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Vivência subjetiva de jovens desempregados/as: sofrimento invisível e medo do futuro frente à instabilidade econômica e à ausência de cobertura social

ROCHA, Euda Kaliani Gomes Teixeira January 2005 (has links)
Made available in DSpace on 2014-06-12T23:16:46Z (GMT). No. of bitstreams: 2 arquivo9073_1.pdf: 846024 bytes, checksum: e26a5d2c868bd56779a0e84993c2cd50 (MD5) license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2005 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / O presente trabalho é um estudo de caso e tem como tema central a vivência subjetiva de jovens desempregados/as da cidade de Camaragibe/PE. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas junto a jovens de ambos os sexos, na faixa etária de 18 a 24 anos e que já haviam finalizado os estudos de ensino médio. O estudo se caracteriza enquanto interdisciplinar e se utiliza das contribuições do Serviço Social, da Psicologia, da Sociologia, da Economia e da Psicodinâmica do Trabalho. Visualizamos que a conjuntura sócio-político-econômica interfere diretamente na vida dos/as jovens, impedindo a sua entrada no mercado de trabalho, onde se atrelam aspectos como as exigências de experiência e a alta concorrência no mercado. A violência e a criminalidade foram vistas como resultados diretos do desemprego. Em relação às diferenciações entre os sexos, o âmbito doméstico foi visto como o lugar da mulher, inclusive em relação ao trabalho; e o homem como tendo mais vantagens no mundo do trabalho, seja formal ou informal. As jovens se sentem mais presas que os jovens, e estes se sentem mais pressionados pela família que aquelas. A pressão se refere às cobranças de retorno financeiro do jovem para a família de origem e também de sua própria independência. Na vivência subjetiva identificamos um sofrimento atrelado a aspectos sociais e econômicos, marcado pelo temor do futuro em relação à falta de garantia financeira e às referências de si mesmo. Sentem falta de independência, liberdade e mais responsabilidades. O embate principal acontece na oposição da vontade do outro (impedimentos de inserção) e a vontade do sujeito (desejo de trabalhar). Sentimentos como desqualificação, indignidade e inutilidade aparecem nas falas e aproximam os/as jovens da vivência depressiva . Além desses, convive-se com outros como impotência, vulnerabilidade, fragilidade, desproteção, desconfiança, medo e frustração. Sentimentos diretamente ligados ao equilíbrio mental e à realização pessoal, já que dependem de um terreno fértil para as aspirações, idéias e desejos. Num aspecto mais geral, percebe-se a ausência de políticas públicas e sociais para a cobertura dos/as jovens desempregado/as, isto se dá também pela cultura de individualização da culpa pelo desemprego, que é visto como um problema de empregabilidade do sujeito, e não como uma questão social , ou seja, estrutural ao modo de produção capitalista

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