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Precificação dos recursos ambientais : condição necessária ou insuficiente à sustentabilidade ambientalEdilene da Paz Gasparini, Maria 31 January 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / A concepção desse trabalho parte do entendimento de que a problemática ambiental que se
evidenciou no final do século passado fez do conceito de Desenvolvimento Sustentável um
dos possíveis norteadores de rumos para a teoria e a prática da economia na atualidade, e
conseqüentemente, da precificação dos recursos ambientais - dando a estes a condição de
mercado - uma necessidade possível para a obtenção de seus resultados. A questão a ser
investigada é se a precificação (mera representação dos recursos naturais enquanto dinheiro)
aporta maiores resultados na direção da sustentabilidade ambiental ou seria mais efetivo a
investigação da ―materialização‖ desses recursos, para um conhecimento de seus estoques e
usos atuais e futuros pela economia, considerando as sociedades específicas com seus modos
de vida e culturas. A segunda alternativa implica em mudança de paradigma frente à idéia
tradicional de representar a economia como um mero suporte dos negócios privados nos
moldes atualmente praticados pelas economias de modo geral. Somente a compreensão dos
fundamentos que regem os princípios estruturadores de duas escolas do pensamento
econômico - aqui nos interessando mais de perto as envolvidas com a questão ambiental -
poderão iluminar um caminho possível. As escolas que abordaremos preferencialmente são as
da economia ambiental e a da economia ecológica. Ao discorrer sobre os fundamentos nos
quais se estruturam as duas correntes de pensamento, pretende-se iluminar a aplicação de
conceitos a elas associados o preço, por ex. - podendo orientar as observações sobre a
questão da precificação ambiental, que nos interessa mais de perto, e sua efetividade quanto
aos resultados da sustentabilidade ambiental. Dissertamos sobre a possibilidade de
precificação dos recursos ambientais numa perspectiva critica quanto à sua efetividade
enquanto apenas representação dos recursos ambientais como dinheiro - justamente por
cogitarmos que, do ponto de vista de novos olhares sobre a natureza da atividade econômica,
essa não é a questão fundamental a apontar um caminho que possa resgatar as boas relações
entre Economia e Ecologia. Demonstramos que é possível, conhecendo melhor as duas
abordagens da questão, perceber que a relação sociedade-natureza, no âmbito da economia
neoclássica a economia ambiental - tem se desenvolvido sob uma perspectiva desfavorável a
essa última, entendida aqui como o substrato dos recursos naturais disponíveis na Biosfera e
necessários a manutenção da vida. As decisões para garantir os interesses da economia
ecológica devem ser mais democráticas, e não reflexo da alocação de recursos naturais no
mercado resultando em preço para os mesmos -, tornando-os objeto da disputa entre
interesses subjetivos. Precificar os recursos naturais é ignorar as incertezas que são oriundas
de sistemas complexos (ecologia/natureza), que geram riscos não assimilados pelos valores
monetários. Assim acreditamos que é possível, partindo de outro olhar sobre a natureza da
atividade econômica a economia ecológica - pensar novas possibilidades menos
reducionistas e mais efetivas no rumo da sustentabilidade ambiental
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