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O sobrevivente insalvável : tempo e imagem em "A quarta cruz" de Weydson Barros Leal / The unsaveable survivor : time and image in "The fourth cross" by Weydson Barros LealMarinho, Danielle, 1991- 28 August 2018 (has links)
Orientador: Eduardo Sterzi de Carvalho Júnior / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-28T14:21:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2015 / Resumo: Se a questão que se impõe na atualidade é a da sobrevivência do homem em uma terra devastada ¿ numa dimensão ambiental e civilizacional ¿ e se há ainda um esforço de criação em meio a essa dispersão, como o é a tentativa poética, o mundo que então se revela não é feito de presença e inteireza, é um mundo cuja imagem encontra-se também arruinada. O poeta que, hoje, opta por lidar com essa destruição, cria no poema um campo de ressurgências de imagens e palavras, no qual vibra, como potência daquilo que é resto, o fato de elas terem resistido, apesar de tudo. Nesse contexto a obra "A quarta cruz", de Weydson Barros Leal, adquire ainda mais densidade, pois suas figurações são visões da crise, da ruína, da perda de imagem, ou da imagem que se dá apesar da destruição. A cruz de Weydson Leal é talhada no tempo, na memória, na desesperança; é cinza que sobrevive ao incêndio, à catástrofe da palavra, ao grito do silêncio; é visão do escuro, forma do excesso, presença do vazio. Suas imagens poéticas lampejam em desaparecimentos e reaparições, dando corpo ao que denominamos, com base em Georges Didi-Huberman, uma poética da sobrevivência. Se essa marca inventiva puder ser considerada não só em sua dimensão de crise, mas também como análise dessa crise, então, de algum modo, os resquícios e ruínas da imagem do mundo que constituem sua poética organizam nossa consciência de sermos sobreviventes, isto é, organizam nosso pessimismo, pois estabelecem a sobrevivência das palavras e das imagens quando a nossa própria sobrevivência encontra-se comprometida. Voltando-se para o futuro, o poeta não pode redimir sua obra, pois sua condição é a vida que lhe resta, tardia, irreparável, insalvável, como a define Giorgio Agamben. Cabe-lhe, por fim, afirmar que o homem é destrutível e indestrutível, e a partir desse paradoxo disseminar sobrevivências / Abstract: If the question to be answered today is the survival of mankind in a wasteland ¿ in a environmental and civilizational meaning ¿, and if there is an effort to create in the midst of this dispersion, as it is the poetic attempt, then the world that is revealed is not made of the presence and integrity, is a world whose image is also ruined. The poet who deals with this destruction creates in the poem a field of resurgence of images and words, where vibrates, as a potencial of the rest, the fact that they have endured, though. In this context, the book "A quarta cruz" ("The fourth cross"), written by Weydson Barros Leal, becomes denser, since their poetic images are visions of the crisis, the ruin, the loss of image, or the image that remains despite the destruction. The cross of Weydson Leal is carved in time, in memory, in despair; it is ashes surviving the fire, the catastrophe of the word, the cry of silence; it is vision of the darkness, form of excess, presence of emptiness. His poetic images are disappearances and reappearances, forming what we call, based on Georges Didi-Huberman, a poetics of survival. If this inventive peculiarity can be considered not only in its dimension of crisis, but also as analysis of this crisis, then, somehow, the ruins of the world image that make up his poetic organize our awareness of being survivors, that is, it organizes our pessimism, because it establishes the survival of words and images when our very survival is compromised. Turning to the future, the poet cannot redeem his work because his condition is life he have left, late, irreparable, unsaveable, as Giorgio Agamben defines. The poet must, finally, affirm that we are destructible and indestructible, and from that paradox disseminate survivals / Mestrado / Teoria e Critica Literaria / Mestra em Teoria e História Literária
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