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Como e por que revisar textos no ensino fundamental I? Ou: ensinando a ler criticamente, ensina-se a tomar as rédeas da escrita / How and why to revise texts in eementary school I? Or: teaching to read critically, it is taught to take the reins of writing

Deise Nancy Urias de Morais 12 August 2016 (has links)
O presente estudo se inscreve na corrente de pesquisas sobre o ensino escolar da escrita, concebendo-a (a escrita) como trabalho humano, meio de ação, interação e constituição de sujeitos sociais e, ainda, como possibilidade de insurreição social. Compreendendo a escrita dessa forma, e assumindo que a escola pode ensinar a escrever com eficiência, defendo que um dos caminhos possíveis para esse ensino deve estar pautado no trabalho com diferentes estratégias de revisão textual, desde o Ensino Fundamental I. A revisão aqui é concebida como um tipo específico de leitura crítica. As elaborações teórico-metodológicas estão apresentadas da seguinte forma: a) inicialmente, marco minha posição em relação ao ensino de escrita nas escolas públicas, porque é esse o meu lugar de fala; b) apresento um panorama das pesquisas brasileiras sobre revisão de textos no Ensino Fundamental I; c) apresento o referencial teórico que sustenta este estudo: i) concepções de sujeito, língua e linguagem ancoradas no sociointeracionismo, baseando-me em Bakhtin (2009, 2011), Geraldi (1991, 1996, 2006, 2009, 2013), Koch (2006), Franchi (1977); ii) concepção de escrita como trabalho humano, baseandome no conceito marxista de trabalho (Marx, 2013), corroborado por Antunes (2013), e nos pressupostos do trabalho de escrever, tal como defendido por Franchi (1977) e Geraldi (2013), iii) diferenciação entre os termos correção, revisão e reescrita, enfatizando os motivos que me levam a adotar o termo revisão neste estudo, e delineando teoricamente a revisão como um tipo específico de leitura crítica (Lipman, 2001) e como possibilidade de trabalho metacognitivo (Marcuschi, 2007; Matêncio, 1994; Silva & Melo, 2007); v) ensaio sobre como, quando e por que ensinar revisão de textos a alunos de Ensino Fundamental I; d) apresento uma investigação sobre as possibilidades de ensinar a escrever no Ensino Fundamental I, considerando a revisão de textos como parte do processo de escrever. Para isso, trago textos produzidos por alunos de 3º, 4º e 5º anos do Ensino Fundamental, em que quatro estratégias de revisão foram utilizadas, com o intuito de permitir aos alunos formas variadas de relação com a escrita (a sua e a de terceiros). e) Por último, analiso alguns textos que ilustram o que estou chamando de tomada da escrita pelos sujeitos, ou seja, escritas em que se percebe a presença de um sujeito que comunica, com alguma singularidade utilizando a escrita (Possenti, 2002, 2013). Metodologicamente, elegi, para a elaboração/organização deste trabalho, os pressupostos da pesquisa-ação (Thiollent, 1998). Como a coleta dos textos analisados se deu de forma naturalística, adoto como metodologia de análise o paradigma indiciário, proposto por Ginzburg (1989, 2002) e utilizado por Abaurre; Fiad e Sabinson (1997), Abaurre et al. (1995) e Possenti (2002) na análise de escritas escolares. Os textos selecionados e apresentados neste estudo serviram a dois propósitos: o de ilustrar as estratégias de revisão utilizadas pelos alunos, e defendidas aqui como meios de ensinar a escrever, e o de ilustrar indícios que indicam a tomada da escrita pelos alunos. A análise dos textos permite defender a revisão de textos como estratégia eficiente para o ensino da escrita, desde que a produção de textos seja tomada como resposta a objetivos comunicativos socialmente situados. Neste estudo, defendo que assumir um ensino que leve nossos alunos a tomarem a escrita para si é um ato de coragem frente a uma prova de fogo. Trata-se da coragem de trabalhar para que a escrita seja, para os sujeitos incididos por ela, uma possibilidade de incidir sobre o mundo, uma possibilidade de tomar as rédeas da História. / This study is inscribed in the research field of teaching of writing in schools, understanding writing as a human work, as a means of action, interaction and constitution of the social subjects, and, also, as a possibility of social uprising. Having this understanding of writing and of the school as being able to teach it efficiently, it proposes that one of the possible paths for this teaching should be based on the development of different strategies of text revision from the first years of basic school. Revision is here conceived as a specific kind of critical reading. The theoretical-methodological elaboration are presented as follows: a) firstly, I affirm my position regarding the teaching of writing in public schools, as this is the place from which I socially speak; b) secondly, I introduce the field of Brazilian research on text revision in the early years of basic education; c) I present the theories that underlie this study: i) concepts of subject and language, anchored in sociointeracionismo, based on Bakhtin (2009, 2011), Geraldi (1991, 1996, 2006, 2009, 2013), Koch (2006), Franchi (1977); ii) concept of writing as work, my basis is the Marxist concept of work (Marx, 2013), corroborated by Antunes (2013), and the assumptions about work proposed by Franchi (1977) and Geraldi (2013); iii) differentiation between the terms correction, revision and rewriting, emphasizing the reasons that lead me to adopt the term review in this study, and theoretically outlining the review as a specific type of critical reading (Lipman, 2001) and as a possibility to work metacognitive (Marcuschi, 2007; Matêncio, 1994; Silva & Melo, 2007) ; v) essay about how, when and why to teach proofreading the students of elementary school; d) present a research on the possibilities of teaching writing in elementary school, considering the revision of texts as part of the process of writing. For this, bring texts produced by students of 3rd , 4th and 5th years of elementary school, in which four review strategies were used, in order to allow students to various forms of relationship with writing (his and with the others). e) Finally, analyze some texts that indicated the appropriation of their own writing by students (Possenti, 2002, 2013). For the construction of this investigation, I describe the procedures used for the teaching of writing to a group of the methodological assumptions adopted by me for the development/organization of this study were those of the action research as proposed by Thiollent (1998). As the data collection of the analyzed texts happened in a naturalistic design, I adopted the evidentiary paradigm of analysis as proposed by Ginzburg (1986) and used by Abaurre; Sabinson and Fiad (1997), Abaurre et al. (1995) and Possenti (2002) in the analyses of school writing. The selected texts shown in the study served two purposes: illustrating the revision strategies used by students and defended here as means of teaching how to write, and illustrating the traces that indicated the appropriation of their own writing by students. The analyses of the texts allow us to support text revision as an efficient strategy for the teaching of writing. In this study, I propose that taking on a teaching that guides our students to the appropriation of their own writing is in itself an act of courage when facing this difficult task. That courage of working so that writing is, for the subjects touched by it, a possibility of acting upon the world, a possibility of taking the reins of history.
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Como e por que revisar textos no ensino fundamental I? Ou: ensinando a ler criticamente, ensina-se a tomar as rédeas da escrita / How and why to revise texts in eementary school I? Or: teaching to read critically, it is taught to take the reins of writing

Morais, Deise Nancy Urias de 12 August 2016 (has links)
O presente estudo se inscreve na corrente de pesquisas sobre o ensino escolar da escrita, concebendo-a (a escrita) como trabalho humano, meio de ação, interação e constituição de sujeitos sociais e, ainda, como possibilidade de insurreição social. Compreendendo a escrita dessa forma, e assumindo que a escola pode ensinar a escrever com eficiência, defendo que um dos caminhos possíveis para esse ensino deve estar pautado no trabalho com diferentes estratégias de revisão textual, desde o Ensino Fundamental I. A revisão aqui é concebida como um tipo específico de leitura crítica. As elaborações teórico-metodológicas estão apresentadas da seguinte forma: a) inicialmente, marco minha posição em relação ao ensino de escrita nas escolas públicas, porque é esse o meu lugar de fala; b) apresento um panorama das pesquisas brasileiras sobre revisão de textos no Ensino Fundamental I; c) apresento o referencial teórico que sustenta este estudo: i) concepções de sujeito, língua e linguagem ancoradas no sociointeracionismo, baseando-me em Bakhtin (2009, 2011), Geraldi (1991, 1996, 2006, 2009, 2013), Koch (2006), Franchi (1977); ii) concepção de escrita como trabalho humano, baseandome no conceito marxista de trabalho (Marx, 2013), corroborado por Antunes (2013), e nos pressupostos do trabalho de escrever, tal como defendido por Franchi (1977) e Geraldi (2013), iii) diferenciação entre os termos correção, revisão e reescrita, enfatizando os motivos que me levam a adotar o termo revisão neste estudo, e delineando teoricamente a revisão como um tipo específico de leitura crítica (Lipman, 2001) e como possibilidade de trabalho metacognitivo (Marcuschi, 2007; Matêncio, 1994; Silva & Melo, 2007); v) ensaio sobre como, quando e por que ensinar revisão de textos a alunos de Ensino Fundamental I; d) apresento uma investigação sobre as possibilidades de ensinar a escrever no Ensino Fundamental I, considerando a revisão de textos como parte do processo de escrever. Para isso, trago textos produzidos por alunos de 3º, 4º e 5º anos do Ensino Fundamental, em que quatro estratégias de revisão foram utilizadas, com o intuito de permitir aos alunos formas variadas de relação com a escrita (a sua e a de terceiros). e) Por último, analiso alguns textos que ilustram o que estou chamando de tomada da escrita pelos sujeitos, ou seja, escritas em que se percebe a presença de um sujeito que comunica, com alguma singularidade utilizando a escrita (Possenti, 2002, 2013). Metodologicamente, elegi, para a elaboração/organização deste trabalho, os pressupostos da pesquisa-ação (Thiollent, 1998). Como a coleta dos textos analisados se deu de forma naturalística, adoto como metodologia de análise o paradigma indiciário, proposto por Ginzburg (1989, 2002) e utilizado por Abaurre; Fiad e Sabinson (1997), Abaurre et al. (1995) e Possenti (2002) na análise de escritas escolares. Os textos selecionados e apresentados neste estudo serviram a dois propósitos: o de ilustrar as estratégias de revisão utilizadas pelos alunos, e defendidas aqui como meios de ensinar a escrever, e o de ilustrar indícios que indicam a tomada da escrita pelos alunos. A análise dos textos permite defender a revisão de textos como estratégia eficiente para o ensino da escrita, desde que a produção de textos seja tomada como resposta a objetivos comunicativos socialmente situados. Neste estudo, defendo que assumir um ensino que leve nossos alunos a tomarem a escrita para si é um ato de coragem frente a uma prova de fogo. Trata-se da coragem de trabalhar para que a escrita seja, para os sujeitos incididos por ela, uma possibilidade de incidir sobre o mundo, uma possibilidade de tomar as rédeas da História. / This study is inscribed in the research field of teaching of writing in schools, understanding writing as a human work, as a means of action, interaction and constitution of the social subjects, and, also, as a possibility of social uprising. Having this understanding of writing and of the school as being able to teach it efficiently, it proposes that one of the possible paths for this teaching should be based on the development of different strategies of text revision from the first years of basic school. Revision is here conceived as a specific kind of critical reading. The theoretical-methodological elaboration are presented as follows: a) firstly, I affirm my position regarding the teaching of writing in public schools, as this is the place from which I socially speak; b) secondly, I introduce the field of Brazilian research on text revision in the early years of basic education; c) I present the theories that underlie this study: i) concepts of subject and language, anchored in sociointeracionismo, based on Bakhtin (2009, 2011), Geraldi (1991, 1996, 2006, 2009, 2013), Koch (2006), Franchi (1977); ii) concept of writing as work, my basis is the Marxist concept of work (Marx, 2013), corroborated by Antunes (2013), and the assumptions about work proposed by Franchi (1977) and Geraldi (2013); iii) differentiation between the terms correction, revision and rewriting, emphasizing the reasons that lead me to adopt the term review in this study, and theoretically outlining the review as a specific type of critical reading (Lipman, 2001) and as a possibility to work metacognitive (Marcuschi, 2007; Matêncio, 1994; Silva & Melo, 2007) ; v) essay about how, when and why to teach proofreading the students of elementary school; d) present a research on the possibilities of teaching writing in elementary school, considering the revision of texts as part of the process of writing. For this, bring texts produced by students of 3rd , 4th and 5th years of elementary school, in which four review strategies were used, in order to allow students to various forms of relationship with writing (his and with the others). e) Finally, analyze some texts that indicated the appropriation of their own writing by students (Possenti, 2002, 2013). For the construction of this investigation, I describe the procedures used for the teaching of writing to a group of the methodological assumptions adopted by me for the development/organization of this study were those of the action research as proposed by Thiollent (1998). As the data collection of the analyzed texts happened in a naturalistic design, I adopted the evidentiary paradigm of analysis as proposed by Ginzburg (1986) and used by Abaurre; Sabinson and Fiad (1997), Abaurre et al. (1995) and Possenti (2002) in the analyses of school writing. The selected texts shown in the study served two purposes: illustrating the revision strategies used by students and defended here as means of teaching how to write, and illustrating the traces that indicated the appropriation of their own writing by students. The analyses of the texts allow us to support text revision as an efficient strategy for the teaching of writing. In this study, I propose that taking on a teaching that guides our students to the appropriation of their own writing is in itself an act of courage when facing this difficult task. That courage of working so that writing is, for the subjects touched by it, a possibility of acting upon the world, a possibility of taking the reins of history.
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Building a Consent Culture and "Doing" Consent: The Impact of Interactional Scripting Processes on Gender Inequality

Heddens, Kayla L. 25 July 2022 (has links)
No description available.
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Repenser la conscience collective et la transformation sociale à travers la pratique du yoga

Behrouz Mehr, Nasim 02 1900 (has links)
La conscience et les structures mentales collectives d’une société sont ancrées dans des normes et des cadres sociopolitiques, culturels et historiques dont certains l’orienteraient vers des conditions produisant de la violence et de l'inégalité. Il est donc nécessaire d'examiner minutieusement ce qui a conduit à un ensemble de normes qui provoquent l'inégalité sociale et l'injustice dans une société. L'une des hypothèses de ce mémoire est que la pratique du yoga pourrait contribuer à une transformation sociale menant à la justice. En outre, une transformation vers la justice sociale peut se produire en remontant la séquence d'événements causés par ces structures mentales afin de problématiser l'injustice à ses racines. Une telle transformation doit reconditionner les cadres de pensée et permettre une conscience inconditionnelle, où l'inégalité et les structures binaires n'existent plus. Ainsi, la question principale de cette recherche est la suivante: comment la pratique du yoga peut-elle contribuer à identifier et à réformer les structures mentales et les normes sociales de telle sorte qu'elle mène à l'égalité et à la justice sociale? La pratique du yoga qui transforme les individus par l'identification, le déconditionnement et le reconditionnement de leurs structures mentales est un affinement progressif de la conscience individuelle - qui fait aussi partie de la conscience collective - qui rend la conscience collective plus sensible aux structures sociopolitiques qui doivent être refondées en direction de la justice sociale. Ceci sera discuté en relation avec la perspective holistique du yoga qui est à la base de la philosophie yogique. Pour aborder cette question, ce mémoire s'appuie sur les points spirituels et pratiques du Yoga Sutra de Patanjali, les enseignements de B.K.S. Iyengar sur la pratique du yoga, et les perspectives socio-politiques de The Force of Nonviolence de Judith Butler. / In a society the collective consciousness and mental structures are rooted in cultural and historical norms as well as in socio-political frameworks. Some of these norms can shape mental structures in such ways that they produce violence and inequality. It is therefore necessary to scrutinize what has led to a set of norms that cause social inequality and injustice in a society. One of the hypothesis in this thesis, is that the practice of yoga could contribute to a social transformation that leads to justice. In addition, a transformation towards social justice may occur by tracing back the sequence of events caused by these mental structures in order to problematize injustice at its roots. Such transformation has to recondition thought frames and enable an unconditional consciousness, in which inequality and binary structures no longer exist. Thus, the main question of this research is: how can yoga practice contribute to identifying and reforming mental structures and social norms in such ways that it leads to equality and social justice? The yoga practice that transforms individuals through the identification, deconditioning, and reconditioning of their mental structures is a progressive refinement of individual consciousness - as part of the collective consciousness - that makes the collective consciousness more sensitive to socio-political structures that need to be transformed toward social justice. This will be discussed in relation to the holistic perspective of yoga that is the basis of yoga philosophy. To approach its main question, this thesis draws on the spiritual and practical points of Patanjali's Yoga Sutra, B.K.S. Iyengar's teachings on yoga practice, and the socio-political perspectives of Judith Butler's The Force of Nonviolence.

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