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Arborização viária como patrimônio municipal de Campinas/SP: histórico, situação atual e potencialidades no Bairro Cambuí / Street arborization as municipal patrimony of Campinas/SP: historic, current situation and potentialities at Cambuí neighborhoodAguirre Junior, José Hamilton de 13 October 2008 (has links)
O Bairro Cambuí surge com o início do povoamento da cidade de Campinas, no século XVIII, pelas incursões dos bandeirantes pelo interior do Brasil, através de uma estrada rústica que passava pelo local, denominada caminho dos Goiazes; um dos descampados, campinhos ou campinas do qual a cidade originou-se corresponde às proximidades da atual Praça XV de Novembro. O nome do bairro se deve à presença abundante, na época, da espécie denominada cambuí, Myrciaria tenella (DC.) O.Berg., em sua área, que a população, originalmente, chamava de cambuizal. O bairro constituiu-se, inicialmente, em morada e habitação para prostitutas e negros escravos, fugidos e libertos, tendo relação direta com essa importante etnia; posteriormente, passou a ser residência da nova elite cafeeira em ascensão. O ajardinamento público, a arborização viária do bairro, e da cidade de Campinas foram realizados para, juntamente à outras melhorias urbanas, transformar suas péssimas condições sanitárias, resgatando a auto-estima do campineiro e a sua qualidade de vida, após várias epidemias, que dizimaram e expulsaram parcela significativa de sua população. O acúmulo de capital oriundo da cultura do café permitiu a criação do grande patrimônio arbóreo, tanto do bairro, atualmente, com 47.000 moradores, quanto de Campinas, referendando-a. Realizou-se o censo da arborização viária do bairro, totalizando 2.087 árvores vivas, distribuídas em 117 espécies, 94 gêneros e 42 famílias identificadas, 21 indivíduos arbóreos e 12 palmeiras não identificadas, além, de 74 mortas. Existem 25,2 árvores a cada Km de calçada evidenciando uma carência, de 74,8 árvores/Km, nos seus 82.880m de passeio, resultando num total de 6.199 indivíduos, segundo a Lei 11.571. A espécie predominante foi a sibipiruna, Caesalpinia pluviosa DC., com 261 indivíduos (12,51%). As nativas representaram 1.117 exemplares (53,5%), distribuídas em 46 espécies; as exóticas, 937 (44,9%). As 10 primeiras espécies concentram (54,2%), 1.131 árvores, destacando-se a presença de 5 nativas e 5 exóticas (2 delas arbustivas); a primeira colocada desta categoria, a pata de vaca, Bauhinia variegata L., com 129 indivíduos (6,18%). Os principais problemas foram: afloramentos de raiz (24,39%), árvores desequilibradas por poda (22,62%), pragas (6,09%) e doença (1,39%). As substituições recomendadas por risco, sub-aproveitamento do local de plantio (pela utilização de arbustos), senescência das árvores e morte totalizam 497 indivíduos (23,81%). A falta de fiscalização, planejamento, acompanhamento e manejo técnicos, práticas adequadas por parte das concessionárias de serviços públicos aéreos e subterrâneos, a especulação imobiliária, prestadores de serviços, comércio, a própria população, o tráfego intenso e a poluição de veículos, tornam crítico o estado atual dessa arborização, ameaçando a história do bairro. Este bem comum deve ser o foco de políticas públicas que garantam a sua efetiva proteção. Como um dos benefícios à municipalidade, destaca-se, a área ocupada pela copa das árvores (13,92ha), superior à de várias áreas verdes centrais municipais. / The Cambuí neighborhood first appears with the start of the colonization in the city of Campinas in the century XVIII, by the bandeirantes incursions crossing the interior of Brazil, utilizing a rustic road which was located in the region denominated Goiazes way. One of the open descampados, campinhos , or campinas which the city originated from is near the XV de novembro square. It was named after the common presence, at that time, of the species denominated cambuí, Myrciaria tenella (DC.) O.Berg., in its area which the population called cambuizal and subsequently, Cambuí. The neighborhood was, initially, residence of prostitutes and black slaves, escaped and free, having a close relation with this important ethnic group; later on it became residence of the coffees new elite. The public gardening, the street arborization in the neighborhood and in the city of Campinas were realized, with other urban improvements, to transform its bad sanitary conditions and to recover the self esteem of Campinas citizen and his quality of life, after many epidemies, that decimated and banned significant portion of its population. The accumulation of capital produced in the coffee culture, allowed the creation of the big patrimony of the neighborhood, currently with 47.000 inhabitants, and as of Campinas and which transformed the city, making it a reference. The cense of the neighborhoods street arborization was carried out, totalizing 2.087 of live trees, distributed in 117 species, 94 genus and 42 families identified, furthermore, 74 dead. There are 25,2 trees on each Km of sidewalk, resulting in a less of 6.199 individuals, according the law 11.571. The predominant species was the sibipiruna, Caesalpinia pluviosa DC., with 261 individuals (12,52%). The natives represented 1.117 exemplaries (53,5%), distributed in 46 species; the exotics 937 (44,9%). The 10 first species concentrated (54,2%), 1.131 trees, highlighting the presence of 5 natives an 5 exotic (2 of it shrubs); the first classified on this category, the pata de vaca, Bauhinia variegata L., with 123 individuals (5,9%). Its main problems were: raising of roots (24,39%), lost balanced trees by prune (22,62%) plagues (6,09%) and disease (1,39%). It was indicated 497 individuals (23,81%) to be substituted and 1.470 potential places to immediate planting. The lack of control, planning, technical handle, adequate practices of the concessionaries of aerial and underground public services, real state speculation, commerce, own population, intense traffic and pollution of vehicles, make the current state this arborization critical, menacing the history of the neighborhood. This common area must be the focus of public politics to guarantee its effective protection. As one of the benefits to the municipalities, it stands out the fact that the area occupied by trees tops (13,92ha) is higher than many municipally central green areas.
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Arborização viária como patrimônio municipal de Campinas/SP: histórico, situação atual e potencialidades no Bairro Cambuí / Street arborization as municipal patrimony of Campinas/SP: historic, current situation and potentialities at Cambuí neighborhoodJosé Hamilton de Aguirre Junior 13 October 2008 (has links)
O Bairro Cambuí surge com o início do povoamento da cidade de Campinas, no século XVIII, pelas incursões dos bandeirantes pelo interior do Brasil, através de uma estrada rústica que passava pelo local, denominada caminho dos Goiazes; um dos descampados, campinhos ou campinas do qual a cidade originou-se corresponde às proximidades da atual Praça XV de Novembro. O nome do bairro se deve à presença abundante, na época, da espécie denominada cambuí, Myrciaria tenella (DC.) O.Berg., em sua área, que a população, originalmente, chamava de cambuizal. O bairro constituiu-se, inicialmente, em morada e habitação para prostitutas e negros escravos, fugidos e libertos, tendo relação direta com essa importante etnia; posteriormente, passou a ser residência da nova elite cafeeira em ascensão. O ajardinamento público, a arborização viária do bairro, e da cidade de Campinas foram realizados para, juntamente à outras melhorias urbanas, transformar suas péssimas condições sanitárias, resgatando a auto-estima do campineiro e a sua qualidade de vida, após várias epidemias, que dizimaram e expulsaram parcela significativa de sua população. O acúmulo de capital oriundo da cultura do café permitiu a criação do grande patrimônio arbóreo, tanto do bairro, atualmente, com 47.000 moradores, quanto de Campinas, referendando-a. Realizou-se o censo da arborização viária do bairro, totalizando 2.087 árvores vivas, distribuídas em 117 espécies, 94 gêneros e 42 famílias identificadas, 21 indivíduos arbóreos e 12 palmeiras não identificadas, além, de 74 mortas. Existem 25,2 árvores a cada Km de calçada evidenciando uma carência, de 74,8 árvores/Km, nos seus 82.880m de passeio, resultando num total de 6.199 indivíduos, segundo a Lei 11.571. A espécie predominante foi a sibipiruna, Caesalpinia pluviosa DC., com 261 indivíduos (12,51%). As nativas representaram 1.117 exemplares (53,5%), distribuídas em 46 espécies; as exóticas, 937 (44,9%). As 10 primeiras espécies concentram (54,2%), 1.131 árvores, destacando-se a presença de 5 nativas e 5 exóticas (2 delas arbustivas); a primeira colocada desta categoria, a pata de vaca, Bauhinia variegata L., com 129 indivíduos (6,18%). Os principais problemas foram: afloramentos de raiz (24,39%), árvores desequilibradas por poda (22,62%), pragas (6,09%) e doença (1,39%). As substituições recomendadas por risco, sub-aproveitamento do local de plantio (pela utilização de arbustos), senescência das árvores e morte totalizam 497 indivíduos (23,81%). A falta de fiscalização, planejamento, acompanhamento e manejo técnicos, práticas adequadas por parte das concessionárias de serviços públicos aéreos e subterrâneos, a especulação imobiliária, prestadores de serviços, comércio, a própria população, o tráfego intenso e a poluição de veículos, tornam crítico o estado atual dessa arborização, ameaçando a história do bairro. Este bem comum deve ser o foco de políticas públicas que garantam a sua efetiva proteção. Como um dos benefícios à municipalidade, destaca-se, a área ocupada pela copa das árvores (13,92ha), superior à de várias áreas verdes centrais municipais. / The Cambuí neighborhood first appears with the start of the colonization in the city of Campinas in the century XVIII, by the bandeirantes incursions crossing the interior of Brazil, utilizing a rustic road which was located in the region denominated Goiazes way. One of the open descampados, campinhos , or campinas which the city originated from is near the XV de novembro square. It was named after the common presence, at that time, of the species denominated cambuí, Myrciaria tenella (DC.) O.Berg., in its area which the population called cambuizal and subsequently, Cambuí. The neighborhood was, initially, residence of prostitutes and black slaves, escaped and free, having a close relation with this important ethnic group; later on it became residence of the coffees new elite. The public gardening, the street arborization in the neighborhood and in the city of Campinas were realized, with other urban improvements, to transform its bad sanitary conditions and to recover the self esteem of Campinas citizen and his quality of life, after many epidemies, that decimated and banned significant portion of its population. The accumulation of capital produced in the coffee culture, allowed the creation of the big patrimony of the neighborhood, currently with 47.000 inhabitants, and as of Campinas and which transformed the city, making it a reference. The cense of the neighborhoods street arborization was carried out, totalizing 2.087 of live trees, distributed in 117 species, 94 genus and 42 families identified, furthermore, 74 dead. There are 25,2 trees on each Km of sidewalk, resulting in a less of 6.199 individuals, according the law 11.571. The predominant species was the sibipiruna, Caesalpinia pluviosa DC., with 261 individuals (12,52%). The natives represented 1.117 exemplaries (53,5%), distributed in 46 species; the exotics 937 (44,9%). The 10 first species concentrated (54,2%), 1.131 trees, highlighting the presence of 5 natives an 5 exotic (2 of it shrubs); the first classified on this category, the pata de vaca, Bauhinia variegata L., with 123 individuals (5,9%). Its main problems were: raising of roots (24,39%), lost balanced trees by prune (22,62%) plagues (6,09%) and disease (1,39%). It was indicated 497 individuals (23,81%) to be substituted and 1.470 potential places to immediate planting. The lack of control, planning, technical handle, adequate practices of the concessionaries of aerial and underground public services, real state speculation, commerce, own population, intense traffic and pollution of vehicles, make the current state this arborization critical, menacing the history of the neighborhood. This common area must be the focus of public politics to guarantee its effective protection. As one of the benefits to the municipalities, it stands out the fact that the area occupied by trees tops (13,92ha) is higher than many municipally central green areas.
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