[pt] Esta dissertação estuda a co-construção do humor conversacional, tendo em
vista suas diferentes acepções como a provocação, a brincadeira ou a ironia. Trata-se
de uma pesquisa qualitativa realizada no âmbito da Sociolingüística Interacional em
interface com a Análise da Conversa, que investiga a língua em uso. Procura
entender a co-construção do humor, com base no enquadre da brincadeira (Bateson,
1972), considerando a superposição ou laminação dos enquadres (Goffman, 1974;
Tannen & Wallat, 1987) e as pistas de contextualização (Gumperz, 1982). Analisa a
organização de preferência (Sacks, Schegloff & Jefferson, 1977), tendo em vista os
conceitos de ato reportável, sancionável e não sancionável (Boyle, 2002). Investiga
ainda a relação dos enquadres com as estratégias de envolvimento - repetição,
imagem e diálogo construído (Tannen, 1989). Os dados coletados constam de
dezesseis horas de gravação em áudio da conversa entre oito amigos durante três
almoços informais na cidade do Rio de Janeiro. Os resultados apontam, na
construção do humor conversacional, para um compartilhamento necessário de
esquemas de conhecimento na aceitação da brincadeira. Quando há uma falha neste
compartilhamento, o enquadre da brincadeira não é aceito, podendo acarretar um
conflito na interação. A brincadeira pode funcionar como estratégia para encobrir
outro enquadre, quando há uma sobreposição intencional de enquadres. Quanto à
organização de preferência, considerando o humor direcionado aos participantes do
grupo, as sequências despreferidas marcadas por quebras de expectativa, são
evidenciadas. Um alto uso das estratégias de envolvimento na aceitação do enquadre
da brincadeira parece contribuir para promover a solidariedade entre os participantes. / [en] This research aims at analyzing the co-construction of conversational
humor considering its different aspects such as teasing, play or irony. It is a
qualitative research based on the concepts of Interactional Sociolinguistics and
Conversation Analysis, which traditionally analyzes language in use. The paper
investigates the co-construction of play frame (Bateson, 1972), considering its
overlapping and layering (Goffman, 1974, Tannen & Wallat, 1987) and the
contextualization cues (Gumperz, 1982). It analyzes preference organization
(Sacks, Schegloff & Jefferson, 1977) taking into consideration the concepts of an
accountable, sanctionable and not sanctionable act (Boyle, 2002). It also
investigates the relation between frames and involvement strategies - repetition,
imagery and constructed dialog (Tannen, 1989). The data collected consists of
sixteen hours of audio recorded conversations among eight friends during
informal lunches in the city of Rio de Janeiro. The results indicate a necessary
shared knowledge when the play frame is to be accepted. When there is a lack of
shared knowledge, the play frame is not accepted, which can lead to a conflict in
the interaction. In intentional layering of frames, play can work as a strategy to
hide another frame. As to preference organization, taking into account play
directed to one of the participants of the group, dispreferred sequences, which are
characterized by a break of expectations, are highly evidenced. A high use of
involvement strategies in the acceptance of play frame seems to contribute to the
promotion of solidarity among participants.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:14068 |
Date | 03 September 2009 |
Creators | LETICIA REZENDE STALLONE |
Contributors | CLARISSA ROLLIN PINHEIRO BASTOS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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