[pt] O objeto deste trabalho consiste no processo de apropriação e objetificação dos corpos das mulheres a partir da relação entre produção do espaço e interseccionalidade. Partimos do princípio de que o ser humano se relaciona com o espaço através do corpo, e em uma análise escalar, o corpo ocupa seu primeiro nível, lugar primário de identidade pessoal e as questões de gênero, raça, e outras diferenças sociais, são construídas em torno da identidade corpórea. Contudo, os corpos que tendem a ser mais normatizados e objetificados são os corpos das mulheres negras e pobres. Dessa maneira, cremos que é imprescindível a relação entre espaço e interseccionalidade, a fim de revelar desigualdades, normatizações, formas de apropriações e objetificações específicas e impostas principalmente aos corpos das mulheres negras. Sendo assim, o objetivo principal do trabalho é analisar a relação entre espaço – corpo – interseccionalidade, a fim de demonstrar as formas de apropriação e objetificação dos corpos das mulheres. A partir deste objetivo, objetivos específicos se desdobram, sendo eles: a) analisar os debates sobre o corpo a partir da relação entre espaço e interseccionalidade; b) analisar a relação entre produção do espaço, corpo e apropriação; c) analisar como se construiu o processo de objetificação dos corpos das mulheres, principalmente mulheres negras. Dessa maneira, nossa questão central é: como a relação entre interseccionalidade e produção do espaço contribui para analisar o processo de apropriação e objetificação dos corpos das mulheres? Dessa maneira, acreditamos que a teoria marxista é indispensável à luta das mulheres, embora algumas vertentes do feminismo não concordem com a inclusão do método materialista histórico-dialético nas pesquisas feitas sobre mulheres e/ou movimento feminista. O marxismo possibilita uma análise crítica acerca das relações sociais, dentre elas a de gênero, mediante uma perspectiva de totalidade que não permite fragmentar a realidade. A teoria social marxista permite ao movimento feminista e aos estudos de gênero instrumentalizarem-se para desnaturalizar as diversas opressões submetidas às mulheres. Tal teoria, ao expor em bases materiais concretas a subordinação da mulher, permite engendrar ações da transformação desta
situação, apreendendo as grandes determinações e suas particularidades nas singularidades das condições de vida das mulheres. / [fr] L objet de ce travail est le processus d appropriation et d objectivation du corps des femmes à partir de la relation entre production d espace et intersectionnalité. Nous supposons que l être humain est lié à l espace à travers le corps, et dans une analyse scalaire, le corps occupe son premier niveau, la premier lieu d identité personnelle et les questions de genre, de race et d autres différences sociales sont construits autour de l identité corporelle. Cependant, les corps qui ont tendance à être plus normalisés et objectivés sont les corps de pauvres femmes noires. Ainsi, nous pensons que la relation entre espace et intersectionnalité est essentielle, afin de révéler des inégalités, des normes, des formes d appropriation et des objectivations spécifiques imposées principalement aux corps des femmes noires. Dans ce cas, l objectif principal du travail est d analyser les relations entre espace – corps – intersectionnalité, afin de mettre en évidence les formes d appropriation et d objectivation des corps des femmes. À partir de cet objectif, des objectifs spécifiques se dégagent, à savoir: a) analyser les débats sur le corps à partir de la relation entre espace et intersectionnalité; b) analyser la relation entre production d espace, de corps et d appropriation; c) analyser comment s est construit le processus d objectivation du corps des femmes, en particulier des femmes noires. Ainsi, notre question centrale est: comment la relation entre intersectionnalité et production d espace contribue à analyser du processus d appropriation et d objectivation des corps des femmes? De cette façon, nous pensons que la théorie marxiste est indispensable à la lutte des femmes, bien que certains courants féministes ne soient pas d accord avec l inclusion de la méthode matérialiste historique dialectique dans les recherches menées sur les femmes et/ou le mouvement féministe. Le marxisme permet une analyse critique des relations sociales, y compris les relations de genre, à travers une perspective de totalité qui ne permet pas la fragmentation de la réalité. La théorie sociale marxiste permet d instrumentaliser le mouvement féministe et les études de genre pour dénaturaliser les différentes oppressions subies par les femmes. Une telle théorie, en exposant la subordination des femmes sur des bases matérielles concrètes,
permet d engendrer des actions pour transformer cette situation, en appréhendant les grandes déterminations et leurs particularités dans les singularités des conditions de vie des femmes.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:54365 |
Date | 24 August 2021 |
Creators | JULIANA TORRES PIRES |
Contributors | REGINA CELIA DE MATTOS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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