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A imagem do Nordeste no jornalismo brasileiro no contexto dos anos 70 e 80 através de fotografias e textos do Jornal do BrasilGUEDES, Luciana Caravelas Cesar January 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006 / O objeto deste estudo é analisar que imagem o Jornal do Brasil veiculou sobre o
Nordeste brasileiro nos anos 70 e 80. Procura verificar como o contexto social e
político influenciaram nas representações sociais do Nordeste brasileiro na imprensa
nacional; detectar de que forma o campo jornalístico contribuiu na construção da
identidade nordestina e na reprodução de estereótipos; identificar como as fotografias e
as matérias jornalísticas revelam o cotidiano, o povo, os políticos, a cultura e a
economia nordestina.
Trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo, documental, feita a partir da
análise de conteúdo de cerca de 500 reportagens veiculadas no Jornal do Brasil sobre a
região, produzidas pela sucursal de Recife; bem como foi examinado o suplemento
especial anual do jornal, chamado Caderno Nordeste, do período de 1975 a 1981. O
estudo analisa, ainda, 60 fotografias do repórter fotográfico Natanael Guedes,
buscando identificar as representações sociais contidas nas imagens e de que maneira
seu estilo profissional, seu apego à região interferem na produção dessas imagens.
A pesquisa ancorou-se em abordagens sociológicas da contemporaneidade,
como, por exemplo, e a idéia de identidade cultural múltipla, contraditória, híbrida,
móvel, defendida por Stuart Hall, Manuel Castells, Ernesto Laclau e Chantal Mouffe; a
concepção da região Nordeste enquanto imagem e espaço construídos, representação
social, identificadas nas obras de autores como Gilberto Freyre, José Lins do Rego,
Raquel de Queiroz, Graciliano Ramos, Durval de Albuquerque, Djacir Menezes, Josué
de Castro; bem como o conceito de campo social, desenvolvido por Pierre Bourdieu,
especificamente o de campo e de habitus jornalístico.
Os dados revelam que o Nordeste das décadas de 70 e 80 apresenta-se com
imagens híbridas, multifacetadas, fragmentadas, com graves problemas sociais, como,
por exemplo, enchente, seca e miséria, mas também rico, que se desenvolve
economicamente, se industrializando; um Nordeste que reivindica, sabe o que quer.
Nordeste de retirantes, mas também com políticos, artistas e intelectuais de projeção
nacional. Nordeste repleto de praias bonitas, calmas e de águas mornas, com uma
cultura e gastronomia diversificada. Nordeste de gente pacífica, mas também que faz
greve, briga, comete violência. Nordeste estratégico para o governo central, mas
também que quer ser independente. Nordeste onde o moderno convive com o arcaico;
o presente se mistura cotidianamente com o passado.
O olhar do repórter fotográfico Natanael Guedes, o campo profissional do
jornalismo, a linha editorial do Jornal do Brasil, o cenário político, econômico e social
da época, tudo isso contribuiu para a veiculação de várias imagens nordestinas que o
JB mostrou nos anos 70 e 80. Assim, o que se tem não é Nordeste brasileiro, uma
região unitária, homogênea, mas Nordestes brasileiros, uma região híbrida que produz
identidades híbridas, heterogêneas, complexas e contraditórias.
Palavras-chaves: Fotojornalismo; jornalismo; Jornal do Brasil; Natanael Guedes;
Nordeste
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