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Caos e pós-modernidade na cultura pernambucana - a estética do mangue

Romário Saldanha Neto, Manuel January 2004 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T18:37:36Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo8316_1.pdf: 3301977 bytes, checksum: 493f5d6a27e6bd79f7dd21d1c1a48162 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2004 / Buscando explicitar as bases econômicas, sociais e políticas do que veio a denominar-se movimento mangue , a presente monografia caminhou no sentido de fazer um estudo interdisciplinar, concretando ao final uma pesquisa plástica. Com vistas, mostrar os liames profundos que unem o universo do fazer artístico às relações da sociedade pernambucana, deu-se ênfase ao período que vai de 1990 à 2000. Nesta perspectiva, explicitamos, ao longo do texto, certas referências simbólicas arquetípicas de homem, natureza e cultura do universo imaginário nordestino, tais como, resistência, fome, seca e pobreza , que permeiam profundamente o discurso da cultura Mangue, marcado pela fusão do imaginário do sertão com o imaginário do litoral pernambucano. A partir de autores, tais como: Euclides da Cunha, Gilberto Freyre e Josué de Castro, objetivamos melhor estudar e compreender o referido movimento cultural. Além de buscar compreender criticamente o processo de pós-modernização da sociedade pernambucana, buscamos mostrar, principalmente através de dados estatísticos e recortes jornalísticos, a emergência do referido movimento, enquanto representação e identidade da cidade do Recife. Por fim, buscamos traçar um quadro comparativo entre o presente movimento cultural e a questão do avanço da cidadania, buscando desta forma explicitar as linhas emancipatórias ou conservadoras presentes na cena social da cidade do Recife e do Estado de Pernambuco. Ao analisar o que veio a configurar-se como Movimento Mangue , encontramos em sua gênese pensadores, tais como Euclides da Cunha (1866-1909), que em sua obra os sertões descreve a base natural e cultural sobre a qual repousa a representação do homem nordestino, principalmente do interior. Nos capítulos que compõem a referida obra, encontramos a dialética entre o sul do Brasil moderno e o nordeste arcaico nas figuras emblemáticas de uma luta entre o sul republicano, industrial e positivista e o nordeste agrário, arcaico e messiânico. A nível da esfera mais íntima desta dialética, encontramos a figura dos políticos/coronéis/jagunços e latifúndios x a figura do povo desapropriado, místico e violento. O binômio contraditório Pobreza e Riqueza , no âmbito pernambucano, é explicitado na luta entre um interior estadual abandonado à pobreza e à violência de suas políticas internas, x a faixa litorânea detentora do poder decisório e da riqueza, marcado pela violência do trabalho escravo. Seria ingênuo de nossa parte destacarmos tais expressões concreto-simbólicas do jogo de interesses e influências que o capitalismo (Marx e Engels, 1845), já mundializado, exercia no desenvolvimento do universo brasileiro e nordestino. O atual momento cultural pernambucano será, pois, um dos pontos de culminância mais crítico do projeto de pós-modernização brasileiro, em sua seção nordestina, onde a paulatina falência do processo agro-industrial levará o Estado a direcionar seus investimentos para o setor terciário (serviços e turismo) como forma de suprimir suas carências sócioeconômicas de sobrevivência. Este estado de pós-modernidade (Vide Josué de Castro, Fome um Tema Proibido e Chico Science, da Lama ao Caos, do Caos à Lama) trará em si a implantação superficial das novas tecnologias na administração política, na produção econômica e na vida cotidiana da sociedade, aliando mais uma vez, devido aos mecanismos históricos de concentração de riqueza, o desenvolvimento à pobreza. Nossa hipótese de pesquisa é que a emergência da Cultura Mangue se afirmará como resposta e resistência à desconstrução político-econômica e social pela qual tem passado o Estado de Pernambuco. Dando-se ênfase, do início ao fim desta dissertação, à vida comum como expressão par excellence do referido movimento artístico cultural, tentou-se desta forma desmistificar o processo do fazer artístico , da obra de arte e do artista , como algo excepcional. Nesta perspectiva, o viver ou sobreviver cotidiano é a base e síntese da obra de arte em essência. Por fim, conectando o nível da hermenêutica histórica, buscou-se explicitar a complexidade das mudanças sociais, políticas e econômicas pelas quais tem passado o Estado de Pernambuco, com o seu atual momento simbólico-cultural, tentando apresentar, de uma forma mais abrangente, a sociedade pernambucana. Admitimos, finalmente, que, uma vez explicitada a hipótese da existência de uma estética particular presidindo a dimensão cultural da sociedade pernambucana, afirmamos, que esse mesmo olhar mostra-se mais como um recorte ou leitura sobre a realidade, não pretendendo de forma alguma esgotar a infinidade e vastidão do assunto, servindo apenas como mais uma abertura e subsídio ao debate e a melhor compreensão da atual realidade pernambucana

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