[pt] O presente trabalho tem como objetivo investigar os modos não verbais de comunicação presentes na dinâmica clínica, pelas perspectivas da psicanálise relacional e da etologia. Inicialmente apresentaremos possíveis interlocuções entre a psicanálise e a etologia, através de conceitos que se mostram intercambiáveis e frutíferos para ambas as ciências. Em seguida, resgataremos o viés biológico trazido por Freud em suas primeiras construções teóricas a partir das investigações sobre a neurose. Elas desembocam nos dilemas trazidos pelo conceito de pulsão e no papel da representação na metapsicologia freudiana. Em um terceiro momento, nos aprofundaremos sobre a psicanálise relacional e a teoria do apego, de onde extraímos importantes considerações sobre os aspectos primitivos da constituição psíquica e da comunicação não verbal. A dimensão sensorial da experiência e os processos intersubjetivos serão abordados como fatores essenciais no desenvolvimento do indivíduo. Por fim, dedicaremos especial atenção ao manejo da esfera não verbal no contexto clínico. Através de uma leitura eto-psicanalítica dos sofrimentos emocionais primitivos, destacaremos os fenômenos sensoriais que se apresentam em determinados quadros psicopatológicos. Discutiremos as adaptações filogenéticas adquiridas ao longo do processo evolutivo, que trazem um novo olhar sobre os processos de comunicação mediados pelo corpo e auxiliam o analista na compreensão das marcas sensoriais deixadas pelo trauma precoce. Defenderemos a hipótese de que há em todo sujeito um núcleo inacessível à fala, que aparece como material clínico principalmente na análise de pacientes graves, onde o comprometimento psíquico encontra-se em níveis mais profundos da personalidade. / [en] This paper aims to investigate non-verbal communication displayed in clinical settings from the perspectives of relational psychoanalysis and ethology. After revisiting Freud’s biological perspective on neurosis from his first theoretical constructions, we will initially set a dialogue between psychoanalysis and ethology through concepts that prove to be interchangeable and fruitful to both sciences. This discussion brings us to the dilemmas inherent to the concept of drive and the role of representation in Freudian metapsychology. Hereafter we will go deeper into relational psychoanalysis and attachment theory from which we derive important considerations about primitive aspects of the psychic constitution and non-verbal communication. The sensory dimension of the experience and the intersubjective processes will be addressed as essential factors in the individual s development. Finally, we will offer special attention to the management of nonverbal communication in clinical settings. We will then highlight through an eto-psychoanalytic approach of primitive emotional suffering the sensory phenomena displayed in certain psychopathological situations. We will discuss the phylogenetic adaptations acquired throughout the evolutionary process and how they introduce a new understanding to communication processes mediated by the body that may assist the analyst in understanding the sensory marks left by early trauma. We will defend the hypothesis that in every subject there is a nucleus inaccessible through speech which manifests itself clinically and how this nucleus is especially present in the analysis of critically ill patients whose psychic impairment is found at deeper levels of the personality.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:53165 |
Date | 09 June 2021 |
Creators | JULIA BRAGA DO PATROCINIO FERNANDES |
Contributors | CARLOS AUGUSTO PEIXOTO JUNIOR |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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