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Etiologia da podridão olho de boi da maçã no Brasil / Etiology of the bull’s eye rot of apple in BrazilBonfim, Bianca Samay Angelino 21 February 2017 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Fitopatologia, 2017. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2017-03-31T20:04:12Z
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2017_BiancaSamayAngelinoBonfim.pdf: 1074842 bytes, checksum: 4d1edc3bbc2f110de3b7d9cb95124ed3 (MD5) / O cultivo comercial da macieira no Brasil iniciou-se na década de 70 e atualmente constitui uma atividade econômica de grande importância para a região Sul, cuja produção corresponde a 99% do total produzido no país. Apesar dos altos índices de produção, a produtividade da cultura é reduzida devido a ocorrência de pragas e doenças. Entre as principais doenças, as podridões pós-colheita destacam-se pelas perdas mais elevadas em relação as ocorridas no campo, pois além dos custos de produção, são adicionadas despesas de colheita, classificação, embalagem, transporte, armazenamento e comercialização. A podridão olho de boi é uma doença pós-colheita causada por um complexo de espécies do gênero Neofabraea, sendo que a ocorrência de cada táxon varia de acordo com a região geográfica. Por exemplo, N. alba é a única espécie relatada no Chile enquanto que N. alba, N. kienholzii e N. perennans já foram registradas na Polônia. O primeiro relato da podridão olho de boi no Brasil ocorreu em 1995 e até 2016, o agente etiológico da doença foi identificado como N. perennans. A identificação foi baseada principalmente nas características morfológicas, no entanto, estudos recentes demonstram a importância da inclusão de dados moleculares para a diferenciação das espécies. Portanto, esse trabalho tem o objetivo de identificar e caracterizar morfomolecularmente as espécies de Neofabraea associadas a podridão olho de boi e avaliar a agressividade e o crescimento micelial dos isolados em diferentes temperaturas. Os isolados foram obtidos de frutos sintomáticos coletados em Campo Belo do Sul-SC, Fraiburgo-RS, São Joaquim-SC e Vacaria-RS para extração do DNA genômico e amplificação parcial do gene da β-tubulina. Entre os 92 isolados identificados, 10 espécimes provenientes de Fraiburgo (4) e Vacaria (6) pertencem a N. actinidiae e 82 isolados obtidos em Campo Belo do Sul (15), Fraiburgo (36), São Joaquim (12) e Vacaria (19) pertencem a Neofabraea sp., indicando que a podridão olho de boi no Brasil é causada por duas espécies do gênero Neofabraea. Para a identificação precisa, isolados representativos de cada espécie e localidade foram selecionados para sequenciamento das regiões ITS, LSU, e RPB2 e para a caracterização morfológica. Após a abordagem morfomolecular, conclui-se que Neofabraea sp. e N. actinidiae ocorrem na proporção 8:1, sendo que Neofabraea sp. ocorre em Campo Belo do Sul-SC, Fraiburgo-SC, São Joaquim-SC e Vacaria-RS enquanto N. actinidiae foi encontrada somente em Fraiburgo e Vacaria. Adicionalmente, esse é o primeiro relato de N. actinidiae causando a podridão olho de boi da maçã. Isolados representativos de cada espécie e localidade foram utilizados para avaliação da agressividade e do crescimento micelial a 5°C, 17°C e 25 ºC. A agressividade foi determinada pelo tamanho das lesões em frutos de maçãs ‘Fuji’ ocasionadas pela inoculação de uma suspensão de conídios e o crescimento micelial pelo tamanho do diâmetro das colônias cultivadas em extrato de malte ágar. Após os testes, verifica-se que Neofabraea sp. é mais agressiva que N. actinidiae e que existe uma variação fisiológica intraespecífica para o crescimento micelial e a agressividade dos isolados sob diferentes temperaturas. / The commercial cultivation of apple trees in Brazil began in the 1970's and it is currently an economic activity of great importance in the country´s southern region, which accounts for 99% of the total domestic production. Despite the high fruit yields, crop productivity is limited by the occurrence of pests and diseases. Among the main diseases, postharvest rot losses are higher than field losses, due to the associated costs of harvesting, sorting, packaging, transportation, storage and commercialization. The bull’s eye rot is a post-harvest disease caused by a complex of species of the genus Neofabraea, and the occurrence of each taxon varies according to geographic region. For example N. alba is the only species reported in Chile whereas N. alba, N. kienholzii and N. perennans have already been recorded in Poland. The first report of bull’s eye rot in Brazil was made in 1995 and, until 2016, the etiological agent of the disease was identified as N. perennans. The identification was mainly based on the morphological characters, however, recent studies demonstrate the importance of the inclusion of molecular data for species differentiation. Therefore, this work aimed to identify and characterize morphologically and molecularly the Neofabraea species associated with bull’s eye rot and to evaluate the aggressiveness and mycelial growth of the isolates at different temperatures. The isolates were obtained from symptomatic fruits collected in Campo Belo do Sul-SC, Fraiburgo-RS, São Joaquim-SC and Vacaria-RS for extraction of genomic DNA and partial amplification of the β-tubulin gene. Among the 92 isolates identified, 10 specimens from Fraiburgo (4) and Vacaria (6) were shown to belong to N. actinidiae, while 82 isolates obtained from Campo Belo do Sul (15), Fraiburgo (36), São Joaquim (12) and Vacaria (19) were determined to belong to Neofabraea sp., indicating that bull’s eye rot in Brazil is caused by two species of the genus Neofabraea. For the precise identification, representative isolates of each species and locality were selected for sequencing of the ITS, LSU, and RPB2 regions and for the morphological characterization. After the morphomolecular approach, we concluded that Neofabraea sp. and N. actinidiae occur in the ratio 8:1, and Neofabraea sp. occurs in Campo Belo do Sul-SC, Fraiburgo-SC, São Joaquim-SC and Vacaria-RS whereas N. actinidiae was found only in Fraiburgo and Vacaria. Furthermore, this is the first report of N. actinidiae causing apple bull’s eye rot. Representative isolates of each species and locality were used to evaluate aggressiveness and mycelial growth at 5 ° C, 17 ° C and 25 ° C. Aggressiveness was determined by the size of lesions on 'Fuji' apple fruits following inoculation of a conidial suspension. Mycelial growth rates were determined by the size of the colonies grown in agar malt extract. Neofabraea sp. was consistently more aggressive than N. actinidiae. Additionally, an intraspecific physiological variation was found for the mycelial growth rate and isolate aggressiveness to fruits under different temperatures.
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