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Construção de competências para o desenvolvimento regional sustentável: uma análise da experiência de uma instituição financeira públicaBarbosa, Adriana Costa 17 February 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-02-17 / In the last few years, the growing socio-environmental problems and the consequent liability of the social players when confronting such problems have led companies, including financial institutions to drive towards replacement of their business strategies in accordance with the principles of sustainable development. Following this drive, BEP (fictitious name), a public financial institution, has launched the program of Regional Sustainable Development (RSD), with the promise of promoting sustainable development in regions in which it operates. To turn the program possible, the institution recognizes the need to train corporate agents for the preparation to the referred challenge. In view of the background, this study aims to understand how does the process of competencies development of corporate players for the implementation of RSD projects. The need of this study is justified for the advancement of discussions on competencies within the sphere of a political and societal perspective, once the RSD build up is leveraged by means of participatory processes and requires the performance of social players, as well as of socially responsible professionals. Therefore, it is to approach the competencies in an unexplored scope, which concerns mainly with the ability of the professionals to overcome the limits of the organization and to identify how they can contribute for the development of the regions and their communities, as well as how they can extend the meaning of work in addition to the issues on value creation within the organization's activities. To meet the proposed objectives, a qualitative case study has been conducted. The data analyze employed the interpretative textual analyze process, proposed by Gil Flores (1994). The results of the survey show that by designing an educational project with the blending of formal actions (internal certification program both in social and environmental responsibility and RSD, that is, classroom courses on RSD and MBA in RSD) and informal ones (work experience either in poor communities, in familial groups, in work groups and in discussion forums), BEP has enhanced the competencies development, since the formal actions have brought in knowledge that guide the managers´ actions and the informal actions have helped carry out in accordance with the local needs of the communities. To advance in their initiative developmental competencies, the organization needs to invest in ongoing training of managers in order to improve communication with partners and the market, besides taking in account the transition of the bank managements through the establishment of a ritual transition so that the managers´ competences becomes an organizational competence. The managers, in addition, begin revising their traditional skills and expanding the meaning of work beyond the quantitative indicators, such as the profit maximization for its shareholders, similarly to evaluating their work under the qualitative perspective, so as to contribute to social, educational and professional development of the communities. This is the new manager, who goes beyond the boundaries of the organization and in the field to looks at its surroundings in search for business opportunities that involve a new development strategy sustained in the development of the regions and their communities within a sustainable way. Likewise, this is a manager who has to approach areas of distinct knowledge from his/her original background and to get to know business areas that previously had not been part of his/her expertise, as well as legal and labor relations and production processes of the related areas. / Nos últimos anos, os crescentes problemas socioambientais e a conseqüente responsabilização dos atores sociais a enfrentarem estes problemas têm feito com que as empresas, entre elas as instituições financeiras, caminhem no sentido de reposicionar suas estratégias empresariais de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. Seguindo neste caminho, o BEP (nome fictício), uma instituição financeira pública, lançou o programa de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS), com a promessa de impulsionar o desenvolvimento sustentável nas regiões onde está presente. Para a viabilização deste programa, a instituição reconhece a necessidade de formar agentes corporativos preparados para assumir este desafio. Frente a este cenário, o presente estudo tem como objetivo compreender como ocorre o processo de desenvolvimento de competências de atores corporativos para implementação de projetos de DRS. Justifica-se a necessidade deste estudo para o avanço de discussões sobre competências numa perspectiva político-societal, uma vez que a construção do DRS é alavancada por meio de processos participativos e exige a articulação de atores sociais, bem como uma atuação socialmente responsável por parte dos profissionais. Trata-se, portanto, de abordar as competências em uma dimensão pouco explorada, que se preocupa, sobretudo, com a capacidade de os profissionais extrapolarem os limites da organização e identificarem de que maneira podem contribuir para o desenvolvimento das regiões e das respectivas comunidades, ampliando o sentido do trabalho para além de questões de geração de valor para as atividades da organização. Para responder aos objetivos propostos, foi conduzido um estudo de caso qualitativo. Já a análise de dados empregou o processo de análise textual interpretativa, proposta por Gil Flores (1994). Os resultados desta pesquisa sinalizam que ao desenhar um projeto educativo mesclando ações formais (programa de certificação interna em responsabilidade socioambiental e DRS, curso presencial sobre DRS e MBA Executivo em DRS) e informais (experiências de trabalho junto a comunidades carentes, vivências com grupos de produtores familiares, grupos de trabalho e fóruns de discussão), a BEP potencializou o desenvolvimento de competências, uma vez que as ações formais contribuíram com conhecimentos para guiar a atuação dos gestores e as ações informais auxiliaram no agir de acordo com as necessidades locais das comunidades. Para avançar em suas iniciativas de desenvolvimento de competências, a organização precisa investir na formação continuada dos gestores, a fim de melhorar a comunicação com os parceiros e com o mercado, além de atentar para o processo de transição de gerências bancárias, estabelecendo um ritual de transição para que a competência dos gestores torne-se uma competência organizacional. Os gestores também já começam a rever suas capacidades tradicionais, ampliando o sentido do trabalho para além de indicadores quantitativos, como a maximização de lucro para acionistas, mas avaliando seu trabalho também sob a ótica qualitativa, de forma a contribuírem para o desenvolvimento social, educacional e profissional das comunidades. É um novo gestor, que ultrapassa as fronteiras da organização, vai a campo e olha o seu entorno, descobrindo oportunidades de negócio que permeiam uma nova lógica de desenvolvimento, ancorada no desenvolvimento das regiões e de suas respectivas comunidades, de forma sustentável. É um gestor que também tem de transitar por áreas de conhecimento distintas de sua formação original, conhecendo áreas de negócios que até então não faziam parte de sua expertise, bem como as relações legais, trabalhistas e modo de produção nestas áreas.
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