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Contribuições da psicanálise para a educação : o grupo como sujeito da criação / Contributions from psychoanalysis to education : the group as the subject of creativity

Levisky, Flavia Blay 25 April 2008 (has links)
Em pleno século XXI cabe a nós educadores, pensadores da Educação, refletirmos sobre novas formas de investimento para a melhoria da qualidade do Ensino. Inúmeras contribuições de naturezas distintas poderiam ser relatadas a fim de contribuir para tal, mas o que proponho nessa investigação é o investimento no que é a essência do humano: o vínculo. Há tempos se sabe sobre a importância das relações interpessoais na constituição do sujeito, mas será que no dia-a-dia das instituições educacionais existe, de fato, um investimento efetivo nesse olhar para dentro de si e para o outro? A escola enquanto espaço público, de primazia coletiva, lida cotidianamente com os vínculos no grupo; o mesmo ocorre em tantos outros ambientes educativos, que propõem projetos sociais, artísticos e esportivos para milhares de crianças e jovens de nosso país. Quantos educadores tiveram a oportunidade de estabelecer um diálogo mais próximo com a psicologia e com a psicanálise durante sua formação? Que conhecimentos puderam construir a respeito dos funcionamentos grupais e das possibilidades de manejar os conflitos e resistências que emergem no grupo? Com referência nas idéias de três autores de base psicanalítica - S. Freud, D. W. Winnicott e R. Kaës - relato e analiso duas experiências vivenciadas em pequenos grupos pertencentes a duas instituições escolares de grande porte. Em A Cortina de Miçangas Musical, compartilho a experiência que vivi como professora, na Escola Vera Cruz. Em A Reabertura da Biblioteca, socializo a experiência vivida junto a um grupo de adolescentes, pais e funcionários da Escola Estadual Salvador Moya, como coordenadora do Projeto Abrace Seu Bairro. Que elementos no manejo grupal podem facilitar ou obstaculizar o nascimento de criações coletivas resultantes do encontro das intersubjetividades de seus integrantes? A reflexão - teórica, prática e sensível - é instrumento essencial para que os sons e os ruídos do grupo, possam ser transformados em música; para que o timbre de cada instrumento (indivíduo) possa aparecer sem encobrir o timbre do outro; para que os músicos dessa orquestra (grupo) possam tocar juntos, ora com melodias mais harmônicas, ora com novos padrões tonais. Reflexão esta: sobre os movimentos do educador, dos alunos e do grupo; sobre a maneira com que os vínculos são estabelecidos no coletivo; sobre os papéis e sobre as tarefas de cada um imerso nessa grupalidade; sobre a presença de uma relação horizontal ou hierarquizada entre seus integrantes; sobre o amadurecimento das relações; sobre a função continente que o grupo pode assumir; sobre a existência ou não do sentimento de pertencimento, enfim, sobre a possibilidade do educador construir um olhar clínico e uma escuta sensível-reflexiva, sobre o grupo, de forma que ele, o grupo, possa ser reconhecido como sujeito da criação. / In the 21st century it is up to us, educators who carry out research, to think about new forms of investments to improve the educational system. In that sense, many contributions of different areas can be reported. However, my proposal in this research is to focus on what is, in my opinion, the essence of humanity: relationships. We have known for a long time of the importance of inter-personal relationships in the formation of the subject. Our question, however, is whether in the daily life of educational institutions there is an effective investment in looking inwards and outwards. The school as a public space, where the concept of group prevails, deals day by day with group links. The same thing occurs in many other educational establishments that have social, artistic and sports activities to thousands of children and teenagers in our country. How many educators have had the opportunity to establish a closer dialogue with psychology and psychoanalysis in their education? What kind of knowledge they were able to form about group functioning and about the possibilities of managing the conflicts and barriers that emerge in a group? Regarding the ideas of three authors of the psychoanalysis school - S. Freud, D. W. Winnicott and R. Kaës - I report and analyze two experiences lived by small groups of two big schools. In The Curtain of Musical Beads I share the experience I have had with my students as a teacher in the Vera Cruz School in kindergarten (first year of the EFI). In the Reopening of the Library I share the experience lived with a group of teenagers, parents and employees of the Salvador Moya State School in my post as coordinator of the project Embrace your Neighborhood. What managing elements can make easier or harder the emergence of collective creativity that results of the interaction of several subjectivities? Thought - whether theoretical, practical and based on sensibility - is a fundamental tool for the sounds and noises of a group to become music; for the tone of each musical instrument (individual) can emerge without concealing the others; for the musicians of this orchestra (group) to be enabled to play together with either more harmonic or with new tonal melodies? What are the movements the educator should follow regarding the students and the group? How the collective links are established? What are the roles and the tasks of each one in the group? Is there a horizontal or hierarchy based relationship among them? What is the connective function that the group may exert? Is there a feeling of belonging to the group? What is the possibility of the educator forming a clinical regard and a sensible-reflexive hearing about the group so that the group itself can be recognized as the subject of the creativity?
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Contribuições da psicanálise para a educação : o grupo como sujeito da criação / Contributions from psychoanalysis to education : the group as the subject of creativity

Flavia Blay Levisky 25 April 2008 (has links)
Em pleno século XXI cabe a nós educadores, pensadores da Educação, refletirmos sobre novas formas de investimento para a melhoria da qualidade do Ensino. Inúmeras contribuições de naturezas distintas poderiam ser relatadas a fim de contribuir para tal, mas o que proponho nessa investigação é o investimento no que é a essência do humano: o vínculo. Há tempos se sabe sobre a importância das relações interpessoais na constituição do sujeito, mas será que no dia-a-dia das instituições educacionais existe, de fato, um investimento efetivo nesse olhar para dentro de si e para o outro? A escola enquanto espaço público, de primazia coletiva, lida cotidianamente com os vínculos no grupo; o mesmo ocorre em tantos outros ambientes educativos, que propõem projetos sociais, artísticos e esportivos para milhares de crianças e jovens de nosso país. Quantos educadores tiveram a oportunidade de estabelecer um diálogo mais próximo com a psicologia e com a psicanálise durante sua formação? Que conhecimentos puderam construir a respeito dos funcionamentos grupais e das possibilidades de manejar os conflitos e resistências que emergem no grupo? Com referência nas idéias de três autores de base psicanalítica - S. Freud, D. W. Winnicott e R. Kaës - relato e analiso duas experiências vivenciadas em pequenos grupos pertencentes a duas instituições escolares de grande porte. Em A Cortina de Miçangas Musical, compartilho a experiência que vivi como professora, na Escola Vera Cruz. Em A Reabertura da Biblioteca, socializo a experiência vivida junto a um grupo de adolescentes, pais e funcionários da Escola Estadual Salvador Moya, como coordenadora do Projeto Abrace Seu Bairro. Que elementos no manejo grupal podem facilitar ou obstaculizar o nascimento de criações coletivas resultantes do encontro das intersubjetividades de seus integrantes? A reflexão - teórica, prática e sensível - é instrumento essencial para que os sons e os ruídos do grupo, possam ser transformados em música; para que o timbre de cada instrumento (indivíduo) possa aparecer sem encobrir o timbre do outro; para que os músicos dessa orquestra (grupo) possam tocar juntos, ora com melodias mais harmônicas, ora com novos padrões tonais. Reflexão esta: sobre os movimentos do educador, dos alunos e do grupo; sobre a maneira com que os vínculos são estabelecidos no coletivo; sobre os papéis e sobre as tarefas de cada um imerso nessa grupalidade; sobre a presença de uma relação horizontal ou hierarquizada entre seus integrantes; sobre o amadurecimento das relações; sobre a função continente que o grupo pode assumir; sobre a existência ou não do sentimento de pertencimento, enfim, sobre a possibilidade do educador construir um olhar clínico e uma escuta sensível-reflexiva, sobre o grupo, de forma que ele, o grupo, possa ser reconhecido como sujeito da criação. / In the 21st century it is up to us, educators who carry out research, to think about new forms of investments to improve the educational system. In that sense, many contributions of different areas can be reported. However, my proposal in this research is to focus on what is, in my opinion, the essence of humanity: relationships. We have known for a long time of the importance of inter-personal relationships in the formation of the subject. Our question, however, is whether in the daily life of educational institutions there is an effective investment in looking inwards and outwards. The school as a public space, where the concept of group prevails, deals day by day with group links. The same thing occurs in many other educational establishments that have social, artistic and sports activities to thousands of children and teenagers in our country. How many educators have had the opportunity to establish a closer dialogue with psychology and psychoanalysis in their education? What kind of knowledge they were able to form about group functioning and about the possibilities of managing the conflicts and barriers that emerge in a group? Regarding the ideas of three authors of the psychoanalysis school - S. Freud, D. W. Winnicott and R. Kaës - I report and analyze two experiences lived by small groups of two big schools. In The Curtain of Musical Beads I share the experience I have had with my students as a teacher in the Vera Cruz School in kindergarten (first year of the EFI). In the Reopening of the Library I share the experience lived with a group of teenagers, parents and employees of the Salvador Moya State School in my post as coordinator of the project Embrace your Neighborhood. What managing elements can make easier or harder the emergence of collective creativity that results of the interaction of several subjectivities? Thought - whether theoretical, practical and based on sensibility - is a fundamental tool for the sounds and noises of a group to become music; for the tone of each musical instrument (individual) can emerge without concealing the others; for the musicians of this orchestra (group) to be enabled to play together with either more harmonic or with new tonal melodies? What are the movements the educator should follow regarding the students and the group? How the collective links are established? What are the roles and the tasks of each one in the group? Is there a horizontal or hierarchy based relationship among them? What is the connective function that the group may exert? Is there a feeling of belonging to the group? What is the possibility of the educator forming a clinical regard and a sensible-reflexive hearing about the group so that the group itself can be recognized as the subject of the creativity?

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