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TERRITÓRIO DA PROSTITUIÇÃO E INSTITUIÇÃO DO SER TRAVESTI EM PONTA GROSSA – PR

Ornat, Marcio Jose 28 January 2008 (has links)
Made available in DSpace on 2017-07-21T18:13:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Marcio Ornat.pdf: 3712962 bytes, checksum: 1f82e572b2b4bbf69b69dea9d2e9f612 (MD5) Previous issue date: 2008-01-28 / The objective of this work is to understand the co-relation between the territory of travesti prostitution and the institution of the subject travesti in the city of Ponta Grossa, Parana. The linearity between sex, gender, sexual practices and sexual desire is a common feature of contemporary western society that seeks at all costs to keep explanations of the order based on the heterosexual nature of the bodies and behaviour. From this perspective the subjects that do not correspond to the standards established are considered deviant, patients and many qualitative created to classify the society and maintain their alleged natural order. The focus group elected to this search is precisely that which defies simplistic explanations and complexifica the established order, the travesti. We use this term to appoint people that they identified and that, in their majority, were involved with the activity of prostitution. The spatiality developed by travestis are elements of fundamental importance in the existence of the group, even if marginal. The space determines the positions of subjects, composed relations of forces, and guides the choices and their understanding of the reality. After the analysis of all interviews conducted with the focus group of travestis, found a set of 906 evocations for relations established in the family, relations of conjugality, and the relationship between this group and travestis with residents and police. The spatiality that comprise the memoirs travestis simultaneously create the bonds of affection the group of belonging and differentiation among other groups. It’s constitute of experience travesti and identity travestis, heteronormativity related to reproduction, as well as their transgression. The main spatiality mentioned in the speeches of the travestis were related to the house, the urban space, and the territory. The experiences which are experienced by travestis, related to home and the urban space, are shared in the group by promoting processes of identification, a process that flow for space that becomes territory. It is the experience of the area, established by rules and behaviors oriented to the bodies, which produce the identities travestis, achieving locate these people to other social groups. However, the positions of subjects are mobile in central and margin, as the territory of travestis prostitution is relational, involving configurations of power between the subjects that shape relations. The territory consists of multiple dimensions, as the transvestite in each of them is in center and margin of power relations. This is possible various location of travestis that can subvert the order of forces between me and other, because they are both separate and connected. The territory is a place to get gains from the marketing of sexual practices, but also an important element in the constitution of being travestis, as a place of learning to be travestis. Territory that is made and constituent, as well as body, sex, gender, desire and life. / O objetivo deste trabalho é compreender a co-relação existente entre o território da prostituição travesti e a instituição do sujeito travesti na cidade de Ponta Grossa, Paraná. A linearidade entre sexo, gênero, prática sexual e desejo sexual é uma característica comum da sociedade ocidental contemporânea que procura a todo custo manter explicações da ordem heterossexual baseadas na natureza dos corpos e comportamentos. Sob esta perspectiva os sujeitos que não correspondem aos padrões estabelecidos são considerados desviantes, doentes e outros tantos qualificativos criados para classificar a sociedade e manter sua pretensa ordem natural. O grupo focal eleito para esta pesquisa é justamente aquele que desafia as explicações simplistas e complexifica a ordem estabelecida, as travestis. Utilizamos este termo para nomear as pessoas que assim se identificavam e que, em sua maioria, estavam envolvidas com a atividade da prostituição. As espacialidades desenvolvidas pelas travestis são elementos de fundamental importância na existência do grupo, mesmo que marginal. O espaço condiciona as posições de sujeitos, compõe relações de forças, e orienta as escolhas e sua apreensão da realidade. Assim, após a análise de todas as entrevistas realizadas com o grupo focal das travestis, detectamos um conjunto de 906 evocações referentes às relações estabelecidas na família, relações de conjugalidade, e relação entre as travestis e deste grupo com moradores e policiais. As espacialidades que compõem as memórias travestis simultaneamente criam os laços de afetividade do grupo de pertença e a diferenciação entre outros grupos. São constituidoras da experiência travesti e da identidade travesti, relacionadas a reprodução da heteronormatividade, bem como de sua transgressão. As principais espacialidades evocadas nas falas das travestis estavam relacionadas a casa, ao espaço urbano, e ao território. As experiências que são vividas pelas travestis, relacionadas a casa e ao espaço urbano, são compartilhadas no grupo, promovendo processos de identificação, processo que conflui para o espaço que se torna território. É a vivência do território, instituído por normas e comportamentos orientados aos corpos, que produzem as identidades travestis, conseguindo localizar estas pessoas perante outros grupos sociais. Porém, as posições de sujeitos são móveis, em centro e margem, pois o território da prostituição travesti é relacional, envolvendo configurações de poder entre os sujeitos que configuram as relações. O território é constituído por múltiplas dimensões, podendo a travesti em cada uma delas se encontrar em centro e margem de relações de poder. É esta possível plurilocalização das travestis que pode subverter a ordem de forças entre eu e outro, pois estes são simultaneamente separados e conectados. O território é um local de obtenção de ganhos da comercialização das práticas sexuais, mas também um elemento importante na constituição do ser travesti, como um local de aprendizado do ser travesti. Território que é constituído e constituínte, assim como corpo, o sexo, o gênero, o desejo e a vida.
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Normas e práticas promovidas pelo ensino de ciências por investigação: a constituição da sala de aula como comunidade de práticas / Norms and practices promoted by inquiry-based teaching: the constitution of the classroom as a community of practices

Nascimento, Luciana de Abreu 22 February 2018 (has links)
Nesta pesquisa buscamos investigar e caracterizar normas e práticas culturais produzidas em aulas de Ciências organizadas pelo Ensino de Ciências por Investigação. Metodologicamente, o trabalho foi estruturado em duas etapas. Na primeira dessas, de cunho teórico, trazemos a articulação de referenciais que debatem o conceito de cultura; a discussão sobre cultura científica e sobre as normas sociais que organizam o processo de construção de conhecimento nas comunidades cientificas; e algumas implicações dessa discussão para o ensino de ciências. Dos estudos sobre cultura, aproximamo-nos de autores que trazem contribuições para pensá-la como maneiras de fazer socialmente construídas a partir dos repertórios disponíveis a um grupo, como práticas que se revestem de sentido nas ações cotidianas de sujeitos que lidam com as normas e empregam de forma criativa aquilo que recebem. Para pensar essas práticas no contexto do ensino de ciências, apresentamos algumas proposições sobre o ensino de ciências como prática que defendem que a disciplina de Ciências se organize em torno de dimensões conceituais, sociais, epistêmicas e materiais do trabalho científico, a fim de criar oportunidades para que os estudantes reconstruam e aprofundem suas ideias e explicações sobre o mundo natural, enquanto se engajam em processos simplificados de trabalho científico. Como uma possibilidade de promoção das quatro dimensões do trabalho científico em sala de aula, apontamos o Ensino de Ciências por Investigação que, em suas diferentes abordagens, preconiza que as atividades promovidas em sala de aula aproximem os estudantes de práticas investigativas. Na etapa empírica desta tese, apresentamos a análise qualitativa de três aulas de ciências que compõem a Sequência de Ensino Investigativa Navegação e Meio Ambiente, adotando como fontes de dados seu planejamento e o registro audiovisual de sua implementação em um 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública paulistana. Nessas aulas, buscamos evidências de quais normas culturais estavam vigentes e organizavam o processo de construção e apreciação de explicações para os problemas propostos nas atividades da sequência. Já para discussão das práticas, buscamos descrever operações realizadas pela professora e pelos estudantes que nos indicavam como, naquela sala, eram produzidas e partilhadas práticas similares às desenvolvidas pelos membros de comunidades científicas no processo de construção de conhecimento. Como resultado desta pesquisa, destacamos que no planejamento da sequência analisada existem orientações que abrangem as quatro dimensões propostas para o ensino de ciências como prática e que essas aparecem com maior ou menor enfoque, conforme os objetivos, procedimentos e exercícios de cada atividade. Destacamos, também, a identificação de uma relação entre a vigência de normas que garantem um processo de criticidade durante o enfrentamento dos problemas propostos e a experiência de práticas ligadas ao processo não só de comunicação, mas de avaliação e validação de explicações. Percebemos, ainda, que à medida em que os estudantes e sua professora se engajaram nas atividades, negociaram sentidos para os problemas propostos e adotaram o repertório disponibilizado pela sequência, puderam se constituir como uma comunidade de práticas. / In this research we aimed to investigate and characterize cultural norms and practices produced in science classes organized by the Inquiry-Based Teaching. Methodologically, this work was structured in two stages. In the first of these, with a theoretical nature, we bring the articulation of references that debate the concept of culture; the discussion about scientific culture and the social norms that organize the process of knowledge construction in scientific communities; and some implications of this discussion for science teaching. From the studies on culture, we present authors who bring contributions to think about this concept as socially constructed ways of act created from the repertoires available to a group, as practices that are meaningful in the everyday actions of subjects that deal with norms and creatively use what they receive. To think about these practices in the context of science teaching, we present some propositions about science teaching as practice. These propositions advocate that the discipline of science should be organized around the conceptual, social, epistemic and material dimensions of scientific work in order to create opportunities for students to reconstruct and deepen their ideas and explanations of the natural world while engaging in simplified processes of scientific work. As a possibility to promote the four dimensions of scientific work in the classroom, we point to Inquiry-Based Teaching which, in its different approaches, advocates that the activities promoted in the classroom bring students closer to investigative practices. In the empirical stage of this thesis, we present the qualitative analysis of three science activities that compose the Inquiry-Based Teaching Sequence \"Navigation and Environment\", adopting as data sources its planning and the audiovisual record of its implementation in a 3rd year of Elementary School of a public school in São Paulo. In these classes, we searched for evidence of what cultural norms were in force and organized the process of constructing and appreciating explanations for the problems proposed in the sequence. To discuss the practices, we sought to describe the operations carried out by the teacher and the students that showed us how, in that room, practices similar to those developed by the members of scientific communities in the process of knowledge construction were produced and shared. As a result of this research, we highlight that in the planning of the analyzed sequence there are guidelines that cover the four dimensions proposed for teaching science as practice and that these appear with greater or lesser focus, according to the objectives, procedures and exercises of each activity. We also highlight the identification of a relationship between the validity of norms that guarantee a critical process during the confrontation of the proposed problems and the experience of practices related to the process of not only communication, but also evaluation and validation of explanations. We also realized that as the students and their teacher engaged in the activities, they negotiated meanings for the problems proposed and adopted the repertoire made available by the sequence, they could constitute a community of practices.

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