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Awaeté, o povo de verdade: a transformação da territorialidade indígena Parakanã.

Araujo, Rodrigo Wienskoski January 2017 (has links)
Entre os projetos mais importantes da Ditadura Militar Brasileira está a abertura da Rodovia Transamazônica (BR-230). Com a justificativa de promover o desenvolvimento regional, o Governo interferiu na organização territorial de diversos povos indígenas da região Norte do país. Esse é o caso dos Parakanã que vivem na Terra Indígena (TI) Parakanã, território tangenciado pela BR-230. O objetivo principal desta dissertação é o processo de transformação da territorialidade indígena Parakanã a partir da consolidação da Rodovia Transamazônica. Para o desenvolvimento do trabalho foi necessário realizar atividades iniciais de gabinete como a compilação de dados bibliográficos, cartográficos e acervo fotográfico, além de atividades de campo no entorno da TI. A organização dos resultados foi realizada através da técnica de pesquisa conhecida como análise de conteúdo. Os Parakanã foram capazes de administrar o contato com os demais atores que chegavam a região do médio Tocantins durante vários anos. No entanto, através das Frentes de Atração da Fundação Nacional do Índio, o Estado aldeou os indígenas que habitavam as proximidades da rodovia. É neste ponto que recai a desterritorialização sobre os Parakanã, eles foram privados dos elementos fundamentais da sua territorialidade, desarticulando os vínculos e as práticas territoriais que haviam construído. A territorialidade Parakanã foi se modificando com a dinâmica da Amazônia brasileira, as reinvindicações para demarcação da TI Parakanã ajudaram na reestruturação territorial dos indígenas no período pós-rodovia. Os povos indígenas têm vínculos diferenciados com a terra, o que permite a flexibilidade no momento de conceber o território. Não existe uma necessidade de posse, é a presença de inimigos, a mobilidade, as roças coletivas, os rituais e etc., que se constituem nos elementos essenciais do território e, consequentemente, da territorialidade. / Among the most important projects of the Brazilian Military Dictatorship is the building of the Transamazônica Highway (BR-230). With the justification of promoting regional development, the Government interfered in the territorial organization of several indigenous people of the North region of the country. This is the case of the Parakanã living in the Indigenous Land Parakanã, territory borderer by the BR-230. The main objective of this essay is the transformation process of the indigenous Parakanã people territoriality from the consolidation of the Transamazônica highway. Therefore, it was necessary to carry out initial cabinet activities, such as the compilation of bibliographic, cartographic, photographic data, as well as the field activities around the Indigenous Land. The organization of the results was carried out through the researching technique known as content analysis. The Parakanã people were able to manage the contact with the other actors that arrived at the region of the middle Tocantins for several years. However, through the Frontiers of Attraction of the Fundação Nacional do Índio, the state has settled down the indigenous people who lived near the highway. At this point the deterritorialization falls on the Parakanã, they were deprived of the fundamental elements of their territoriality, dismantling the territorial ties and practices they had built. The Parakanã territoriality has been changing by the dynamics of the Brazilian Amazon, the claims for demarcation of the indigenous land Parakanã helped the territorial restructuring of the natives in the post-highway period. Indigenous peoples have a differentiated link with land, which allows for flexibility when designing the territory. There is no need for possession; it is the presence of enemies, mobility, collective plantations, rituals, etc., which constitute the essential elements of the territory and, consequently, territoriality.
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Awaeté, o povo de verdade: a transformação da territorialidade indígena Parakanã.

Araujo, Rodrigo Wienskoski January 2017 (has links)
Entre os projetos mais importantes da Ditadura Militar Brasileira está a abertura da Rodovia Transamazônica (BR-230). Com a justificativa de promover o desenvolvimento regional, o Governo interferiu na organização territorial de diversos povos indígenas da região Norte do país. Esse é o caso dos Parakanã que vivem na Terra Indígena (TI) Parakanã, território tangenciado pela BR-230. O objetivo principal desta dissertação é o processo de transformação da territorialidade indígena Parakanã a partir da consolidação da Rodovia Transamazônica. Para o desenvolvimento do trabalho foi necessário realizar atividades iniciais de gabinete como a compilação de dados bibliográficos, cartográficos e acervo fotográfico, além de atividades de campo no entorno da TI. A organização dos resultados foi realizada através da técnica de pesquisa conhecida como análise de conteúdo. Os Parakanã foram capazes de administrar o contato com os demais atores que chegavam a região do médio Tocantins durante vários anos. No entanto, através das Frentes de Atração da Fundação Nacional do Índio, o Estado aldeou os indígenas que habitavam as proximidades da rodovia. É neste ponto que recai a desterritorialização sobre os Parakanã, eles foram privados dos elementos fundamentais da sua territorialidade, desarticulando os vínculos e as práticas territoriais que haviam construído. A territorialidade Parakanã foi se modificando com a dinâmica da Amazônia brasileira, as reinvindicações para demarcação da TI Parakanã ajudaram na reestruturação territorial dos indígenas no período pós-rodovia. Os povos indígenas têm vínculos diferenciados com a terra, o que permite a flexibilidade no momento de conceber o território. Não existe uma necessidade de posse, é a presença de inimigos, a mobilidade, as roças coletivas, os rituais e etc., que se constituem nos elementos essenciais do território e, consequentemente, da territorialidade. / Among the most important projects of the Brazilian Military Dictatorship is the building of the Transamazônica Highway (BR-230). With the justification of promoting regional development, the Government interfered in the territorial organization of several indigenous people of the North region of the country. This is the case of the Parakanã living in the Indigenous Land Parakanã, territory borderer by the BR-230. The main objective of this essay is the transformation process of the indigenous Parakanã people territoriality from the consolidation of the Transamazônica highway. Therefore, it was necessary to carry out initial cabinet activities, such as the compilation of bibliographic, cartographic, photographic data, as well as the field activities around the Indigenous Land. The organization of the results was carried out through the researching technique known as content analysis. The Parakanã people were able to manage the contact with the other actors that arrived at the region of the middle Tocantins for several years. However, through the Frontiers of Attraction of the Fundação Nacional do Índio, the state has settled down the indigenous people who lived near the highway. At this point the deterritorialization falls on the Parakanã, they were deprived of the fundamental elements of their territoriality, dismantling the territorial ties and practices they had built. The Parakanã territoriality has been changing by the dynamics of the Brazilian Amazon, the claims for demarcation of the indigenous land Parakanã helped the territorial restructuring of the natives in the post-highway period. Indigenous peoples have a differentiated link with land, which allows for flexibility when designing the territory. There is no need for possession; it is the presence of enemies, mobility, collective plantations, rituals, etc., which constitute the essential elements of the territory and, consequently, territoriality.
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Awaeté, o povo de verdade: a transformação da territorialidade indígena Parakanã.

Araujo, Rodrigo Wienskoski January 2017 (has links)
Entre os projetos mais importantes da Ditadura Militar Brasileira está a abertura da Rodovia Transamazônica (BR-230). Com a justificativa de promover o desenvolvimento regional, o Governo interferiu na organização territorial de diversos povos indígenas da região Norte do país. Esse é o caso dos Parakanã que vivem na Terra Indígena (TI) Parakanã, território tangenciado pela BR-230. O objetivo principal desta dissertação é o processo de transformação da territorialidade indígena Parakanã a partir da consolidação da Rodovia Transamazônica. Para o desenvolvimento do trabalho foi necessário realizar atividades iniciais de gabinete como a compilação de dados bibliográficos, cartográficos e acervo fotográfico, além de atividades de campo no entorno da TI. A organização dos resultados foi realizada através da técnica de pesquisa conhecida como análise de conteúdo. Os Parakanã foram capazes de administrar o contato com os demais atores que chegavam a região do médio Tocantins durante vários anos. No entanto, através das Frentes de Atração da Fundação Nacional do Índio, o Estado aldeou os indígenas que habitavam as proximidades da rodovia. É neste ponto que recai a desterritorialização sobre os Parakanã, eles foram privados dos elementos fundamentais da sua territorialidade, desarticulando os vínculos e as práticas territoriais que haviam construído. A territorialidade Parakanã foi se modificando com a dinâmica da Amazônia brasileira, as reinvindicações para demarcação da TI Parakanã ajudaram na reestruturação territorial dos indígenas no período pós-rodovia. Os povos indígenas têm vínculos diferenciados com a terra, o que permite a flexibilidade no momento de conceber o território. Não existe uma necessidade de posse, é a presença de inimigos, a mobilidade, as roças coletivas, os rituais e etc., que se constituem nos elementos essenciais do território e, consequentemente, da territorialidade. / Among the most important projects of the Brazilian Military Dictatorship is the building of the Transamazônica Highway (BR-230). With the justification of promoting regional development, the Government interfered in the territorial organization of several indigenous people of the North region of the country. This is the case of the Parakanã living in the Indigenous Land Parakanã, territory borderer by the BR-230. The main objective of this essay is the transformation process of the indigenous Parakanã people territoriality from the consolidation of the Transamazônica highway. Therefore, it was necessary to carry out initial cabinet activities, such as the compilation of bibliographic, cartographic, photographic data, as well as the field activities around the Indigenous Land. The organization of the results was carried out through the researching technique known as content analysis. The Parakanã people were able to manage the contact with the other actors that arrived at the region of the middle Tocantins for several years. However, through the Frontiers of Attraction of the Fundação Nacional do Índio, the state has settled down the indigenous people who lived near the highway. At this point the deterritorialization falls on the Parakanã, they were deprived of the fundamental elements of their territoriality, dismantling the territorial ties and practices they had built. The Parakanã territoriality has been changing by the dynamics of the Brazilian Amazon, the claims for demarcation of the indigenous land Parakanã helped the territorial restructuring of the natives in the post-highway period. Indigenous peoples have a differentiated link with land, which allows for flexibility when designing the territory. There is no need for possession; it is the presence of enemies, mobility, collective plantations, rituals, etc., which constitute the essential elements of the territory and, consequently, territoriality.

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