[pt] A escrita chinesa sempre exerceu fascínio no Ocidente, despertando um interesse apreciável entre filósofos, linguistas e leigos. Devido à sua complexidade e à diferença gráfica marcante no contraste com as escritas ditas alfabéticas, tomou um papel protagonista dentro dos estudos sobre a escrita em geral. Este trabalho constrói uma reflexão sobre a forma como a escrita chinesa é historicamente apresentada e avaliada vis-à-vis outras formas de escrita e na sua relação com o chinês falado. Analisa-se uma mostra representativa da produção intelectual ocidental sobre o assunto, cobrindo um período de 1784 até 2009, trabalho de linguistas, sinólogos, filósofos e especialistas em estudos sobre a escrita. Tais discursos teóricos são avaliados criticamente com o auxílio de ferramentas metalinguísticas escolhidas a partir dos estudos sobre a escrita, em sintonia geral com a abordagem proposta por Sylvain Auroux. A análise mostra que os estudos investigados têm propensão a se distribuir por três vertentes básicas – aqui denominadas foneticista, semanticista e pragmatista –, cada uma revelando distintas filiações epistemológicas quanto ao modo como compreende (a) a relação entre escrita e fala, (b) o nexo entre escrita e metalinguagem e (c) o importe icônico da escrita chinesa. Mostra-se ainda que, em sua grande maioria, tais estudos tendem a considerar a escrita chinesa abstraída de seu contexto histórico-cultural, acabando por subvalorizar sua importância dentro da civilização chinesa. / [en] Chinese writing has always fascinated the Western reader, raising a substantial interest among philosophers, linguists and laymen alike. Due to its complexity and the striking graphic difference when viewed side by side with the so-called western scripts, Chinese writing plays a protagonist role among the studies of writing in general. The present work develops a reflection on how Chinese writing is historically presented and evaluated in comparison to other scripts and to the Chinese spoken language. A representative spectrum of the Western intellectual production on this matter is analyzed, covering the period from 1784 until 2009, using texts written by linguists, sinologists, philosophers and specialists on writing. These theoretical works are critically evaluated with the aid of metalinguistic tools chosen from texts about writing, in accordance to the view advocated by Sylvain Auroux. This analysis shows that these texts can basically be considered to adopt three basic views: foneticist, semanticist and pragmatist. Each one reveals its epistemological associations on how they understand: (a) the relation between writing and speech, (b) the nexus between writing and metalanguage and (c) the iconic significance of the Chinese writing. This study suggests that the vast majority of previous research tends to consider Chinese writing as abstracted from its historical-cultural context, which results in underestimating its importance for the development of the Chinese civilization.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:56147 |
Date | 24 November 2021 |
Creators | CRISTIANO MAHAUT DE BARROS BARRETO |
Contributors | HELENA FRANCO MARTINS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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