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O processo de dessacralização da morte e a instalação de cemitérios no Seridó, séculos XIX e XX / The process of death and desecration of cemeteries in the installation of Seridó, nineteenth and twentieth centuriesSANTOS, Alcineia Rodrigues dos 03 May 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-05-03 / The beginning of this research lies at the wish of understanding the relation among the population from the region of Seridó, the death and the dead when cholera morbus, smallpox and yellow fever‟s epidemic outbreak exterminated part of the population from that region, causing deep modifications in the funeral culture. Thus, our aim is to analyze how this epidemic impact contributed to a changing action towards people‟s funeral habits and attitudes concerning death and the dead in Seridó as from 1850. During the 18th century and the first half of the 19th century, the attitudes of the inhabitants from the Province of Rio Grande do Norte regarding life‟s finite limit were based on the familiarity between the living and the dead, which led to a relation characterized by rituals after the death and the burial inside churches. This procedure was largely used by the Catholic Christians and it allowed a close contact between the dead and the living because when the congregation was inside the church they would walk around, sit and pray on the grave. The impact of the epidemic was fundamental to change the funeral culture. The diseases were responsible for a high mortality rate and consequently the burial inside the churches turned out being unfeasible because there was no time enough to the bodies‟ decomposition. As a result, the hygienist discourse that, under European influence, struggled against the ad sanctos burial was enhanced in order to prevent from other diseases and in favor of public hygiene. Under this perspective, a secularizing process takes place in Seridó, alike other Brazilian regions such as in São Paulo and Rio de Janeiro. It is this process we want to comprehend, based on official documents produced by the Presidents of the Province and Municipal Counties, wills and parochial obituary registers, besides visual resources like ground plans, photographs and videos, so that the secularized cemeteries of the region are analyzed. / Esta pesquisa surgiu a partir do desejo de compreender a relação que a população do Seridó manteve com a morte e com os mortos no momento em que os surtos epidêmicos de cólera-morbo, varíola e febre amarela grassaram na região, provocando modificações na cultura fúnebre. Assim, nosso objetivo é analisar como o impacto dessas epidemias, que atingiram esse espaço a partir de 1850, contribuiu para a ação transformadora sobre os costumes fúnebres e as atitudes da população para com a morte e os mortos. As atitudes dos habitantes da capitania do Rio Grande do Norte quanta à finitude da vida tinham como eixo central, durante toda a extensão do século XVIII e a primeira metade do século XIX, a familiaridade entre vivos e mortos, relação definida pelos rituais efetivados no momento pós-morte e pelas inumações no interior das igrejas. Essas inumações, utilizadas pelos cristãos católicos, permitiam o contato direto entre vivos e mortos: os fiéis que frequentavam as igrejas passavam, sentavam-se e faziam suas orações sobre as sepulturas. O impacto das epidemias nas transformações na cultura funerária foi fundamental. As doenças provocavam alto índice de mortalidade, tornando inviável o enterramento no interior das igrejas, uma vez que não havia tempo suficiente para a total decomposição dos corpos. Logo, constituíram-se em um dos elementos catalisadores do discurso higienista, que há tempos lutava, sob influência europeia, contra o enterramento ad sanctos, com base na prevenção de males e a favor da higienização pública. Dentro dessa conjuntura, o Seridó, a exemplo de outras regiões brasileiras, como São Paulo e o Rio de Janeiro, iniciou o processo de secularização da morte. É esse processo que pretendemos compreender, tendo como base o uso de documentação oficial produzida pelos Presidentes de Província e os de Comarcas Municipais, testamentos e registros paroquiais de óbito, além de recursos visuais, como plantas baixas, fotografias e vídeos, para análise dos cemitérios secularizados da região.
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