Return to search

Memoria e narrativa : da dramatica constituição do sujeito social

Orientador : Ana Luiza Bustamante Smolka / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação / Made available in DSpace on 2018-08-01T19:57:57Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Braga_ElizabethdosSantos_D.pdf: 10244315 bytes, checksum: 57d20ed0f0e14376b05f087f348c0c32 (MD5)
Previous issue date: 2002 / Resumo: O presente trabalho tenta articular memória e narrativa, levando em consideração estudos que focalizam os aspectos sociais, históricos e discursivos da memória humana (Halbwachs, Bartlett, Vigotski), bem como elaborações sobre a relevância da narrativa como instância privilegiada na constituição da memória e da subjetividade. Desenvolvemos um estudo enfocando lembranças de um trabalho pedagógico, no qual a autora esteve envolvida como professora, em 1995, no antigo curso de magistério, em uma escola da rede pública, em Campinas, São Paulo, através de entrevistas (como produções intersubjetivas, acontecimentos discursivos) realizadas com ex-alunas. As narrativas e memórias que emergiram na situação de pesquisa são analisadas como uma (re)construção dinâmica, como parte integrante da vida e da história dessas pessoas, como um processo de produção de sentidos articulado às práticas sociais e históricas mais amplas das quais os sujeitos participam. Algumas questões emergiram no processo de análise: Como as narrativas vão constituindo as memórias dos sujeitos? Como os lugares ocupados pelos sujeitos marcam o que lembram e esquecem? Como estes vão se posicionando e se constituindo no processo de narração? De que forma os sentidos produzidos nessas relações vão participando do processo de narrar e recordar (ou esquecer). Se a memória, como função psicológica/social, transforma-se ao longo da vida, em decorrência das mudanças no sistema funcional, relacionadas ao uso de signos ­produtos históricos e culturais - e à participação em práticas sociais, como memorizam diferentes pessoas em momentos históricos e contextos culturais distintos? Como se constituem a nossa memória e a nossa narrativa hoje? Considerando as mudanças históricas na relação entre memória, esquecimento e palavra, desde a Grécia arcaica, sobretudo em função do advento da Polís e do impacto da filosofia platônica, problematizamos a atual concepção de memória e esquecimento, relacionada a uma concepção racionalista de sujeito, herança do processo histórico e social que vem se configurando desde a Antigüidade. As análises de Elias sobre o processo de encapsulamento do indivíduo e de Benjamim sobre as condições de nossa modernidade, entre elas a perda da experiência e o declínio da arte de narrar, levam-nos ainda a indagar sobre as (im)possibilidades da memória e da narração. Nossas elaborações, articulando os pressupostos teóricos deste trabalho às contribuições de diferentes autores como Bakhtin, Wallon, Foucault e Ricoeur e de estudos na vertente francesa de análise do discurso, realçam: o entretecimento das histórias e memórias contadas pelos indivíduos no âmago do grupo social, na dinâmica dialética de participação/exclusão das práticas sociais/escolares; a tensão eu/outro que perpassa as narrativas, em movimentos de identificaçã%posição, de apropriação de vozes conflitantes e de. não-coincidência do sujeito consigo mesmo; a ocupação de diferentes posições, a configuração de imagens e pontos de vista muitas vezes discordantes. Movimentos que se aguçam no tempo desagregado da modernidade e constituem de forma mais (in)tensa o drama (Vigotski) do sujeito social / Abstract: This work attempts to articulate memory and narrative, taking into consideration studies that focus on social, historical and discursive aspects of human memory (Halbwachs, Bartlett, Vygotsky), as well as theoretical elaboration about the relevance of narrative as a privileged instance on the constitution of memory and subjectivity. We carried on an empirical research concerning remembrances of a pedagogical work in a Brazilian public teacher training high school course (in Campinas, São Paulo, 1995) in which the author was involved as a teacher. The interviews, made with some former students, were considered as intersubjective productions, as discursive events. Narratives and memories that emerged in this context are analysed as a dynamic (re)construction, as a constituent part of those people's life and history. They are also considered as a process of production of senses articulated to broader historical and social practices in which those subjects participate. Some questions arose in the process of analysis: How do narratives constitute the subjects' memories? How do the places occupied by the subjects mark what they remember or forget? How do the subjects position and constitute themselves in the narrative process? In which way do the senses produced on these relations participate in the process of narrating and remembering (or forgetting)? If memory, as a social/psychological function, is transformed during a lifetime due to changes on functional system, related to the use of signs (cultural and historical products) and due to the participation in social practices, how do different people memorize in different historical moments and distinct cultural contexts? How are our memory and narrative constituted nowadays? Taking into consideration historical changes on the relation between memory, forgetting and word, since the archaic period in Greece, specially on account of the beginning of Polis and the impact of Platonic philosophy, we question the present conception of memory and forgetting related to a rationalist conception of subject, a heritage of the historical and social process that has been configured since Antiquity. Elias' analysis about the process of individual's encapsulation and Benjamin's analysis about our modern conditions, among them the lost of experience and the decrease of narrating art, lead us even to question about (im)possibilities of memory and narration. Articulating our theoretical assumptions to the contributions of many authors such as Bakhtin, Wallon, Foucault and Ricoeur and of studies from French school of discourse analysis, our elaboration highlights: 1) the interweaving of histories and memories told by individuais in the core of social group, in the dialectic dynamics of participation/exclusion from (school/social) practices; 2) the I/other tension pervading narratives, in identification/opposition movements, appropriation of conflicting voices and non­coincidence of the subject with him(her)self; 3) the occupation of different positions, the configuration of frequently discordant images and points of view. These are movements that sharpen in the disaggregated time of modernity and constitute in a more (in)tense way the drama (Vygotsky) of the social subject / Doutorado / Doutor em Educação

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/253052
Date14 March 2002
CreatorsBraga, Elizabeth dos Santos
ContributorsUNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Smolka, Ana Luiza Bustamante, 1948-
Publisher[s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Format207 p., application/pdf
Sourcereponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0023 seconds