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Sentido e valoração nas práticas e no discurso do espectador sobre o cinema brasileiro: estudo sobre o subcampo do cinema e seu habitus narrativo

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Previous issue date: 2010 / Fundação Joaquim Nabuco / Esta tese investiga a recepção ao cinema nacional, em geral, sob o ponto de vista de
espectadores brasileiros de classes médias, com estudos de casos centrados nos filmes
Central do Brasil (1998), Lavoura arcaica (2001), Cidade de Deus (2002) e Tropa de elite
(2007). Esta recepção espectatorial é percebida em graus variáveis que oscilam da rejeição
à adesão e é explicada a partir da compreensão do contexto sócio-cultural em que a
atividade cinematográfica está compreendida como espaço social denominado subcampo
do cinema. Espaço este marcado por lutas entre os seus agentes por um recurso escasso (o
mercado interno), ocupado majoritariamente pelo cinema hollywoodiano, cuja disposição
geral do habitus narrativo orienta grande parte das ações dos agentes envolvidos nesse
campo profissional.
A sustentação teórica do estudo busca na teoria praxiológica, sobretudo nos conceitos de
campo e habitus, de Pierre Bourdieu, e na teoria disposicionalista, com o conceito de
disposições individuais, de Bernard Lahire, os alicerces para a compreensão da
espectatorialidade como fenômeno social. Desta maneira, o processo espectatorial é
analisado sob a ótica da lógica macro-estrutural do campo da indústria cultural, ao qual o
subcampo do cinema está fortemente vinculado, e também a partir dos processos
individuais que balizam a adesão ou a rejeição aos filmes na complexa variedade de
estéticas e gêneros que configuram o cinema. Assim, o estatuto (e o princípio) do habitus
narrativo como disposição geral é o que determina em larga escala a produção
cinematográfica, embora as dissonâncias, ainda que minoritárias, existam e permaneçam
vivas no interior do subcampo, fomentando uma co-existência do cinema como expressão
artística, para além de produto cultural.
No caso do subcampo do cinema no Brasil, percebe-se a existência de ciclos de filmes de
gênero, cujo objetivo é produzir filmes de padrão narrativo mais alinhado com as demandas
de mercado, como é o caso dos filmes produzidos e/ou distribuídos pela Globo Filmes. Tais
ciclos são adaptações ao habitus narrativo que objetivam uma presença perene no mercado
nacional e que permitam a continuidade da produção de filmes. Esse novo ciclo tenta
acomodar, uma vez mais, o fundamento clássico da narrativa cinematográfica aos
conteúdos culturais nacionais. Trata-se de um movimento no interior do subcampo do
cinema, que se estende de maneira horizontal, atingindo não apenas o cinema brasileiro,
mas igualmente os cinemas latino-americanos e até o cinema europeu.
Para alcançar tais resultados, o estudo está fundamentado em metodologia quantitativa e
qualitativa, que inclui entrevistas em profundidade e aplicação de questionário estruturado a
espectadores de cinema, observação em campo nas salas de cinema da cidade, utilização de
dados estatísticos e quantitativos de pesquisas variadas sobre dados conjunturais do cinema
brasileiro, além de vasta pesquisa teórica e histórica sobre a formação do subcampo do
cinema no Brasil

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/9374
Date31 January 2010
CreatorsSILVA, José Augusto Amorim Guilherme da
ContributorsJUNQUEIRA, Lília Maria
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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