Introdução: A úlcera de estresse é uma complicação importante que pode ocorrer nos pacientes criticamente doentes, necessitando de cuidados intensivos. Apesar de ser pouco frequente, está associada com o aumento da morbidade e mortalidade em Unidades de Terapia Intensiva. É necessária uma avaliação precisa dos pacientes que estão em risco de desenvolverem úlcera de estresse para a indicação adequada de medicamento profilático. Objetivo: Avaliar a utilização de medicamentos profiláticos para úlcera de estresse nos pacientes internados de cinco Unidades de Terapia Intensivas Pediátricas (UTIP) de Porto Alegre. Métodos: Foi realizado um estudo multicêntrico, prospectivo, transversal, observacional, em cinco UTIPs de Porto Alegre. Foram avaliados os prontuários de todos os pacientes internados nestas unidades, em dia definido aleatoriamente para a visitação, no período de abril de 2006 a fevereiro de 2007. Foram excluídos os pacientes já avaliados em visitas anteriores e aqueles com hemorragia digestiva alta na admissão. Foram avaliados idade, sexo, diagnóstico na admissão, gravidade da doença, uso de medicamentos profiláticos para sangramento digestivo, justificativa do uso de profilaxia, medicamento profilático utilizado como primeira escolha. Resultados: Foram avaliados 398 pacientes, 57% do sexo masculino, com mediana de idade de 16 meses (Intervalo inter-quartil [IQ]: 4 - 65) e mediana de permanência em UTIP de 4 dias (IQ: 1 - 9). O principal motivo de internação foi doença respiratória (32,7%). Usaram profilaxia 77,5% dos pacientes avaliados, variando de 66 a 91%. A ranitidina foi o medicamento mais empregado (84,5%), sendo a ventilação mecânica (22,3%) a justificativa mais prevalente, seguida de rotina informal do serviço (21,4%). Apenas uma das UTIPs tinha protocolo assistencial para uso de profilaxia para úlcera de estresse. Em 3% dos pacientes houve indícios de sangramento digestivo, mas nenhum clinicamente importante. Conclusões: O uso de medicamentos profiláticos para úlcera de estresse é prática frequente nas UTIPs avaliadas, sendo a ranitidina a droga de escolha na maioria das vezes. Entre as indicações para profilaxia estabelecidas na literatura, a ventilação mecânica foi a indicação mais prevalente. Ressalta-se que o uso baseado em rotinas institucionais assumiu, na amostra estudada, igual prevalência, sugerindo que o uso de profilaxia para úlcera de estresse possa estar inadequado. / Introduction: Stress ulcer is an important complication that can affect critically ill patients, thus demanding intensive care. Although it is not very common, it is associated with the increase of morbidity and mortality in Intensive Care Units. A precise evaluation of patients at risk of developing stress ulcer is needed in order to correctly indicate the stress ulcer prophylaxis. Objective: To evaluate the use of stress ulcer prophylaxis in patients of five Pediatric Intensive Care Units (PICU) in Porto Alegre. Methods: A multicentric, prospective, cross-sectional, observational study was conducted in five PICUs in Porto Alegre. From April 2006 to February 2007, medical records of all patients at these units were evaluated; visiting days were randomly chosen. Patients that had already been evaluated in previous visits, as well as those that presented upper gastrointestinal bleeding when admitted, were excluded. Age, gender, admission diagnosis, severity of illness, use of stress ulcer prophylaxis, justification of prophylactic use and prophylactic drug used as first choice were evaluated. Results: 398 patients were evaluated, 57% males, the median age was 16 months (IQR: 4-65), the median length of PICU stay was 4 days (IQR:1-9). Respiratory illness was the main reason for admission, 32.7%. From the total sample of patients, 77.5% used prophylaxis, ranging from 66% to 91% for each individual PICU. Mechanical ventilation (22.3%) was the main justification, followed by informal routine service (21.4%). Only one of the PICUs had a specific protocol of assistance for the use of stress ulcer prophylaxis. Ranitidine was the most used drug (84.5%). There were traces of gastrointestinal bleeding in 3% of the patients, but none were clinically significant. Conclusions: The use of stress ulcer prophylaxis is a common practice in the appraised PICUs and ranitidine was the most used drug. Mechanical ventilation was the most common justification amongst those suggested in the literature. However, the use based on informal routines, in this study, showed equal prevalence, which suggests that the use of prophylactics might be inadequate.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:lume.ufrgs.br:10183/17381 |
Date | January 2009 |
Creators | Araújo, Taisa Elena de |
Contributors | Carvalho, Paulo Roberto Antonacci, Vieira, Sandra Maria Gonçalves |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS, instname:Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instacron:UFRGS |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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