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Mulher na Ciência: representação ou ficção / Mulher na Ciência: representação ou ficção

Cruz, Joliane Olschowsky da 08 August 2007 (has links)
O objetivo da tese foi visualizar como as imagens das cientistas podem estar contribuindo para a manutenção de um panorama predominantemente masculino na ciência, sobretudo nas ciências duras, em razão de estudiosos de gênero terem identificado discriminação sexista como causa da ausência delas na área. Para tal, usamos o suporte teórico da teoria das Representações Sociais de Moscovici para entender a representação de mulher cientista como fenômeno que se modifica através do tempo e as imagens como fatores intervenientes nesse processo de mudança. O esforço do pensamento humano no intuito de entender a visão e as imagens resultou em teorias para explicar as imagens físicas tangíveis, através da compreensão da luz como veículo para mediar as representações que a mente cria, em imagens mentais, por intermédio da captação das imagens físicas nos olhos. Estudamos então como a transformação dessas teorias, através do tempo, culminou no conceito de imagem da ciência moderna, resultado da busca de objetividade de uma ciência em transformação. A culminação paradigmática na ciência moderna criou condições para a naturalização das imagens fotográficas, e pós-fotográficas, como imagens verdadeiras, introduzindo-as como reais, conceito presente nas mentes atuais. Separamos, assim, as imagens em dois grupos: imagens mentais e imagens físicas, para estudar a participação das últimas nas transformações das primeiras; as imagens mentais são entendidas na concepção das representações sociais. Encontramos, assim, na divulgação científica as imagens aliadas às jornalísticas, de cientistas consideradas aqui como reais. Comparando-as com as das películas cinematográficas de ficção, observamos semelhanças e diferenças para concluir como elas interferem na representação da mulher que trabalha com ciência. Em levantamento das imagens, no período de aproximadamente dez anos, de 1996 a 2007, na divulgação cientifica, gênero literário adotado aqui como interface comunicativa entre a Ciência e o senso comum, vê-se que as representações veiculadas, em imagens e textos, têm se metamorfoseado. Na metade da década de 1990, entrevistas com mulheres cientistas enfocavam sua vida doméstica, ressaltando seu duplo pertencimento: privado e público. Atualmente os artigos têm o mesmo teor das entrevistas com cientistas do sexo masculino, focalizando apenas seu trabalho. Dando visibilidade apenas ao que julgam extraordinário, contudo, reforçam as representações sociais de ciência e de cientista como um ser incomum e superdotado, estereótipo já presente no imaginário do senso comum. O cinema reforça isso ao nos oferecer, ao olhar e à interpretação, imagens de cientistas em tramas verossímeis, porém como personagens cuja complexidade tornaas difíceis de serem espelhados como modelos para futuras cientistas. Dessa maneira, as duas mídias acabam se complementando no reforço de uma representação que perpetua o estado de exclusão das mulheres na ciência. Em lugar de dar visibilidade à Ciência como empreendimento e cientista como um trabalhador comprometido com seu labor, ambas as mídias contribuem para manutenção das coisas como estão: uma imagem que contempla o cientista como um ser superior e do sexo masculino, ainda que tenha se ampliado o número de cientistas mulheres. / This thesis objective is to visualize how women scientists images can contribute for the maintenance of a masculine gender panorama in science. This was identified especially on hard sciences, thanks to studies that found sex discrimination as a cause for scientists women absence. Therefore, we use as support the theory of the Social Representations of Moscovici to make clear the representation of woman scientist as phenomenon that modifies through the time, and images as intervening factors in this changing process. The effort of the human thought to understand the vision and the images, resulted in theories to explain the tangible physical images, through the comprehension of the light as a vehicle to mediate the representations that the mind creates, in mental images, by means of the physical images catching in the eyes. We study then, how the transformation of these theories, across the time, culminated in the concept of image in modern science, as a result of the search of objectivity in a mutant science. The paradigmatic culmination in modern science, created conditions for the naturalization of the photographic images, and post photographic, as \"true images\", introducing them as real, a present concept in the current minds. We separate, so, the images in two groups: mental images and physical images, to study the participation of the last ones into the transformations of the first ones; the mental images are understood in the conception of the social representations. We find then, in the scientific diffusion, the images allied to the journalistic ones, of scientists considered here as real. Comparing them with the ones of the fictions cinematographic films, we observe similarities and differences to conclude as they intervene in representation of the woman who works with science. In survey of the images, about the period of ten years, from 1996 to 2007, in the scientific spreading, the literary genre adopted here as communicative interface between Science and the common sense, it can be seen that the representations propagated in images and texts have metamorphosed. At the half of the decade of 1990, interviews with women scientists focused its domestic life, standing out its double belonging: private and public. Currently the papers have the same aspects of the interviews with scientists of the masculine sex, focusing only its work. They give visibility only to that they judge extraordinary, however, they strengthen the social representations of science and scientist as a uncommon and super endowed being, like a stereotype present in the imaginary mind of the common sense. The cinema reinforce it when offers us to see and make interpretation, images of scientists in likely trams, however as personages whose complexity becomes them difficult to be reflected as models for future scientists. By this way, the two medias complement themselves reinforcing a representation that perpetuates the state of exclusion to the women in science. Instead of giving visibility to Science as an achievement and to put the scientist as a worker compromised to its job, both the medias contribute for maintenance of the things as they are: a image that contemplates scientist like a superior being, even there is more women scientists nowadays.
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Mulher na Ciência: representação ou ficção / Mulher na Ciência: representação ou ficção

Joliane Olschowsky da Cruz 08 August 2007 (has links)
O objetivo da tese foi visualizar como as imagens das cientistas podem estar contribuindo para a manutenção de um panorama predominantemente masculino na ciência, sobretudo nas ciências duras, em razão de estudiosos de gênero terem identificado discriminação sexista como causa da ausência delas na área. Para tal, usamos o suporte teórico da teoria das Representações Sociais de Moscovici para entender a representação de mulher cientista como fenômeno que se modifica através do tempo e as imagens como fatores intervenientes nesse processo de mudança. O esforço do pensamento humano no intuito de entender a visão e as imagens resultou em teorias para explicar as imagens físicas tangíveis, através da compreensão da luz como veículo para mediar as representações que a mente cria, em imagens mentais, por intermédio da captação das imagens físicas nos olhos. Estudamos então como a transformação dessas teorias, através do tempo, culminou no conceito de imagem da ciência moderna, resultado da busca de objetividade de uma ciência em transformação. A culminação paradigmática na ciência moderna criou condições para a naturalização das imagens fotográficas, e pós-fotográficas, como imagens verdadeiras, introduzindo-as como reais, conceito presente nas mentes atuais. Separamos, assim, as imagens em dois grupos: imagens mentais e imagens físicas, para estudar a participação das últimas nas transformações das primeiras; as imagens mentais são entendidas na concepção das representações sociais. Encontramos, assim, na divulgação científica as imagens aliadas às jornalísticas, de cientistas consideradas aqui como reais. Comparando-as com as das películas cinematográficas de ficção, observamos semelhanças e diferenças para concluir como elas interferem na representação da mulher que trabalha com ciência. Em levantamento das imagens, no período de aproximadamente dez anos, de 1996 a 2007, na divulgação cientifica, gênero literário adotado aqui como interface comunicativa entre a Ciência e o senso comum, vê-se que as representações veiculadas, em imagens e textos, têm se metamorfoseado. Na metade da década de 1990, entrevistas com mulheres cientistas enfocavam sua vida doméstica, ressaltando seu duplo pertencimento: privado e público. Atualmente os artigos têm o mesmo teor das entrevistas com cientistas do sexo masculino, focalizando apenas seu trabalho. Dando visibilidade apenas ao que julgam extraordinário, contudo, reforçam as representações sociais de ciência e de cientista como um ser incomum e superdotado, estereótipo já presente no imaginário do senso comum. O cinema reforça isso ao nos oferecer, ao olhar e à interpretação, imagens de cientistas em tramas verossímeis, porém como personagens cuja complexidade tornaas difíceis de serem espelhados como modelos para futuras cientistas. Dessa maneira, as duas mídias acabam se complementando no reforço de uma representação que perpetua o estado de exclusão das mulheres na ciência. Em lugar de dar visibilidade à Ciência como empreendimento e cientista como um trabalhador comprometido com seu labor, ambas as mídias contribuem para manutenção das coisas como estão: uma imagem que contempla o cientista como um ser superior e do sexo masculino, ainda que tenha se ampliado o número de cientistas mulheres. / This thesis objective is to visualize how women scientists images can contribute for the maintenance of a masculine gender panorama in science. This was identified especially on hard sciences, thanks to studies that found sex discrimination as a cause for scientists women absence. Therefore, we use as support the theory of the Social Representations of Moscovici to make clear the representation of woman scientist as phenomenon that modifies through the time, and images as intervening factors in this changing process. The effort of the human thought to understand the vision and the images, resulted in theories to explain the tangible physical images, through the comprehension of the light as a vehicle to mediate the representations that the mind creates, in mental images, by means of the physical images catching in the eyes. We study then, how the transformation of these theories, across the time, culminated in the concept of image in modern science, as a result of the search of objectivity in a mutant science. The paradigmatic culmination in modern science, created conditions for the naturalization of the photographic images, and post photographic, as \"true images\", introducing them as real, a present concept in the current minds. We separate, so, the images in two groups: mental images and physical images, to study the participation of the last ones into the transformations of the first ones; the mental images are understood in the conception of the social representations. We find then, in the scientific diffusion, the images allied to the journalistic ones, of scientists considered here as real. Comparing them with the ones of the fictions cinematographic films, we observe similarities and differences to conclude as they intervene in representation of the woman who works with science. In survey of the images, about the period of ten years, from 1996 to 2007, in the scientific spreading, the literary genre adopted here as communicative interface between Science and the common sense, it can be seen that the representations propagated in images and texts have metamorphosed. At the half of the decade of 1990, interviews with women scientists focused its domestic life, standing out its double belonging: private and public. Currently the papers have the same aspects of the interviews with scientists of the masculine sex, focusing only its work. They give visibility only to that they judge extraordinary, however, they strengthen the social representations of science and scientist as a uncommon and super endowed being, like a stereotype present in the imaginary mind of the common sense. The cinema reinforce it when offers us to see and make interpretation, images of scientists in likely trams, however as personages whose complexity becomes them difficult to be reflected as models for future scientists. By this way, the two medias complement themselves reinforcing a representation that perpetuates the state of exclusion to the women in science. Instead of giving visibility to Science as an achievement and to put the scientist as a worker compromised to its job, both the medias contribute for maintenance of the things as they are: a image that contemplates scientist like a superior being, even there is more women scientists nowadays.

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