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O retorno de Katari: cultura histórica e processo de emergência política do movimento Cocalero na Bolívia (1995-2006)Costa, Lício Romero 23 July 2010 (has links)
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Previous issue date: 2010-07-23 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / This work discusses the process of political emergence of the cocalero movement in Bolivia,
specifically of the peasant coca growers whose production is centered in the tropical valleys of the
department of Cochabamba, in the Chapare region. Assuming that the study of the cocaleros' own
experiences is a key to understand the development of their identity and their making of as a subject
of collective action, we analyzed the changes and reconfigurations within that broad contemporary
social movement, amid the reality of direct struggles against the Bolivian neoliberal state. The
experiences of the cocaleros during the 1980s, in the context of the War on Drugs held by the U.S. led
them to assume, first, a defensive posture against attempts to eradicate their source of livelihood;
which gradually took the form of a political project itself, based on demands of recognition of the
indigenous nations from the Andes, greater political participation of popular segments and advocacy
of a historical culture based on the ancestrality of their practices and worldview. The time frame of our
research covers the period from 1995, year in which was founded the ASP the Asamblea por la
Soberanía de los Pueblos, organization that would lead the instrumento político cocalero called MASIPSP,
or Movimiento al Socialismo - Instrumento Político por la Soberanía de los Pueblos until the
year 2006, when the presidential candidate for the MAS-IPSP assumed for the first time the most
important political office in the country. The dissertation has as inspiration the productions and
reflections of authors (writers and filmmakers) who belong to the specific regionality known as the
South, which, like the Bolivian social movements, perceive Latin America and other regions of the
world as places incorporated in a subordinate way to the process of hegemonic globalization finding
that leads to an imminent reflection on possible prospects of sociopolitical, economic, cultural and
epistemic decolonization of these regions. / Este trabalho discute o processo de emergência política do movimento cocalero na Bolívia,
especificamente dos camponeses plantadores de coca cuja produção está centrada nos vales tropicais
do departamento de Cochabamba, na região do Chapare. Partindo do pressuposto que o estudo das
experiências próprias dos cocaleros constitui um elemento fundamental para compreendermos a
elaboração de sua identidade e o seu fazer-se como sujeito de ação coletiva, buscamos analisar as
transformações e reconfigurações no interior desse amplo movimento social contemporâneo, em meio
à realidade de embates diretos contra o Estado neoliberal boliviano. As experiências vivenciadas pelos
cocaleros a partir da década de 1980, no contexto da guerra ao narcotráfico defendida pelos EUA,
levaram-lhes a assumir, primeiramente, uma postura defensiva frente às tentativas de erradicação de
sua fonte de subsistência; que gradualmente assumiu a forma de um projeto político próprio, baseado
em demandas de reconhecimento das nações originárias andinas, de maior participação política das
camadas populares e na defesa de uma cultura histórica fundamentada na ancestralidade de suas
práticas e cosmovisão. O recorte temporal de nossa pesquisa abrange o período de 1995, ano em que
foi fundada a ASP a Asamblea por la Soberanía de los Pueblos, organização que daria origem ao
instrumento político cocalero chamado MAS-IPSP, ou Movimiento al Socialismo - Instrumento
Político por la Soberanía de los Pueblos até o ano de 2006, quando o candidato à presidência pelo
MAS-IPSP assumiu pela primeira vez o cargo político mais importante do país. A dissertação tem
como inspiração as produções e reflexões de autores (escritores e documentaristas) que integram a
regionalidade específica conhecida como Sul, os quais, assim como os movimentos sociais bolivianos,
percebem a América Latina e outras regiões do mundo como localidades incorporadas de maneira
subalterna ao processo de globalização hegemônica constatação que conduz a uma iminente reflexão
sobre possíveis perspectivas de descolonização sociopolítica, econômica, cultural e epistêmica dessas
regiões.
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