[pt] O estudo apresenta proposições teóricas acerca dos diferentes modos pelos quais os militares da Marinha do Brasil percebem e experimentam o Suporte Organizacional no contexto militar naval, e seus impactos nas atitudes e comportamentos individuais. O uso do Método Fenomenográfico permitiu a compreensão mais ampla do fenômeno e sua variação nos modos dos indivíduos em conceber partes dele (MARTON, 1981; MARTON; BOOTH, 1997a; SANDBERG, JORGEN, 2000a). Foram realizadas 29 entrevistas em profundidade, com Oficiais e Praças (de Sargentos a Suboficiais) da Marinha do Brasil, cuja análise deu origem ao Mapa do Espaço de Resultados. As visões que emergiram apontaram que a Percepção de Suporte Organizacional (PSO) é, para os militares da Marinha do Brasil, centrado na Estrutura formando um núcleo duro (fruto das percepções acerca das estruturas de bem estar colocadas à disposição do Militar, aí envolvendo saúde, Assistência Social, conforto, alimentação, dentre outras); posteriormente, a PSO recai na atuação da Chefia Direta (representada sempre pelo Oficial encarregado direto do Militar) para, em seguida, mencionarem o Alto Escalão representado pelos Almirantes da Marinha e suas decisões; por fim, os entrevistados voltam seus olhares para as práticas organizacionais (positivas como o reconhecimento ou, ainda, as negativas decorrentes de práticas veladas no seio da instituição). As concepções sugeridas, da mais profunda para a mais ampla, foram: Percepção de Suporte Organizacional (PSO) Profundo; PSO Relação Indivíduo-Chefia; PSO Alto Escalão; PSO Práticas Organizacionais. O estudo revelou que o Suporte Organizacional é, para os militares da Marinha do Brasil, influenciado por um processo de Identificação Profunda que os faz proteger o núcleo duro de todas as esferas de influência (como, do próprio indivíduo (suas origens e sua família), seus pares, a Organização Militar, a chefia, o Alto Escalão e, por fim, a própria instituição, pormeio de suas práticas). A Fenomenografia nos permitiu revelar a visão dos Militares sobre a Percepção de Suporte Organizacional (EISENBERGER et al., 1986), enquanto que da Teoria da Identidade Organizacional (ASHFORTH;
MAEL, 1989; EDWARDS, 2005; ASHFORTH et al., 2008) lançamos mão do conceito de Identificação Estrutural Profunda para compreender o processo de identificação adotado pela Marinha ao longo da vida militar dos indivíduos por meio de processos legais - como a formação, as normas e regras de procedimento - ou velados – como ameaças, pressões ou submissão a situações extremas. Este processo de identificação profunda, batizado de doutrinação, é que permite injetar combustível suficiente para manter a chama do Fogo Sagrado das tradições da Marinha sempre acessa e gera, ao mesmo tempo, uma barreira de proteção no indivíduo contra percepções nocivas à instituição. Este achado é particularmente importante à PSO pois sugere que a percepção dos indivíduos, em organizações cujos processos de identificação são constantemente reforçados, é protegida de eventuais influências negativas oriundas de ações da chefia direta, do alto escalão ou de práticas organizacionais. / [en] The aim of this study is to present theoretical propositions for structuring the various ways that Brazilian Navy personnel perceive and experience a particular phenomenon called Perceived Organizational Support (POS) inside the naval military work environment. The Phenomenographic research framework was used due to its capability to improve comprehension about the phenomena and the variation in ways people experience it in their world (MARTON, 1981; MARTON; BOOTH, 1997a; SANDBERG, JORGEN, 2000a). For the study, 29 in-depth interviews were undertaken, with Officers and Petty Officers (from Chief Petty Officer to Master Chief Petty Officer of the Navy) from Brazilian Navy, that gave origin, after analysis, to an Outcome Space Map. The conceptions arise from data point that POS is, for the Brazilian Navy personnel, centered in an structural element forming a hard core (due to perceptions about the structures of well being at the disposal of the personnel, there included health, social assistance, food, comfort, among others); after that, POS makes salient the interaction with direct leadership (centered in officers rank); and, after, POS makes salient the interaction with higher leadership (High level, like Admirals) and their decisions; and, finally, POS set eyes to organizational practices (positives, like recognition or even negatives, like shadow practices (those practices not well recognized by the Navy). The conceptions, from the deepest to the wide-ranging, were: Deep Structured POS; Relational POS Chief-Individual; Relational POS Admirals-Individual; and, Organizational Practices POS. The methodology revealed the variation in ways Brazilian Navy Personnel Perceived the Organizational Support, and showed how a Deep Structured identification process make them protect the hard core from other interactions (Boss, high level administration, or the organizational practices) ou others influence areas (like, from the own person (family or its origins); their peers; the own Military Organization; their boss; or, even, the Brazilian Navy). From the phenomenography we uncover the different ways of experiencing POS(EISENBERGER et al., 1986), and from the Identity Theory (ASHFORTH; MAEL, 1989; EDWARDS, 2005; ASHFORTH et al., 2008) we learned about Deep Structured Identification (DSI) to understand the process of Identification conducted by the Navy during all career using legal methods (from the formation and from the use of rules and regulations) and dark methods (like threatening, pressures, or extreme situations submission). This DSI, labeled doctrination, injects enough fuel to keep the Sacred Flame of Navy traditions on and, at the same time, creates a protection barrier in the individual against bad perceptions attacking the Navy. This finding is specially important to POS due to its suggestions that the perceptions of the individuals, in organizations that adopts Deep Structures Identification processes, are constantly reinforced and protected against bad influences from different origins (boss, high level, or organizational practices).
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:29281 |
Date | 03 March 2017 |
Creators | SERGIO CARLOS DE SOUSA PEREIRA |
Contributors | SANDRA REGINA DA ROCHA PINTO |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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