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[en] MOTHERS IN MOVEMENT: NARRATIVE CONSTRUCTION ON NETWORK AGENCY FOR THE INCLUSION OF DYSLEXIC STUDENTS IN EDUCATIONAL SPHERES / [pt] MÃES EM MOVIMENTO: CONSTRUÇÃO NARRATIVA SOBRE AGÊNCIA EM REDE PARA INCLUSÃO DE ESTUDANTES DISLÉXICOS EM ESFERAS EDUCACIONAIS

[pt] A presente pesquisa investiga os movimentos de uma rede brasileira de mulheres-mães que age em prol da inclusão de estudantes disléxicos em esferas educacionais no país. A partir das narrativas que as participantes constroem, em entrevistas individuais e em encontros coletivos com a pesquisadora, o estudo objetiva investigar não só como e quais maternidades, atreladas à dislexia, são articuladas e elaboradas pelas participantes, mas também como essas construções estão conectadas às agências em prol da educação inclusiva. Somado a isso, este trabalho busca compreender quais outros elementos/agentes estão, de alguma forma, envolvidos na construção do processo agentivo, além de entender como as participantes da rede avaliam o legado da luta em momento porvir. As bases teóricas concentram-se, principalmente, nos estudos sobre a maternidade e a maternagem, considerando as diversas influências existentes em um país historicamente marcado pelo encontro, pelo entrecruzar e pela sobreposição de culturas diversas; nos princípios da Teoria Ator-Rede (TAR), entendendo o coletivo como rede complexa em que as agências se dão via associações e hibridismos; e nos estudos da narrativa como forma de organização social. Os processos metodológicos são qualitativos, em perspectiva de etnografia em rede sociotécnica, considerando o olhar da pesquisadora, que esteve por mais de dois anos em campo, como lugar de interpretação para análise de dados gerados com 8 participantes do Movimento Mães do Brasil – Dislexia. As análises dos dados, em primeiro momento, apontam para narrativas que entrelaçam maternidade e dislexia atreladas ao inicial desconhecimento acerca da temática, à observação atenta e à suspeita do quadro, à tentativa de silenciamento de suas vozes em ambientes escolares, à persistência na investigação diante do comportamento dos filhos/filhas e à formalização do diagnóstico. Outrossim, indicam o impacto no campo afetivo e a dislexia como ponto de virada para busca pela informação e pelo compartilhamento público de conhecimento e de vivências – além de uma experiência com empreendedorismo como forma de conciliação entre maternidade/maternagem, dislexia e trabalho. Com essas etapas, maternidades são construídas a partir de maternagens atentas, resistentes, sofridas, solitárias e, na sequência, colaborativas rumo a outros espaços. Em segundo momento, as análises apontam para a necessidade do encontro com pares que vivenciam a dislexia, algo que configura a rede, a partir da memória institucional, não só como lugar de troca, de empatia e de espelhamento, mas como lugar de articulação de práticas que intensificam os vínculos e as associações com outros atores (humanos ou não-humanos) de modo a concretizar conquistas importantes, tais como a formalização das leis acerca da dislexia no Brasil. A maternidade e a maternagem, nesse contexto, são construídas não só como lócus privilegiado de conhecimento a partir do saber familiar, doméstico e diário, como também de modo estratégico, combativo e politizado em espaços como a escola, a câmara dos deputados e o congresso nacional. Há, dessa forma, reivindicação pelo compartilhamento do cuidado e pela partilha das responsabilidades frente à educação formal, principalmente, a partir de normas legais apoiadas na inclusão, o que, de certo, configura-se como agência em interesses práticos de gênero. Por fim, as análises apontam para avaliações maternas positivas do legado porvir, apoiadas em três principais ideias: mover-se é importante; (re)conhecer a dislexia é urgente; lutar pelos direitos de seus/suas filhos/filhas é também lutar pela coletividade (e vice-versa). As maternidades, nesse contexto e com essas participantes, significa também nutrir transformações para aqueles que virão. Com essas inteligibilidades, a pesquisa busca contribuir com/para outros estudos sobre coletivos que, ativamente, atuam em prol de seus ideais. Ressaltamos, do ponto de vista teórico e metodológico novas formas de olhar para a maternidade no encontro com a dislexia e com a educação, que precisa, de fato, ser inclusiva, assim como para o coletivo como rede em suas múltiplas agências. Esperamos, a partir da investigação proposta, também propiciar reflexão, ação e mudança. / [en] The present research investigates the initiatives of a Brazilian network of women-mothers who act in favor of the inclusion of dyslexic students in educational spheres of their country. From the narratives built by the participants, in individual interviews and in collective meetings with the researcher, this study aims to investigate not only how and which kinds of motherhood linked to dyslexia are articulated and elaborated by the participants, but also how these constructions are connected to the agencies for inclusive education. In addition, this work seeks to understand which other elements/agents are, in some way, involved in the construction of the agentive process, besides understanding how the network participants evaluate the legacy of the impending struggle. The theoretical framework mainly focus on studies about motherhood and mothering, considering a variety of influences in a country which is historically marked by the encounter, the intersection and the overlapping of different cultures; in the principles of the Actor-Network Theory (ANT), which understands the collective movement as a complex network in which the agencies take place via associations and hybridism; and in narrative studies as a form of social organization. The methodological processes are qualitative in the perspective of ethnography in a socio-technical network, considering the researcher s view. The analyst spent more than two years was in the research field, a place of interpretation and analysis of data generated with 8 participants who belong to the social movement called Mães do Brasil – Dislexia (Mothers from Brazil – Dyslexia). The data analysis, at first, point to narratives that intertwine motherhood and dyslexia linked to the initial lack of knowledge about the theme, the attentive observation and suspicion of the situation, the attempt to silence their voices in school environments, the persistence in the investigation before sons’/daughters’ behaviors and official diagnosis. Furthermore, they indicate the impact on the affective field and dyslexia as a turning point for the search for information and for the public sharing of knowledge and experiences - in addition to an experience with entrepreneurship as a way of reconciling motherhood/mothering, dyslexia and work. With these steps, a variety of motherhood types are built from attentive, resistant, suffering, solitary and, subsequently, collaborative mothering. Secondly, the analyses point to the need of meeting peers who experience dyslexia, something that configures the network, based on institutional memory, not only as a space for exchange, empathy and mirroring, but also as a place for the articulation of practices that intensify ties and associations with other (human or non-human) actors in order to get important achievements, such as the formalization of laws on dyslexia in Brazil. Motherhood and mothering, in this context, are constructed not only as a privileged locus of domestic and daily family knowledge, but also in a strategic, combative and politicized way in spaces such as the school, the Chamber of Deputies and the National Congress. There is, therefore, a demand for sharing care and responsibilities in relation to formal education, mainly based on legal norms supported by inclusion, which, of course, is configured as an agency in practical gender interests. Finally, the analyses point to positive maternal assessments of the legacy to come supported by three main ideas: moving is important; (re)knowing dyslexia is urgent; fighting for their sons/daughters rights is also fighting for the collectivity. Motherhood, in this context and with these participants, also means boosting changes for those who will engage some day. With these intelligibilities, the research seeks to contribute with/to other studies on social groups that actively work towards their ideals. Concerning the theoretical and methodological frameworks, new ways of approaching motherhood, dyslexia and education were presented. Education does need to be inclusive. It is also suggested other ways of framing social groups as networks in their multiple agencies. We hope the proposed investigation can provide reflection, action and change.

Identiferoai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:61053
Date03 November 2022
CreatorsTALITA ROSETTI SOUZA MENDES
ContributorsMARIA DAS GRACAS DIAS PEREIRA
PublisherMAXWELL
Source SetsPUC Rio
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
TypeTEXTO

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