[pt] Como foi possível que a Colômbia, um país estigmatizado como problemático, tenha passado a constituir uma referência para soluções no que toca a operações militares? Essa pergunta está relacionada à emergência, na década de 2010, de um discurso do pós-conflito na Colômbia, ou seja, a ideia de uma transição de um conflito problemático a um pós-conflito exitoso. Parto do argumento de que tanto as análises que apontam para a existência de um cenário pós-conflito na Colômbia como aquelas que resistem à narrativa do sucesso operam com a lógica da presença/ausência de violência. Em contraste, proponho pensar esse quebra-cabeças em termos da transformação das regras através das quais a violência é transmitida e das condições que permitem tal dinâmica. Esse esforço analítico é empreendido em duas partes principais. Na primeira, investigo como o problema da violência foi historicamente construído na Colômbia. Na segunda, exploro como o profissional militar mobilizado por meio desse entendimento específico de violência foi historicamente construído por meio de um circuito de saberes militares. Com base nessa análise, a pesquisa confronta a ênfase institucionalista que tradicionalmente constitui os debates sobre relações civil-militares, mostrando que tão importante quanto olhar para a fronteira polícia-militar para pensar sobre a violência e sua relação com a democracia é olhar para a forma com que regras de violência são transmitidas. Em segundo lugar, afirmo que só é possível compreender a consolidação de um edifício de saberes militares na Colômbia por meio de seu enquadramento em uma dinâmica mais abrangente de transmissão de conhecimentos. / [en] How was it possible that Colombia, a country stigmatized as a problematic one, has come to be taken as a reference for solutions regarding military operations? Such puzzle is related to the emergence of a post-conflict discourse in Colombia by the 2010s, that is, the claim of a transition from a problematic conflict to a successful post-conflict. By arguing that both the analyses pointing to a post-conflict scenario and those resisting such a claim are all operating with the logics of the presence/absence of violence, I propose to think about this puzzle in terms of the transformation of the rules through which violence is transmitted and the conditions allowing for this. This analytical effort unfolds in two main parts. In the first one, I investigate how the problem of violence has been historically built in Colombia. In the second, I explore how the military professional mobilized through this specific understanding of violence was historically constituted through a circuit of military savoirs. Based on this analysis, the research confronts the traditional institutionalist emphasis of civil-military debates. It does so by showing that as important as looking to the police-military boundary to think about violence and its relation to democracy, is looking to the school-training splitting observed in the ascendancy of the Colombian military as experts in the use of violence in Latin America. Finally, I claim that one can only understand the consolidation of an edifice of military savoirs in Colombia by framing it within broader dynamics of transmission of expertise.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:31650 |
Date | 05 October 2017 |
Creators | MANUELA TRINDADE VIANA |
Contributors | MONICA HERZ |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | English |
Detected Language | English |
Type | TEXTO |
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