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A HISTÓRIA DESFIGURADA: DESTERRITORIALIZAÇÃO E EXPERIÊNCIA DO FORA EM AMAR-TE A TI NEM SEI SE COM CARÍCIAS, DE WILSON BUENO

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Previous issue date: 2015-03-31 / This research proposes, based on Deleuze and Guattari’s philosophy, a rhizomatic reading of the historical novel Amar-te a ti nem sei se com carícias (2004), by the
Paranaense writer Wilson Bueno. By reviewing the most relevant theoretical tendencies related to the fictional genre (HUTCHEON, 1991; MENTON, 1993;ESTEVES, 2010), I criticize the didacticism found in these theories. By the mapping of the incipient criticism works of Bueno’s novel, I present a deviation related to these preview works, aiming at a concept of literature closer to the cathartic and
deterritorialization function of the esthetic text. To do that, I try to define the historical novel specificity, describing it as a private manifestation of the historical social
imagination (BANN, 1994) that puts into practice images from the past (ANKERSMIT, 2001). In this perspective, however, the literary writing is characterized by the way a
writer disconnects these images from the past and puts his reader in touch with a non-place, making it possible, through the use of language, a hollowing out
experience. To promote this reading, I make use of rhizomatic perception of the literary phenomenon, such as Deleuze and Guattari present it in Mil Platôs (2011),
identifying, in the novel, lines of hard, molecular and abstract segmentarity. So, I understand the images from the past to be mobilized in the fiction as components of
the novel’s hard segmentarity line, placing, as a next step, the literary resources that work with what Deleuze and Guattary named quantums of deterritorialization. But if
the fiction historical meaning is affected by the molecular segmentarity line, it is in the abstract segmentarity line that, with greater intensity, it disappears and leaves room
for a dive in the other of all worlds (BLANCHOT, 1997; LEVY, 2011). Thus I identify the moment of the novel’s abstract segmentarity line when everything takes place in
terms of a savage and implacable present. The abstract segmentarity line makes the historical novel an experiment about the limits of a historically determined society, showing the possible fissures on the subjectivity wall from a past time, deforming History, promoting the contact with its hollowing out. / Este trabalho propõe, a partir da filosofia de Deleuze e Guattari, uma leitura rizomática do romance histórico Amar-te a ti nem sei se com carícias (2004), do escritor paranaense Wilson Bueno. Revisitando as principais tendências teóricas ligadas à modalidade ficcional (HUTCHEON, 1991; MENTON, 1993; ESTEVES, 2010), realizo uma crítica ao didatismo presente nestas teorias. Mapeando a incipiente fortuna crítica do romance de Bueno, apresento um desvio em relação a este conjunto de trabalhos, visando uma conceituação de literatura que acena para a função catártica e desterritorializante do texto estético. Para tanto, procuro definir a
especificidade do romance histórico, apresentando-o como uma manifestação particular da imaginação histórica (BANN, 1994) social que erige ou coloca em
funcionamento imagens do passado (ANKERSMIT, 2001). Na perspectiva que proponho, contudo, a obra literária se caracteriza pelo modo como um escritor desarticula tais imagens do passado e coloca o seu leitor em contato com um nãolugar, possibilitando, através da linguagem, uma experiência do Fora. No intuito de operacionalizar tal leitura, recorro à percepção rizomática do fenômeno literário, tal como Deleuze e Guattari a apresentam em Mil Platôs (2011), identificando, no romance, linhas de segmentaridade dura, linhas de segmentaridade maleável e linhas de fuga. Deste modo, entendo as imagens do passado mobilizadas na ficção como constituintes da linha dura do romance, localizando, num segundo momento,
os recursos literários que funcionam como aquilo que Deleuze-Guattari denominam quantas de desterritorialização. Mas se o significado histórico presente na ficção se abala com a linha maleável, é na linha de fuga que, com maior intensidade, ele se
desfaz e dá lugar a um mergulho no outro de todos os mundos (BLANCHOT, 1997;LEVY, 2011). Identifico, deste modo, o momento da fuga no romance, quando tudo
se coloca em termos de um presente selvagem e indomável. A linha de fuga faz do romance histórico um experimento acerca dos limites de uma sociedade
historicamente determinada, mostrando as rachaduras possíveis no muro da subjetividade de um tempo passado, desfigurando a História, promovendo um
contato com o seu Fora.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:tede2.uepg.br:prefix/402
Date31 March 2015
CreatorsSouza, Marco Aurélio de
ContributorsOliveira, Silvana, Weinhardt, Marilene, Benatte, Antonio Paulo
PublisherUNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA, Programa de Pós Graduação em Linguagem, Identidade e Subjetividade, UEPG, BR, Linguagem, Identidade e Subjetividade
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UEPG, instname:Universidade Estadual de Ponta Grossa, instacron:UEPG
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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