[pt] Essa pesquisa tem como objetivo analisar como as imagens foram empregadas, desde o início da Idade Média até os tempos do capitalismo tardio, por diferentes instâncias de poder com a intenção de atender a fins de caráter propriamente político, e consequentemente ideológico. Nossa intenção é mostrar em que medida as imagens foram pensadas para serem implementadas em diferentes épocas como se pudessem supor uma neutralidade visual acerca da realidade, sem que fossem notadas como uma das formas de ferramenta de controle. Isto é, uma ferramenta de controle político pelo qual uma cultura dominante representa o mundo, torna-o presente e age sobre ele. Da crítica a respeito da construção do mito sobre a imagem na história, compreendemos que ela tendeu a negar sua origem real e sua natureza de objeto fabricado para se afirmar como um artefato quase consubstancial a seu protótipo sagrado. Longe de uma neutralidade, é preciso afirmar a noção de que as imagens exercem um controle social sofisticado a partir de seu uso em razão de uma política voltada para um posicionamento ideológico específico da cultura dominante de uma determinada época. Por esse motivo acreditamos que as imagens foram e continuam a ser utilizadas como arma propagandística na legitimação da cultura hegemônica. Lembramos que a luta política é uma luta pelo poder de representação, pelo reconhecimento das formas de representação legítima e pelo controle simbólico. E o poder simbólico é o poder econômico, político e cultural que está em condição de se fazer reconhecer e de obter reconhecimento. Portanto, nossa proposição se localiza na discussão do sentido simbólico da imagem gráfica enquanto código fundamental, que é operado pelas instâncias de dominação para o controle das massas em função da ideologia particular de seu tempo histórico. E por instâncias de dominação supomos o Campo do Design, que através de princípios e esquemas específicos consagram as imagens que atendem a sociedade como um todo. Nesse sentido, a pesquisa chama atenção para a forma como se organizam as representações de conhecimento sobre a sociedade, mostrando que isso implica em incorporar à análise todos os aspectos das organizações das quais elas são feitas, incluindo: estruturas burocráticas, poder financeiro, a cultura visual, os códigos profissionais, enfim, todas as condições econômicas, culturais e políticas de desenvolvimento e acesso que determinam o que, e de que maneira uma imagem será representada para a sociedade. / [en] This research is aimed at analyzing how images have been used by different instances of power with the intention of attending purposes of political and, consequently, ideological character since the beginning of the Middle Ages until the times of late capitalism. Our intention is to show to what extent images have been planned to be implemented at different moments as if they could assume a visual impartiality on reality, without them being noticed as instruments of control. That is, an instrument of political control through which a dominant culture represents the world, makes it present and acts upon it. From the critics on the construction of the myth about image in history we understand that the image has tended to deny its real inception and its nature as an object which has been fabricated to affirm itself almost as an artifact which is consubstantial to its sacred prototype. Far from what we may call impartiality, we must take into consideration that images exercise a sophisticated form of social control from its usage on account of politics directed to a particular ideological stance of the dominant culture in a certain time. For this reason we believe that images have been and continue to be used as a propagandistic tool in the process of legitimating the hegemonic culture. We point out that the political struggle is an effort over the power of representation, over the acknowledgement of the forms of legitimate representation and symbolic control. Symbolic power is the economic, political, and cultural power that is in position of making itself recognized and obtaining recognition. Therefore, our proposition stands on the discussion of the symbolic meaning of the graphic image as a fundamental code that is run by the domination instances aimed at controlling the masses according to the particular ideology of their historical time. By domination instances we suppose the Field of Design, which, through principles and specific patterns, consolidates images that attend society as a whole. In this sense, our research highlights the manner through which representations of knowledge are organized on society,demonstrating that this implies incorporating to our analysis all aspects of the organizations of which they are made including bureaucratic structures, financial power, visual culture, and professional codes: that is, all economical, cultural and political conditions of development and access which determine what and in which manner an image will be represented to society.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:29996 |
Date | 17 May 2017 |
Creators | KARL GEORGES MEIRELES GALLAO |
Contributors | ALBERTO CIPINIUK |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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