[pt] Quando analisamos o cotidiano das favelas percebemos que além da exclusão de parcelas da população existe a sua legitimação por ocupar um espaço considerado anômalo à cidade, o que nos leva a interpretá-las enquanto manifestação do processo de segregação socioespacial. Nesta dissertação partimos do princípio de que a segregação é fundamento e condição da violenta urbanização capitalista. A associação da favela com as imagens de perigo, de crime e de descontrole, se perpetua até os dias atuais, criando estereótipos que no caso da capital fluminense comporta aproximadamente um quarto da população. Outra questão relevante é que boa parte dos moradores de favelas introjetam essas representações do seu espaço de vivência, sofrendo a violência simbólica ao não se sentirem pertencentes à cidade, na maioria das vezes reforçada pela escola assim como pela geografia escolar quando aborda a favela como um problema urbano. O preconceito é categoria do pensamento e do comportamento cotidianos que se objetiva nas práticas espaciais, levando aqueles que são o alvo dessas práticas preconceituosas a conviver com a violência simbólica e até mesmo física. Acreditamos que a docência, e de maneira mais específica o ensino de Geografia, possa constituir mediação fundamental para estabelecer a lógica das classes populares a partir de formas espaciais de resistências, como as favelas, dando visibilidade a esses sujeitos, exercendo um papel de contrainternalização da hierarquia social a qual estão submetidos no decorrer de suas trajetórias de vida, ou seja, a partir de um projeto de educação para além do capital. / [en] When we analyze the daily life of the favelas, we realize that besides the exclusion of plots of the population there is their legitimacy to occupy a space considered anomalous to the city, which leads us to interpret them as a manifestation of the socio-spatial segregation process. In this dissertation we assume that segregation is the foundation and condition of violent capitalist urbanization. The favela association with images of danger, crime and uncontrolled, perpetuates to the present day, creating stereotypes that in the case of the capital city of Rio de Janeiro comprises approximately a quarter of the population. Another relevant issue is that most favelas dwellers introject these representations of their living space, suffering symbolic violence by not feeling belonging to the city, most often reinforced by the school as well as by the school geography when it approaches the favela as a urban problem. Prejudice is a category of everyday thinking and behavior that is objectified in spatial practices, leading those who are the target of these biased practices to coexist with symbolic and even physical violence. We believe that teaching, and in a more specific way the teaching of Geography, can be fundamental mediation to establish the logic of the popular classes from spatial forms of resistance, such as the favelas, giving visibility to these subjects, playing a counterinternalization role of social hierarchy to which they are submitted in the course of their life trajectories, that is, from an education project beyond capital.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:35123 |
Date | 18 September 2018 |
Creators | ALAN SILVEIRA |
Contributors | REGINA CELIA DE MATTOS |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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