O objetivo geral desta pesquisa foi conhecer a percepção de risco, relacionada à saúde bucal, de indivíduos cadastrados em um Núcleo de Saúde da Família (NSF), no município de Ribeirão Preto-SP, por meio da identificação das crenças, atitudes e conhecimentos desses indivíduos sobre os fatores de risco relacionados ao tema. Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter descritivo e exploratório, com variáveis quantitativas e qualitativas. A população do estudo foi constituída por 77 cuidadores de famílias cadastradas no NSF-1, da zona oeste do município. Os dados empíricos foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada e levantamento documental. A análise e organização dos dados coletados foram divididas em duas etapas. Os dados quantitativos foram apresentados em 4 partes: caracterização socioeconômica e cultural dos sujeitos; conhecimentos relacionados à saúde bucal; crenças/valores relacionados à saúde bucal; e, comportamentos/atitudes relacionados à saúde bucal. Alguns dados qualitativos foram agrupados em categorias de respostas e outros foram analisados pela metodologia do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), sendo subdivididos em 4 unidades temáticas. A maioria dos entrevistados era do sexo feminino (80,5%), mães (68,8%), com predomínio das faixas etárias entre 51 a 60 anos (31,2%) e de mais de 60 anos (33,8%). Entre os cuidadores pesquisados 49,4% apresentavam o ensino fundamental incompleto e 40,3% apresentavam renda entre R$1500,00 e R$3000,00. Grande parte dos sujeitos (71,4%) afirmou que não exercia nenhum trabalho fora de casa. Muitos entrevistados (63,6%) afirmaram ter algum problema de saúde; foi referida por 89,6% dos sujeitos da pesquisa a existência de uma relação entre saúde bucal e saúde geral dos entrevistados; 58,4% afirmaram não apresentar nenhum problema na boca. Com relação à durabilidade dental, 53,2% dos sujeitos responderam que esta dependia de cuidado. O creme dental foi citado por 40,2% dos entrevistados, como produto que contém flúor. O auto-exame para detecção de câncer bucal, segundo os entrevistados, nunca havia sido realizado por 88,3% deles. Mais da metade dos sujeitos (53,2%) disse que nunca tinha recebido orientação para evitar problemas bucais. A saúde bucal foi considerada boa por 40,3% dos entrevistados; no entanto, 58,4% afirmaram que necessitavam de tratamento dentário. O uso de alguma medicação diariamente foi relatado por 70,1% dos indivíduos. Quanto aos hábitos de higiene oral, 98,7% dos entrevistados afirmaram que escovavam os dentes, 97,4% dos sujeitos afirmaram que possuíam escova dental própria e 57,1% das pessoas relataram fazer uso do fio dental. O uso de prótese foi referido por 72,7% dos entrevistados; todos os sujeitos referiram já ter visitado o dentista alguma vez na vida, sendo que 50,6% afirmaram que a última ida ao dentista tinha sido há menos de 1 ano e 51,9% disseram que essa visita tinha sido a um serviço privado liberal. Somente 24,7% dos sujeitos afirmaram comer alimentos doces pelo menos 1 vez por dia; a ingestão de refrigerantes de 2 a 3 vezes por semana foi relatada por 31,2% das pessoas. A ingestão de café, chá ou leite com açúcar uma vez por dia, foi referida por 48,1% dos sujeitos. Os resultados sugerem uma percepção de risco dos indivíduos sobre saúde bucal positiva, embora ainda devam ser trabalhados alguns conceitos e crenças sobre o tema com essa população. Os conceitos de saúde e doença para os sujeitos da pesquisa, apesar de apresentarem fortes expressões do biologicismo, revelam influências do teocentrismo, do higienismo e preventivismo, em direção a uma concepção ampliada de Saúde. / This study aimed to get to know the oral health risk perception of individuals registered at a Family Health Center (FHC) located in Ribeirão Preto-SP, through the identification of these persons? beliefs, attitudes and knowledge about risk factors related to the theme. We carried out a descriptive and exploratory field research, using quantitative and qualitative variables. The study population consisted of 77 family caregivers registered at the FHC-1, in the Western part of the city. Empirical data were collected through semistructured interviews and a documentary survey. Data analysis and organization were divided in two steps. Quantitative data were presented in four parts: characterization of subjects? socioeconomic and cultural knowledge; oral health knowledge; oral health beliefs/values; and oral health behaviors/attitudes. Some qualitative data were grouped in answer categories, and others were analyzed through the Collective Subject Discourse methodology (CSD), being subdivided in four thematic units: conceptions of the health-disease process - from theocentrism to the expanded health concept; is it everything, is it important, is it the main thing, is it fundamental? oral health means you can smile! and denture-from relief to suffering. Most interviewees were women (80.5%), mothers (68.8%), predominantly between 51 and 60 years old (31.2%) and over 60 (33.8%). Among the investigated caregivers, 49.4% had not finished basic education and, for 40.3% of subjects, income ranged between R$1500 and R$3000. A majority of subjects (71.4%) affirmed they did not go out to work. Many interviewees (63.6%) affirmed that they had a health problem; 89.6% of the research subjects affirmed oral health was related to health in general, and 58.4% affirmed they did not present any oral problem. As to dental durability, 53.2% answered that it depended on care. Toothpaste was mentioned by 40.2% as a fluoride-containing product. According to the interviewees, the oral cancer self-detection exam had never been realized by 88.3% of them. More than half of the subjects (53.2%) said they had never received advice to avoid oral problems. Oral health was considered good by 40.3% of the interviewees, although 58.4% affirmed they needed dental treatment. Daily medication use was mentioned by 70.1%. As to oral hygiene habits, 98.7% affirmed they brushed their teeth; 97.4% had their own toothbrush and 57.1% affirmed they used dental floss. Prosthesis use was referred by 72.7% of the interviewees; all subjects (100%) affirmed they had already been to the dentist at some time in their life, 50.6% of whom affirmed their last visit had occurred less than one year ago and 51.9% that they had used a private service. Only 24.7% of subjects affirmed they eat sweet food at least once per day, and 31.2% consumed soft drinks between two and three times per week. Coffee, tea or milk with sugar once per day was mentioned by 48.1%. The obtained results suggest that these persons have a positive risk perception about oral health, although some concepts and beliefs about the theme still have to be addressed in this population. Despite revealing strong expressions of biologism, the research subjects health and disease concepts reveal influences from theocentrism, hygienism and preventism, moving towards a broader conception of Health.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-18042007-152553 |
Date | 09 January 2007 |
Creators | Jamyle Calencio Grigoletto |
Contributors | Angela Maria Magosso Takayanagui, Maria José Bistafa Pereira, Marlivia Goncalves de Carvalho Watanabe |
Publisher | Universidade de São Paulo, Enfermagem em Saúde Pública, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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