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Enunciado dos cartazes das manifestações de junho de 2013: uma forma carnavalesca de contar a história do BrasilNovaes, Tatiani Daiana de 23 March 2018 (has links)
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Previous issue date: 2018-03-23 / Este trabalho teve como questão central a reflexão em torno de como os enunciados
dos cartazes de protesto materializaram as relações dialógicas e, a partir delas, como
identificar os sentidos valorados que contribuíram para a escrita carnavalesca e risível da
história das manifestações de junho de 2013 no Brasil. A pesquisa investiga os enunciados de
protesto dos cartazes presentes nas jornadas de junho de 2013, com base nas concepções
teóricas e no método sociológico escritos pelo Círculo de Bakhtin, além de reflexões
contemporâneas da análise enunciativa do discurso. A reflexão parte da concretização de
alguns objetivos estabelecidos: a) compreender como ocorrem as relações dialógicas nos
enunciados dos cartazes de protesto de junho de 2013; b) identificar as marcas da
carnavalização e do risível; c) descrever os processos de enunciação dos cartazes de protesto
de junho de 2013; d) compreender como se materializam as formas de representar
discursivamente um fenômeno político e histórico como as jornadas de junho de 2013 por
meio de um discurso marginal/não oficial, como os enunciados de protesto. As análises
apresentam duas partes: uma que discute a relação que há entre as manifestações de junho de
2013 e a cosmovisão carnavalesca; e outra com as análises dos cinco enunciados que
compõem o corpus da pesquisa. Como resultado, conclui que o posicionamento axiológico do
sujeito é um elemento constitutivo do enunciado de protesto, contribuindo para o objetivo
comunicativo, para o riso transgressor, para a crítica debochada. Alguns aspectos de destaque
na análise são: a carnavalização e o risível ocorrem por meio da violência e do destronamento;
os sentidos valorados também resultam das relações dialógicas a partir das relações sóciohistóricas
do contexto de produção do enunciado; as relações axiológicas não são atos
individuais, de sujeitos únicos, mas sim, coletivos, ancorados na dimensão ideológica de
determinados grupos discursivos que se engajam valorativamente; os enunciados não
refletiram as marcas de um manifestante tradicional: um sindicalista; uma feminista clássica;
um habitual sujeito do movimento negro, indígena, LGBT; os sujeitos das manifestações são
mais provisórios, envolvidos pela espetacularização e dispersam no fim da festa. Além disso,
é recorrente o uso da linguagem coloquial, típica do novo manifestante. / This work has a main question to reflect how protest posters realize dialogical
relationships and, based on them, how to identify valued senses that contribute to
carnavalization and comedy writings related to the public demonstration during June 2013 in
Brazil? This research studies protest discourse in the posters presents in the Journeys of June
2013, based on theoretical concepts and sociological methods from Bakhtin’s Circle, in
addition to contemporary reflections from enunciative discourse analyze. This research aims
to achieve some objectives: a) to comprehend how occur dialogical relationship in the protest
posters from June demonstration; b) to identify carnavalization and comedy signs; c) to
describe protest posters enunciative processes from June 2013; d) to comprehend how to get
some forms to represent discursively a political and historical phenomenon like Journeys of
June 2013 by a marginal/not official discourse like protest speeches. This analyze presents
two parts: the first one to discourse relationship between June 2013 demonstration and
carnival worldview; the second one to analyze five speeches from data. As a result, it
concludes subjective axiological position is an ordinary element from protest speech,
contributing to communicative aiming to the transgressive comedy and sneering critic. Some
aspects to detach from this analyze are: carnavalization and comedy are consequence from
violence and dethronement; valued senses are a result from dialogical relationships based on
social-historical enunciative production context; axiological relationships are not individual
actions, from a unique individual, but collective ones, based on ideological dimension from
some discursive groups that are connected by some values; speeches are not a sign of
reflection from a traditional demonstrator: syndicalist, classical feminist, an ordinary person
from black movement, aborigine, LGBT; demonstrators are temporary, linked to
spectacularization and break up at the end of the party. In addition, they use colloquial
language, typical to new demonstrators.
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