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Chumbo na água de consumo de Ribeirão Preto (SP): fatores químicos, físicos e possíveis correlações com a contaminação de crianças / Lead in drinking water from Ribeirão Preto (SP): chemical and physical factors and possible correlations with children contamination

A intoxicação por chumbo tem conseqüências devastadoras para o ser humano, principalmente para crianças. Em Ribeirão Preto foram detectadas crianças com níveis de chumbo no dente tão elevados quanto de crianças com conhecida contaminação na cidade de Bauru (SP). Diante disso, este trabalho teve como objetivos investigar fatores físicos e químicos que possam elevar a concentração de chumbo na água de consumo, e avaliar a possível correlação entre a contaminação por chumbo nas crianças com a água de suas residências. O estudo da capacidade de corrosão da água utilizando um pedaço de cano a base de chumbo mostrou que ao diminuir o pH de 6,40 para 5,94 a lixiviação de chumbo aumentou 3 vezes, enquanto o aumento de 6,40 para 7,06 diminuiu a lixiviação em 20%, após 8 horas de experimento. Não foi observada influência na capacidade de corrosão em testes de 48 horas quando aumentou-se a dureza da água. Foram coletadas amostras (1L) de água das 40 casas estudadas, sendo as primeiras alíquotas coletadas após pelo menos 6 horas de repouso nos encanamentos. Amostras de água recém tratada de 11 postos de abastecimento de Ribeirão Preto serviram como controle. A faixa de condutividade da água das casas foi bastante ampla (50,4 - 116,9 S cm-1), e nenhum dado foi estatisticamente diferente do grupo controle (70,6 ± 40,2 S cm-1). Cerca de 60% dos valores de pH das amostras das casas estavam menores que do controle (6,20 ± 0,25), provavelmente devido à hidrólise de metais vindos da corrosão de encanamentos. Dos parâmetros estudados, as variações mais significativas que ocorreram entre a água da torneira do registro e da cozinha foi o pH, que teve a tendência em aumentar, principalmente em casas que tinham caixa d\'água. As concentrações de cálcio nas casas variaram de 2,36 - 7,23 mg L-1, e magnésio de 0,77 - 2,62 mg L-1, estando portanto dentro da faixa de concentração do grupo controle (1,94 - 10,74 mg L-1 Ca2+ e 1,01 - 3,62 mg L-1 Mg2+). Nas casas amostradas as concentrações de cobre (de 0,82 a 458 g L-1) e chumbo (de <0,28 a 3,19 g L-1) não ultrapassaram os máximos recomendados pela portaria 518 do Ministério da Saúde. No entanto, verificou-se um aumento na concentração desses metais em relação ao grupo controle ([Pb] = 0,16 ± 0,10 g L-1 e [Cu] = 2,17 ± 3,19 g L-1), reforçando a idéia de que ocorre lixiviação no percurso dos postos de abastecimento às residências. Após o escoamento de 5 minutos entre alíquotas, as concentrações de metais foram significativamente menores. Os coeficientes de correlação linear entre a concentração de chumbo na água e no sangue ou no esmalte (1ª e 2ª biópsia) das crianças não foram estatisticamente significativos (rmáximo = 0,2324; p = 0,17231). Porém, considerando as concentrações de chumbo na água maiores que 0,5 g L-1 o coeficiente de correlação linear com o sangue passou de 0,1517 para 0,8373 (p = 0,00129; n = 11). A relevância dessa correlação só poderá ser estabelecida uma vez que haja um maior número de amostras. / Lead poisoning has devastating consequences for humans, especially for children. It has been found that a significant percentage of children from Ribeirão Preto had as much lead in enamel teeth as the children from Bauru (SP), a city with a well described contamination by lead. Thus, this study aimed to investigate physical and chemical factors that can increase the concentration of lead in drinking water, and evaluate the possible correlation between lead poisoning in children with the water from their homes. The drinking water capability of corrosion was studied using a piece of lead-based pipe. The results showed that lowering the pH from 6.40 to 5.94 increased the leaching of lead three times, while the increase from 6.40 to 7.06, decreased the leaching by 20% after 8 hours of experiment. Increases on the hardness of the water had no effect on the capability of corrosion in tests performed during 48 hours. Drinking water samples (1L) from 40 houses were collected after at least 6 hours of stagnation in the pipes. Samples (1L) of water from 40 homes were studied, being the first fractions collected after at least six hours of stagnation in the pipes. Samples from 11 water treatment plants from Ribeirão Preto were collected after treatment and were used as the control group. The water conductivity from the studied houses had a large variation (50.4 to 116.9 S cm-1), however, these values were within those for the control group (70.6 ± 40.2 S cm-1). The pH values for 60% of the drinking water samples were bellow 6.20 ± 0.25 found for the control group. This is probably due to the hydrolysis of metals from the pipes and parts that may occur during the corrosion processes. When comparing the results found for the water from the back yard and that from the kitchen, the pH values had the most significant variations. For most of the houses which had a water reservoir the pH increased after standing in the reservoir. Calcium concentrations in the drinking water ranged from 2.36 to 7.23 mg L-1, and magnesium from 0.77 to 2.62 mg L-1, which is close to the range of the control group (1.94 - 10.74 mg L-1 Ca2+ and 1.01 to 3.62 mg L-1 Mg2+). Concentrations of copper (0.82 to 458 g L-1) and lead (from <0.28 to 3.19 g L-1) did not exceed the maximum recommended by the Brazilian Ministry of Health. However, there was an increase in the concentration of these metals compared to the control group ([Pb] = 0.16 ± 0.10 g L-1 and [Cu] = 2.17 ± 3.19 g L- 1), reinforcing the idea that an important leaching can occur from the source to the houses. Metal concentrations were significantly lower after 5 minutes of flushing. There was not a significant linear correlation (rmaximum = 0.2324; p = 0,17231) between the concentration of lead in drinking water and in blood or tooth enamel (1st and 2nd biopsy) from children. However, considering lead concentrations in drinking water higher than 0.5 g L-1 the linear correlation coefficient with lead in blood went from 0.1517 to 0.8373 (p = 0,00129; n = 11). The relevance of this correlation can only be established after the analysis of a larger number of samples.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-17052011-173501
Date21 March 2011
CreatorsTahuana Luiza Bim Grigoletto
ContributorsMaria Lucia Arruda de Moura Campos, Pedro Vitoriano de Oliveira, Márcia Andreia Mesquita Silva da Veiga
PublisherUniversidade de São Paulo, Química, USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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