[pt] O abuso sexual infantil (ASI) é um fenômeno de extrema complexidade,
considerado como uma das mais graves formas de violação de direitos humanos.
São necessárias intervenções terapêuticas e judiciais. Quando ocorrido no seio
familiar, além das medidas que interrompam a violência e responsabilizem o
agressor, é imprescindível o tratamento da criança e da família. O presente estudo
investigou as práticas em avaliação psicológica realizadas pelos psicólogos forenses
do judiciário fluminense nos processos judiciais envolvendo suspeita de abuso
sexual infantil intrafamiliar. Para tanto, foram entrevistados seis psicólogos
forenses vinculados ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
Entre os participantes estão quatro analistas judiciários ocupando cargos de
psicólogos e duas psicólogas peritas judiciais. A partir da análise de conteúdo de
Bardin, emergiram três categorias: avaliação psicológica: percepções e recursos;
perícias psicológicas em casos de abuso sexual infantil intrafamiliar; e dificuldades
dos psicólogos forenses no contexto do TJRJ. Concluímos que as práticas
avaliativas são diversas e que há pouca abertura para a utilização de instrumentos
psicológicos além das entrevistas. O espaçamento temporal entre a ocorrência da
violência e a perícia, o alto volume de trabalho e os curtos prazos processuais foram
complicadores referidos por todos os participantes. Evidenciamos que as limitações
inerentes ao contexto forense interferem na sistematização do processo avaliativo e
na escolha dos procedimentos a serem utilizados nas perícias judiciais. Destacamos
a importância de mais estudos sobre as dificuldades enfrentadas pelos psicólogos
no campo forense em razão das particularidades de cada estado brasileiro. / [en] Child sexual abuse is a phenomenon of extreme complexity, considered one
of the most serious forms of human rights violation. Therapeutic and judicial
interventions are required. When it occurs within the family, in addition to measures
that stop the violence and hold the aggressor accountable, the treatment of the child
and the family is essential. The present study investigated the practices in
psychological assessment carried out by forensic psychologists of the Rio de
Janeiro judiciary in judicial proceedings involving suspected intrafamilial child
sexual abuse. For that, 6 forensic psychologists linked to the Court of Justice of the
State of Rio de Janeiro were interviewed. Among the participants are four judicial
analysts occupying positions of psychologists and two psychologists who are
judicial experts. From Bardin s content analysis, three categories emerged:
psychological assessment: perceptions and resources; psychological expertise in
cases of intrafamilial child sexual abuse and difficulties faced by forensic
psychologists in the context of the Court of Justice. We concluded that the
evaluative practices are diverse and there is little opening for the use of
psychological instruments besides the interviews. The temporal spacing between
the occurrence of violence and the expertise, the high volume of work and the short
procedural deadlines were complicating factors mentioned by all participants. We
evidenced that the limitations inherent to the forensic context interfere in the
systematization of the evaluation process and in the choice of procedures to be used
in the judicial expertise. We emphasize the importance of further studies on the
difficulties faced by psychologists in the forensic field due to the particularities of
each Brazilian state.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:60303 |
Date | 22 August 2022 |
Creators | RAQUEL VELOSO DA CUNHA |
Contributors | JULIANE CALLEGARO BORSA |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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