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Análise da incidência de tuberculose em três municípios brasileiros e o Distrito Federal na perspectiva dos fatores climáticos e sociais / Analysis of the incidence of tuberculosis in three brazilian municipalities and Federal District from the perspective of climatic and social factors / Análisis de la incidencia de la tuberculosis en tres municipios brasileños y Distrito Federal en la perspectiva de los factores climáticos y sociales

Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Departamento de Enfermagem, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, 2018. / Indicadores de tuberculose (TB) no Brasil mostram disparidades entre as capitais brasileiras e a literatura mostra que fatores ambientais e sociais têm influencia na carga da doença. Objetivou-se analisar a incidência da tuberculose em três municípios brasileiros e o Distrito Federal na perspectiva de fatores climáticos e sociais, entre 2003 a 2014. Trata-se de um estudo ecológico, descritivo, realizado com 131.576 casos novos de tuberculose registrados no Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Utilizados dados ambientais (Worldclim e Shuttle Radar Topographic Mission; INMET e IBRAN) e socioeconômicos (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; CODEPLAN). Identificou-se maior incidência de tuberculose em homens com adoecimento no inverno (27,2%), a TB acometeu mais menores de 15 anos, no outono (28,6%). Jovens e adultos (15 a 64 anos) tiveram incremento de TB no inverno (44,3%) e em maiores de 64 anos, outono (27,1%). O adoecimento de TB no Distrito Federal (DF) predominou quando a radiação ultravioleta foi superior a 17MJ m² (67,8%) p=˂0,001; umidade relativa do ar entre 31,0 e 69,0% (95,8% dos casos) p=˂0,00; menos de 12 horas de luz solar diária (40,6%) p= 0,001 e temperatura entre 20ºC e 23ºC (72,4%), p= ˂0,001. A queda dos níveis de poluição no DF entre 2003 a 2012 foi de 15,2%, sendo que a fumaça, caiu 31,9% em Taguatinga, e em Sobradinho, as partículas foram menores em 13,1% e a fumaça, 19,3%, coincidindo com a diminuição dos coeficientes de incidência de TB no período. Também, observou-se maior incidência de TB na região central a sudoeste do DF (50 à ≥100 casos/100.000hab.), sendo que condições ambientais como a velocidade do vento e altitude apresentaram associação com a TB nas análises bivariada e multivariada, e a precipitação na multivariada. Adicionalmente, fatores socioeconômicos influenciaram no incremento da TB em domicílios com baixo acesso à rede de abastecimento de água, esgoto e na população analfabeta (análise bivariada), e também, nas áreas com maior densidade populacional e acesso a água potável (análise multivariada). Nos municípios de Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro (RJ) e o Distrito Federal, identificaram-se indicadores ambientais relacionados com TB (análise univariada), sendo a velocidade do vento (4,6 a 5,8 vezes maior) e pressão do vapor (4,6 a 5,4 vezes) os maiores riscos para o adoecimento de TB em comparação com o DF (p<0,001). O maior risco de adoecer por TB em Recife associou-se à variáveis sociais: “presença de banheiro” (153 vezes); ausência de “saneamento básico” (33 vezes); “coleta de lixo” (49,7 vezes) e falta de “água potável” (28 vezes) na comparação com o DF. Na análise multivariada, ao comparar dados ambientais e sociais do DF e Rio de Janeiro, o RJ apresentou maior número de variáveis associadas à TB, dentre eles a precipitação (p=0,002), radiação (p=0,020) e vapor de água (p=0,055), bem como foram fatores de proteção, a temperatura (p=0,003) e a velocidade do vento (p=0,033) um risco de 1,4 e 3,6 vezes maior, respectivamente. Presença de banheiro e água potável evidenciaram fator de proteção para o não adoecimento por TB (p<0,001) no Recife e Rio de Janeiro, e ausência de tratamento de esgoto no RJ apresentou risco de 13,5 vezes maior para adoecer dessa enfermidade (p<0,001), na comparação com o DF. Enfim, a incidência de TB nos três grandes municípios e o DF foi afetada por condições sociais e ambientais, mostrando a influência destes aspectos na variação da carga de TB nas diversas áreas do país, o que oportuniza orientações preventivas na vigilância para controle da doença em grandes aglomerados urbanos, além de subsidiar gestores nas políticas de urbanização e no planejamento ambiental das cidades. / Indicators of tuberculosis (TB) in Brazil show disparities between Brazilian capitals and the literature shows that environmental and social factors influence the burden of the disease. The objective of this study was to analyze the incidence of tuberculosis in three Brazilian municipalities and Federal District from the perspective of climatic and social factors between 2003 and 2014. This is an ecological, descriptive study carried out with 131,576 new cases of Tuberculosis of the Tuberculosis Control Program. Environmental data (Worldclim and Shuttle Radar Topographic Mission; INMET and IBRAN) and socioeconomic data (Brazilian Institute of Geography and Statistics, CODEPLAN) were used. In chapter I, a higher incidence of tuberculosis was identified in men with illness in winter (27.2%), the most frequent was in children under 15 years of age, in autumn (28.6%). Young people and adults (15 to 64 years) had an increase in tuberculosis in winter (44.3%) and over 64 years, autumn (27.1%). TB disease in the Federal District (DF) predominated when ultraviolet radiation exceeded 17MJ m² (67.8%) p = ˂0.001; relative air humidity between 31.0 and 69.0% (95.8% of the cases) p = 0.000; less than 12 hours of daily sunlight (40.6%), p = 0.001 and temperature between 20ºC and 23ºC (72.4%), p = 0.000. The fall in pollution levels in the Federal District between 2003 and 2012 was 15.2%, and smoke, 31.9% in Taguatinga, as well as in Sobradinho, the particles were lower in 13.1% and smoke, 19.3%, coinciding with the incidence of tuberculosis in the same period. In Chapter II, there was a higher incidence of tuberculosis in the central region south-west of the Federal District (50 to ≥100 cases / 100,000 inhab.). Environmental conditions such as wind speed and altitude were associated with tuberculosis in multi and bivariate analyzes; and multivariate precipitation. In the socioeconomic factors, there was an increase in tuberculosis in households with low access to the water, sewage and illiterate population (bivariate analysis), as well as in areas with higher population density and access to drinking water (multivariate analysis). The environmental indicators, wind velocity (4.6 to 5.8 times) and vapor pressure (4.6 to 5.8) were identified in the univariate analysis in the municipalities of Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro and Federal District. 5.4 times) the highest risks for illness in municipalities (p <0.001). Presence of bathroom and drinking water showed a protection factor for non-TB disease (p <0.001) in Recife and Rio de Janeiro, and lack of sewage treatment in RJ presented a risk of 13.5 times greater to get sick of this disease (p <0.001). Finally, the incidence of TB in the three large municipalities and the Federal District was affected by social and environmental conditions, showing the influence of these aspects on the variation of the burden of TB in the different areas of the country, which provides preventive guidance in surveillance for disease control in large urban agglomerations, besides subsidizing managers in urbanization policies and in the environmental planning of these cities. / Indicadores de tuberculosis (TB) en Brasil muestran disparidades entre las capitales brasileñas y la literatura muestra que factores ambientales y sociales tienen influencia en la carga de la enfermedad. Se objetivó analizar la incidencia de la tuberculosis en tres municipios brasileños y Distrito Federal en la perspectiva de factores climáticos y sociales, entre 2003 y 2014. Se trata de un estudio ecológico, descriptivo, realizado con 131.576 casos nuevos de tuberculosis del Programa de Control de la Tuberculosis. Se utilizaron datos ambientales (Worldclim y Shuttle Radar Topographic Mission, INMET e IBRAN) y socioeconómicos (Instituto Brasileño de Geografía y Estadística, CODEPLAN). En el capítulo I se identificó mayor incidencia de tuberculosis en hombres con enfermedad en el invierno (27,2%), la franja más frecuente fue en menores de 15 años, en el otoño (28,6%). Jóvenes y adultos (15 a 64 años) tuvieron incremento de tuberculosis en el invierno (44,3%) y arriba de 64 años, otoño (27,1%). La enfermedad de TB en el Distrito Federal (DF) predominó cuando la radiación ultravioleta fue superior a 17MJ m² (67,8%) p = ˂0,001; humedad relativa del aire entre 31,0 y 69,0% (95,8% de los casos) p = ˂0,00; (menos de 12 horas de luz solar diaria (40,6%) p = 0,001 y temperatura entre 20ºC y 23ºC (72,4%), p = ˂0,001. La caída de los niveles de contaminación en el DF entre 2003 a 2012 fue del 15,2% y el humo, el 31,9% en Taguatinga, así como en Sobradinho, las partículas fueron menores en el 13,1% y el humo, el 19,3%, coincidiendo con la disminución de los coeficientes de incidencia de tuberculosis en el mismo período. En el capítulo II, se observó mayor incidencia de tuberculosis de la región central al suroeste del Distrito Federal (50 a ≥100 casos / 100.000hab.). Las condiciones ambientales como la velocidad del viento y la altitud se asociaron con la tuberculosis en los análisis multi y bivariada; y la precipitación en la multivariada. En los factores socioeconómicos hubo incremento de la tuberculosis en domicilios con bajo acceso a la red de abastecimiento de agua, alcantarillado y en población analfabeta (análisis bivariada), y también en áreas con mayor densidad poblacional y acceso a agua potable (análisis multivariado). En el capítulo III, en los municipios de Recife, Porto Alegre, Río de Janeiro y Distrito Federal, se identificaron en la univariada los indicadores ambientales, velocidad del viento (4,6 a 5,8 veces) y presión del vapor (4,6 a 5,8 veces) 5,4 veces) los mayores riesgos para la enfermedad en los municipios (p <0,001). La presencia de baño y agua potable evidenció un factor de protección para el no enfermar por TB (p <0,001) en Recife y Río de Janeiro, y ausencia de tratamiento de aguas residuales en el RJ presentó riesgo de 13,5 veces mayor para enfermarse de esta enfermedad (p. <0,001). En fin, la incidencia de TB en los tres grandes municipios y el DF fue afectada por condiciones sociales y ambientales, mostrando la influencia de estos aspectos en la variación de la carga de TB en las diversas áreas del país, lo que oportuniza orientaciones preventivas en la vigilancia para control de la enfermedad en grandes aglomerados urbanos, además de subsidiar gestores en las políticas de urbanización y en la planificación ambiental de esas ciudades.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/34179
Date27 July 2018
CreatorsFernandes, Fernanda Monteiro de Castro
ContributorsEvangelista, Maria do Socorro Nantua
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
RightsA concessão da licença desta coleção refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess

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