cuestas in the Paraná Basin. Although São Pedro Ridge is considered a cuesta, the geomorphological settings and the fluvial system (including the Lower Piracicaba River) of the area suggest a tectonic control on the landforms. Thus, the aim of this research was to verify a possible tectonic control on the São Pedro Ridge and Lower Piracicaba River landforms, emphasizing the Neotectonic influence. The hypothesis is that modern tectonics has a strong influence in the actual landforms. The results showed that the neotectonic activity in the study area is characterized mainly by sub-vertical strike-slip and normal faults WNW-ESE, WE, NW-SE and NE-SW, both with very small offsets and inconspicuous impact in the relief. The influence of the tectonic activity in the landforms is more intense in the fluvial system, controlling the relief dissection from joint planes, large fractures and faults, though modern tectonics is responsible for the control of the direction only of first and second order drainage channels. Neotectonics also controls the formation of triangular facets at the escarpment front of the São Pedro Ridge, faulting in quaternary fluvial deposits, anomalies in the longitudinal profiles of streams and changes in the direction of ridge lines and watercourses (river bends), as well as small block tilting which influences the formation and degradation of fluvial terraces of the Piracicaba right margin tributaries. These interpretations are coherent with the data set concerning the structures measured and materials characterized in the field, as well as with the information about the structural contour and geophysical data of the area. Despite the clear record of neotectonics in the São Pedro Ridge and Lower Piracicaba River region, the results demonstrated that the magnitude of the modern tectonic activity is small, and that the actual geomorphological configuration is more influenced by lithological factors, paleoclimates and the arrangement of sedimentary rock layers and pre-Neogene tectonic structures, thus refuting the initial hypothesis of this study.
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Compartimentação morfotectônica do interflúvio Solimões-Negro

BEZERRA, Pedro Edson Leal 26 November 2003 (has links)
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As discussões concentram-se na área de distribuição das coberturas cenozóicas superposta às bordas leste e oeste das bacias sedimentares paleozóicas do Solimões e Amazonas, respectivamente. Esta área ocupa cerca de 290 000 Km²,e localiza-se entre os paralelos 0° e 4°S e meridianos 60°WGr, na região amazônica, envolvendo principalmente o Estado do Amazonas e parcela do Estado de Roraima. As unidades geológicas formadas durante ou após a implantação do regime neotectônico estão representadas: 1) pela Formação Içá de idade pós-miocênica provavelmente plio-pleistocênica; 2) por Terraços Pleistocênicos; 3) por Terraços Holocênicos; 4) pelas Áreas Inundáveis Interfluviais Holocênicas; e 5) pelos Aluviões Holocênicos. O modelamento da paisagem pela rede de drenagem evidencia uma compartimentação do relevo em sistemas de planícies, ligados à dinâmica fluvial atual,e em sistemas de interflúvios tabulares normalmente nivelados por uma superfície de aplainamento formada na metade do Pleistoceno, em retomada de erosão. A estruturação neotectônica tem um relacionamento direto com a regeneração das descontinuidades pertencentes à estruturação paleotectônica, isto é, com a tectônica ressurgente. Esta estruturação antiga é definida por:1) Lineamento Tacutu de orientação NE-SW, que se projeta para o quadrante noroeste da área; 2) o Lineamento Madeira, também de orientação NE-SW que secciona o quadrante sudeste;3) o Arco de Purus com orientação NW-SE que estabelece os limites entra as bacias do Amazonas e Solimões; (4) lineamentos menores como Juruá e o Japurá, de direção E-W, definidos fora dos domínios da área pesquisada. A atuação do campo de tensões neotectônico foi aliviada através de dois pulsos de movimentação cinemática de natureza essencialmente transcorrente. No primeiro pulso ocorrido imediatamente após a inversão para leste da rede de drenagem da Amazônia Ocidental, que corria para oeste, estabeleceram-se os principais corredores de drenagem na direção predominante NE-SW através do nordeste do Amazonas, Roraima e Guyana, alcançando o Oceano Atlântico através do rift valley do Tacutu. O segundo, predominantemente transtensivo, ocorreu no Pleistoceno Superior - Holoceno, provocou o redirecionamento desse sistema para o Amazonas, e responde pela configuração do relevo e pelo desenho da rede de drenagem tal como se mostra atualmente. Os sistemas de Relevo diferenciam-se, fundamentalmente, pelo grau de desenvolvimento da rede de drenagem, havendo uma nítida gradação da mais evoluída para menos evoluída, que se reflete na distribuição dos interflúvios e nas suas dimensões, e que registram a história da implantação do quadro estrutural neoctectônico e suas diferenciações geométricas e cinemáticas. Este registro encontra-se especializado em cinco compartimentos morfotectônicos, denominados: Compartimento Transpressivo Rio Juruá-Rio Purus; Compartimento Transcorrente Rio Madeira-Rio Purus; Compartimento Transcorrente Rio Negro- Rio Japurá; Compartimento Transtensivo Rio Negro- Rio Solimões; e o Compartimento Transtensivo Rio Branco- Rio Negro. A evolução morfoestrutural e morfotectônica se deu de sudoeste para nordeste, de modo que a rede de drenagem encontra-se bem desenvolvida no Compartimento Rio Juruá-Rio Purus; em desenvolvimento na zona central formada pelos Compartimentos Rio Madeira-Rio Purus; Rio Negro- Rio Japurá e Rio Negro - Rio Solimões; encontra-se em estágio inicial de desenvolvimento no Compartimento Rio Branco- Rio Negro. A nordeste do Compartimento Transtensivo Ri Negro- Rio Japurá, a rede de drenagem é composta, apresentado tanto feições de estágio inicial como os padrões amorfo e multibasinal, quanto outras feições típicas de rede de drenagem em desenvolvimento. As estruturas do Compartimento Rio Juruá- Rio Purus compreendem falhas inversas geradas no Terciário Superior; as dos compartimentos Rio Madeira-Rio Purus e Rio Negro- Rio Japurá são falhas direcionadas dextrais com componente de rejeito oblíquo, provavelmente inverso no Terciário Superior e normal no Pleistoceno; no Compartimento Rio Negro-Rio Solimões são principalmente falhas normais e de rejeito oblíquo dextral do Pleistoceno Superior; e no Compartimento Rio Branco - Rio Negro configura-se uma estrutura em cunha com movimentação oblíqua nas bordas noroeste e leste, e extensional na sua zonal central, com evolução iniciada no Pleistoceno Superior estendendo-se ao Holoceno. Atividades recentes de algumas dessas falhas são marcadas por eventos sísmicos de intensidade que chegam a 5.5 mB. / From the morphostuctural and morphotectonic analysis integrated to the informations of remote sensing images, litoestratighaphy , geomorfology , the seismic data and field investigations was defined the neotectonic structuration and its influence in the elaboration of the relief forms and drainage net during the Upper Tertiary and Quaternary. This relation is shown through the morphotectonic compartimentation of the Solimões-Negro watershed, subject of this research (SA.20-Manaus Sheet). The discussions concentrated in the area of the cenozoics covers which overlay the east and west borders of the Solimões and Amazon paleozoics sedimentary basins, respectively. This area occupies about 290 000 km2, and is situated between the parallels 0° and 4° S and meridians 60° and 66° WGr, in the Amazonian region, involving parcels of Amazon and Roraima States. The geologic units formed during, or imediatelly after, the implantation of the neotectonic regimen are represented by: 1) the Içá Formation formed after the Miocene, probably of the Plio-Pleistocene age; 2) the Pleistocenics Terraces; 3) the Holocenics Terraces; 4) the inundatable watersheds areas of holocenic age; and 5) the Holocenics Alluviums. The modelling of the landscape for the drainage net evidences a relief compartimentation at plains systems, linked to the actual fluvial dynamics, and depressions, normally leveled by a planing surface formed in the Middle Pleistocene, in retaken by erosion, and preserved on tabular watershed. The neotectonic structuration has a direct relationship with the regeneration of the discontinuities of the paleotectonic structuration, that is, with the resurgent tectonic . This old estructuration is defined by: 1) Tacutu Lineament of NE-SO orientation, that show continuity to the northwest quadrant of the area; 2) the Madeira Lineament, also of NE-SO orientation that section the Southeastern quadrant; 3) the Purus Arc with NW orientation that establishes the limits between the Solimões and Amazon basin; e (4) minors lineaments as the Juruá and the Japurá ones, of E-O direction, defined outside of the domains of the research area. The neotectonic tensions field was alliviated through two kinematics pulses of essentially transcorrent nature. In the first pulse, occurred immediately after the inversion of the Amazonian Occidental drainage for east, had established the main corridors of drainage in the predominant NE-SO direction through the northeast of Amazonas and Roraima states in the brasilian territory, reaching the Guyana Republic and the Atlantic Ocean through rift valley of the Tacutu. The second one, predominantly transtensive, occurred in the Upper Pleistocene /Holocene, provoked the redirectioning of this system for the Amazonas hidrographic basin, and answers for the actual configuration of the relief and drainage net. The Relief Systems are differentiate for the degree of development of the drainage net, showing a evident gradation from the most evolued to the less evolued, that is reflected in the configuration of the watershed and its dimensiona, and that register the history of the implantation of the neotectonic structural picture and its geometric and kinematic differentiations. This register is represented through five morfotectonics compartments, called: Juruá River - Purus River Tanspressive Compartment; Madeira River - Purus River Transcorrent Compartment; Negro River- Japurá River Trancorrent Compartment; Negro River - Solimões River Trantensive Compartment; and the Branco River- Negro River Transtensive Compartment. The morphostructural and morphotectonic evolution occurred from southwest to northeast. So, the drainage net show best developed in the Juruá River — Madeira River Compartment; it is in development in the central zone formed by the Madeira River - Purus River, Negro River-Japurá River and Negro River- Solimões River Compartments; and show a initial stage of development in the Negro River- Branco River Compartment. In the northeast border of the Negro River Japurá River Transtensive Compartment, the development of the drainage net is composed, showing features of initial stage, as the amorphous and multibasinal pattern, with other typicals features of drainage net in development. The structures of the Juruá River Purus River Compartment are generated by inverse faults in the Upper Tertiary. In the the Madeira River - Purus River and Negro River — Japurá River compartments they are dextrals directional faults with component of oblique slip, probably of the reverse type in the Tertiary Superior and normal in the Pleistocene; in the Negro River - Solimões River Compartment they are mainly normal and oblique-dextrais types in the Upper Pleistocene. The Negro River- Branco River Compartment configures a wedge structure with oblique movement in the northwest and east borders, and extensional in its central zone, with evolution initiated in the Upper Pleistocene extending to the Holocene. Recent activity of some of these faults is marked by seismic events with intensities that arrive 5,5 mB.
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Tectônica rúptil meso-cenozóica na região do Domo de Lages, SC / Meso-cenozoic brittle tectonics of the Lages Dome, SC

Roldan, Luiz Fernando 22 June 2007 (has links)
Este trabalho tem como objetivo discutir a evolução tectônica meso-cenozóica do Domo de Lages, SC, envolvendo análise das estruturas rúpteis que afetam as rochas da região, análise morfométrica e da rede de drenagem e aspectos geomorfológicos relevantes. O Domo de Lages, localizado na borda leste da Bacia do Paraná, na porção sul do estado de Santa Catarina, é caracterizado pela ocorrência de uma grande variedade de rochas alcalinas de idade neo-cretácea. Estas rochas afloram na forma de sills e diques e são intrusivas no pacote sedimentar da Bacia do Paraná, causando-lhe um soerguimento da ordem de centenas a milhares de metros. As rochas alcalinas foram afetadas por estruturas rúpteis, particularmente falhas transcorrentes e normais, denotando a presença de uma tectônica ativa durante o cenozóico. Para o entendimento do quadro evolutivo do domo, além da análise estrutural, foram elaborados diversos mapas morfométricos (hipsométrico, declividades, orientação de vertentes, superfícies de base, rugosidade, gradiente hidráulico e densidade de lineamentos e drenagens) derivados diretamente do Modelo Digital de Elevação, que por sua vez foi obtido pelo tratamento de dados SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) da Agência Espacial Americana (NASA). O trabalho foi complementado com a análise da rede de drenagem e de lineamentos extraídos de imagens, juntamente com a elaboração de perfis topográficos. Os resultados mostram tratar-se de uma estrutura dômica alongada com eixo maior orientado na direção NW-SE, marcada pelo alinhamento de intrusões alcalinas e basculamento dos acamamentos das rochas sedimentares que apresentam mergulho radial para fora da estrutura. A análise do relevo revelou a existência de uma superfície de aplainamento, hoje preservada na cota de 1200 m, que teria sido afetada por falhas normais de direções NW-SE e NE-SW. O modelo tectônico evolutivo elaborado para a região contempla a seguinte seqüência de eventos: atuação de esforços compressivos NE-SW no final do cretáceo, gerando falhas normais NE-SW, que afetam as rochas básicas da Formação Serra Geral e condicionam a colocação de diques alcalinos e a estruturação do domo; geração de falhas transcorrentes destrais que afetam todas as rochas da região, incluindo as rochas alcalinas, com binário orientado na direção NNE-SSW; configuração de uma superfície de aplainamento preservada na cota de 1200m, que perdurou, provavelmente, até o mioceno; distensão NE-SW e geração de falhas normais NW-SE que abatem e basculam a superfície aplainada e reorganizam a rede de drenagens; instalação de um provável evento distensivo NW-SE, responsável pela formação de falhas normais NE-SW, marcadas principalmente nos mapas morfométricos. / This study was focused on the meso-cenozoic tectonic evolution of the Domo de Lages region (south Santa Catarina State, Southern Brazil), through the analysis of brittle structures affecting sedimentary and igneous rocks, morphometric parameters, drainage network and main geomorphological features. Located in the border of the Paraná sedimentary basin, the Domo de Lages is characterized by a great variety of Late Cretacic alkaline rocks, which crops out as sills and dikes cutting the Paleozoic sedimentary rocks, and are associated with an uplift of hundreds to thousands of meters. These alkaline rocks are affected by brittle structures, mainly transcurrent and normal faults, indicative of Cenozoic active tectonics. In addition to the structural analysis, several morphometric maps were developed, as an aid to enlighten the evolutionary history of the region. Maps of hypsometry, slope, aspect, isobase surfaces, surface roughness, hydraulic gradient, lineament density and drainage density were derived from SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) Digital Elevation Models provided by NASA, and were complemented by topographic profiles, analysis of drainage network and lineament orientation. Results show that the dome has a elongated shape with major axis oriented NW-SE, defined by alignment of intrusive bodies and tilting of sedimentary rocks bedding planes, dipping radially outwards the center of the structure. Topographic analysis revealed the existence of a planation surface, preserved at 1200m a.s.l., wich would have been affected by NW-SE and NE-SW normal faults. A tectonic evolutionary model for the region was elaborated, according the following sequence of events: in the end of Cretaceous, a compressive NE stress generates NE-SW normal faults, which affect the basic rocks of Serra Geral Formation and controls the emplacement of alkaline dikes and the uplift of the domic structure; formation of transcurrent dextral faults affecting all rocks of the area, including the alkalines, with NNE-SSW oriented binary; development of a planation surface preserved at 1200m a.s.l. which remained probably until the Miocene; NE-SW extension, creating NW-SE normal faults that lowered and tilted the levelled surface and affected the drainage network; a last extensive NW-SE event probably happened, responsible for NE-SW normal faults seen mainly in the morphometric maps.

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