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Totalitarismo, tempo e ação: uma leitura de A condição humana de Hannah Arendt / Totalitarianism, Time and Acrion: An Interpretation of Hannah Arendt\'s The Human Condition

Partindo da ideia de que, para Hannah Arendt, Origens do totalitarismo não esgota a questão do totalitarismo, a tese pretende mostrar o primeiro passo dado pela autora no aprofundamento da questão. A argumentação se inicia com a afirmação arendtiana de que os campos de concentração funcionaram como laboratórios onde até mesmo a personalidade e a espontaneidade dos seres humanos foram concebidas como coisas e, portanto, como sujeitas ao conhecimento. Esta constatação colocou o problema do humano no centro do pensamento da autora. Ao confirmar uma antiga suspeita contra a tradição de filosofia política, Arendt se engajou em sua desmontagem servindo-se de certa análise de alguns filósofos pós-hegelianos (sobretudo Marx) e da crítica ao procedimento de differentia specifica para a determinação da essência do ser humano. Em um passo seguinte, lançou-se à formulação de uma nova maneira de pensar o humano e, para evitar o recurso a essências, apoiou-se sobre as diferentes temporalidades das atividades humanas. O resultado deste movimento é A condição humana, livro em que a vita activa é apresentada em termos temporais e o conceito de ação é formulado como uma temporalidade aberta ancorada na pluralidade. Isto faz do conceito de ação um entrave teórico ao totalitarismo, uma vez que insere o indeterminado no centro do pensar político tornando impossível o conhecimento do agir. / Since for Hannah Arendt the question of totalitarianism is not completely solved with The Origins of Totalitarianism, I intend to show her first steps toward a deeper level of this question. I start with her claim that concentration camps were comparable to laboratories in which even men\'s personality and spontaneity were conceived as sheer things, thus being subject to knowledge. This observation leads the problem of human to the center of her thought. After confirming a suspicion harbored against the tradition of political philosophy, Arendt binds herself to dismantle the tradition, a task carried out through an analysis of post-hegelian thinkers (specially Marx) and the critique of differentia specifica as a proceeding to determine human beings\' essence. Her following step was the formulation of a new way to think about human and, in order to avoid the use of essences, she leans on the different temporalities of human activities. The outcome of this movement is The Human Condition, a book in which vita activa is described in temporal terms and the concept of action structured on an open temporality based on plurality. The concept of action became a theoretical blockade against totalitarianism as it places the indeterminate in the center of political thinking thus making it impossible to know a priori human action.

Identiferoai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-17122018-093546
Date30 May 2018
CreatorsDias, Thiago
ContributorsChaui, Marilena de Souza
PublisherBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Source SetsUniversidade de São Paulo
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
TypeTese de Doutorado
Formatapplication/pdf
RightsLiberar o conteúdo para acesso público.

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