[pt] A dissertação reconstrói o plano social formado em torno do debate
público sobre os impactos de segurança das mudanças climáticas. Emprega para
tanto o método de mapeamento de controvérsias desenvolvido por Pierre
Bourdieu, que consiste no posicionamento dos agentes envolvidos no debate em
um plano cartesiano, simbolizando as distâncias sociais entre os mesmos. Neste
plano se cruzam um eixo horizontal, no qual os agentes são posicionados em
função da caracterização que oferecem da ameaça climática (ênfase em segurança
humana x ênfase em segurança geopolítica e militar), e um eixo vertical, no qual
as coordenadas dos agentes são definidas a partir do tipo de medidas que advogam
para o enfrentamento dos impactos de segurança do fenômeno (adaptação
preventiva x adaptação reativa). Cruzando as tomadas de posição dos agentes
nestes dois eixos, a pesquisa se propõe a avaliar a compatibilidade entre os
resultados encontrados e os argumentos de Ulrich Beck, Didier Bigo, Jef
Huysmans, Claudia Aradau e Rens Van Munster acerca dos impactos políticos do
novo tipo de risco incomensurável que o fenômeno representa. Discute-se, em
específico, a tese que associa a securitização das mudanças climáticas à transição
de um modelo comunitarista de organização do sistema internacional rumo a um
modelo centrado em um senso de pertencimento global. A dissertação tem como
ambição, portanto, analisar os efeitos que as diferentes concepções de segurança
climática vêm exercendo sobre a compreensão espaço-temporal moderna. Como
conclusão, captura uma inclinação do debate em favor de uma concepção do
global entendida como troca entre unidades particulares e uma predileção dos
agentes por práticas de gerenciamento de risco. / [en] The dissertation maps the social space created around the public discussion
concerning the security impacts of climate change. Pierre Bourdieu’s method of
controversy mapping was applied, which consisted in positioning the agents
involved in the debate on a Cartesian plane, symbolizing the social distances
between them. The social map is formed by the intersection of two axes: first, the
horizontal axis, in which actors are positioned according to how they frame the
climate threat (emphasis on human security x emphasis on geopolitical and
military security). Second, a vertical axis, in which agents are located according to
the type of measures they advocate to deal with the security impacts of the
phenomenon (preventive adaptation x reactive adaptation). By crossing agents’
positions in these two axes, the research tried to evaluate the consistency between
its results and the arguments of Ulrich Beck, Didier Bigo, Jef Huysmans, Claudia
Aradau and Rens van Munster concerning the political impacts of the new kind of
unmanageable risk climate change represents. The dissertation evaluates, in
particular, the hypothesis linking the securitization of climate change with the
transcendence move from a communitarian international system towards a model
based on a global sense of belonging. The research aimed, therefore, to analyze
the effects that the different conceptions of climate security are having upon the
modern understanding of space and time. As a conclusion, the dissertation
identified an inclination among the analyzed agents towards a conception of the
global understood as an exchange between well delineated particulars and a
propensity towards practices of risk management.
Identifer | oai:union.ndltd.org:puc-rio.br/oai:MAXWELL.puc-rio.br:16141 |
Date | 11 August 2010 |
Creators | BRUNO EDUARDO PORTELA BORGES DE MAGALHAES |
Contributors | PAULO LUIZ MOREAUX LAVIGNE ESTEVES, PAULO LUIZ MOREAUX LAVIGNE ESTEVES, PAULO LUIZ MOREAUX LAVIGNE ESTEVES |
Publisher | MAXWELL |
Source Sets | PUC Rio |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | TEXTO |
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