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Concepções de empreender e o desenvolvimento da competência empreendedora: um estudo à luz da fenomenografia

Amaro, Rubens de Araújo 20 April 2012 (has links)
Made available in DSpace on 2016-03-15T19:30:51Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Rubens de Araujo Amaro.pdf: 1348722 bytes, checksum: 12b080e8bccba20a651d20c7fd52ff89 (MD5) Previous issue date: 2012-04-20 / Instituto Presbiteriano Mackenzie / The central objective of this study is to analyze how different conceptions of enterprise influence the development of the enterprising competency, taking as a reference the phenomenographic assumption that a single phenomenon is experienced in different ways by individuals. Generally, studies in this field treat competency as a set of attributes held by individuals and activated in real situations to resolve problems and take opportunities. They are based on a realist ontology, where subject and object are considered separate entities, and on an objectist epistemology, which presupposes that there is an objective meaning to all dimensions of the social world, waiting to be discovered by researchers. As a result, a set of individuals attributes that are independent of context are identified. These studies do not take into consideration the influence of the meanings that individuals attribute to their activities when developing their competency for enterprising. This gap is filled by this research, which is based on the idea that the different conceptions entrepreneurs have of their activities both form and organize the attributes put into play when these activities are performed. For this purpose, qualitative research using a methodology that is little known in organizational studies, phenomenography, was conducted. The main authors of this investigation approach are Ference Marton, Roger Säljö and John Bowden in the education area, and Gloria Dall Alba and Jörgen Sandberg in the competency area. This research was performed with twelve young entrepreneurs who participated in a pre-incubation program at a university located in the state of São Paulo. The data was collected based on two rounds of phenomenographic interviews held at the start and end of the program. Minutes from meetings between the students and the program advisors and with consultants from the junior company connected with the university were also used. The data was analyzed using phenomenographic techniques and the results point to the existence of three different ways of conceiving of enterprise within the group: (1) As an extension of a profession; (2) As an economic activity; (3) As an economic activity with a social impact. The evidence shows that these ways of experiencing enterprise lead to different strategies for learning and competency development. The evidence also shows that the individuals who had the deeper conceptions (2 and 3) developed their competency on more complex levels and obtained more success on the program, having their business projects evaluated and being invited to the incubation stage. After they participated in the program, their conceptions remained the same, which shows that learning occurred within the conception the individuals already possessed when they entered the program. This evidence helps to look at competency development in a new light. In order to develop professional competency it is necessary to go beyond the transmission of content required for good professional performance. It is fundamental to promote interventions that transform the conceptions individuals have of their activities. Individuals with deeper conceptions develop competencies on deeper levels. / O objetivo central desse estudo é analisar como as diferentes concepções de empreender influenciam o desenvolvimento da competência empreendedora, tomando-se como referência o pressuposto fenomenográfico de que um mesmo fenômeno é experienciado de diferentes maneiras pelos indivíduos. Em geral, os estudos nesse campo tratam a competência como um conjunto de atributos detidos pelos indivíduos e que são mobilizados em situações reais para solucionar problemas e aproveitar oportunidades. Partem de uma ontologia realista, em que sujeito e objeto são considerados entidades separadas, e de uma epistemologia objetista, que pressupõe haver um significado objetivo em todas as dimensões do mundo social à espera da descoberta pelos pesquisadores. Como resultado, identifica-se um conjunto de atributos individuais independentes do contexto. Esses estudos não levam em consideração a influência dos significados que os indivíduos atribuem às suas atividades no desenvolvimento de sua competência para empreender. Essa lacuna é preenchida por essa pesquisa, que toma como ponto de partida que as diferentes concepções que os empreendedores possuem de suas atividades tanto formam quanto organizam os atributos colocados em jogo para desempenhá-las. Para atingir esse propósito, foi conduzida uma pesquisa qualitativa utilizando uma metodologia pouco conhecida nos estudos organizacionais, a fenomenografia. Essa abordagem de investigação tem como principais autores Ference Marton, Roger Säljö e John Bowden na área de educação, e Gloria Dall Alba e Jörgen Sandberg na área da competência. Essa pesquisa foi realizada com doze jovens empreendedores participantes do programa de pré-incubação de uma universidade situada no Estado de São Paulo. Os dados foram coletados a partir de duas rodadas de entrevistas fenomenográficas realizadas no início e no final do programa. Foram utilizadas também as atas de reuniões desses jovens com os orientadores do programa e com consultores da empresa júnior ligada à universidade. Esses dados foram analisados utilizando-se técnicas fenomenográficas e os resultados apontam para a existência de três maneiras diferentes de conceber o empreender dentro do grupo: (1) Como uma extensão da profissão; (2) Como uma atividade econômica; (3) Como uma atividade econômica de impacto social. As evidências mostram que essas maneiras de experienciar o empreender dão forma a diferentes estratégias de aprendizagem e de desenvolvimento da competência. As evidências também mostram que os indivíduos que partilham das concepções mais profundas (2 e 3) desenvolveram sua competência em níveis mais complexos e obtiveram mais sucesso no programa, tendo seus projetos de negócio avaliados e convidados para a etapa de incubação. Após a participação no programa, as concepções permaneceram as mesmas, o que mostra que a aprendizagem se deu dentro da concepção que os indivíduos já possuíam quando entraram no programa. Essas evidências ajudam a lançar um novo olhar sobre o desenvolvimento de competências. Para desenvolver a competência profissional é preciso ir além da transmissão de conteúdos necessários ao bom desempenho profissional. É fundamental promover intervenções que transformem as concepções que os indivíduos possuem de suas atividades. Indivíduos com concepções mais profundas desenvolvem competências em níveis mais complexos.

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