Return to search

Entre a teoria e a prática agroecológica, onde e como estão as mulheres rurais?

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2016 / Made available in DSpace on 2016-09-20T04:56:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1
340738.pdf: 1228560 bytes, checksum: 88c393cc7c455b9b31899ffe870b4618 (MD5)
Previous issue date: 2016 / Esse trabalho teve como principal objetivo perceber em que medida a participação de mulheres em grupos produtivos orientados por ideais agroecológicos (crítica ao modelo de desenvolvimento hegemônico e à ciência, com proposta de construção de relações equitativas entre seres humanos e natureza), possibilita a visibilização e a valorização das mulheres agricultoras e do trabalho que realizam. Nosso recorte de pesquisa nos levou a realizar dez entrevistas semi-estruturadas com agricultoras da Região da Grande Florianópolis que fazem parte do Núcleo Litoral Catarinense, um dos núcleos regionais da Rede Ecovida de Agroecologia. Essa escolha foi orientada de modo que pudéssemos observar um movimento agroecológico formado por homens e mulheres (misto), diferentemente do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), composto exclusivamente por mulheres, e que tem como uma das suas bandeiras de luta a agroecologia. Para atingir nosso objetivo principal, portanto, estabelecemos alguns objetivos específicos que serviram como indicadores para posterior análise, entre eles, observamos aspectos relacionados ao trabalho, à certificação, à divisão da renda, ao acesso aos recursos econômicos e à participação das mulheres nas atividades do grupo produtivo. Além disso, buscamos compreender através de entrevistas com informantes-chave como é inserido o debate de gênero pelas entidades que orientam os grupos produtivos. De maneira geral, observamos que as mulheres entrevistadas, mesmo que intensamente envolvidas em várias etapas do processo produtivo, não têm acesso à renda, aos bens ou à certificação na mesma medida em que seus respectivos companheiros. Apesar disso, porém, as entrevistadas não identificam situações e/ou relações de subordinação e/ou opressão, de modo que nos leva a concluir que a participação das mulheres em grupos e movimentos agroecológico mistos e que não enfatizam a questão de gênero como um princípio para a sustentabilidade, não implica necessariamente em maior visibilização e valorização da mulher e do seu trabalho.<br> / Abstract : This study examines to what extent the participation of rural women in organized Agroecological groups (which hold as principles a critique of science and of the hegemonic development model as well as more equitable relations between humans and nature) really enables their visibility and the appreciation of the work they perform. In order to do that we carried out ten semi-structured interviews with female family farmers who belong to the Núcleo Litoral Catarinense da Rede Ecovida de Agroecologia (an agroecological farmers association from the Greater Florianópolis Region, in the state of Santa Catarina). The sample was chosen so that we could observe a mixed agroecological movement formed by men and women, unlike the Movimento de Mulheres Camponesas MMC (Peasant Women s Movement) composed exclusively by women and also with agroecological principles. To achieve our main objective, we set out some indicators for further analysis, including the observation of aspects related to work, certification, the division of income, access to economic resources and female participation in the organization s activities. Interviews with key informants were also conuted to understand how gender issues were debated and framed by the organization. The interviews with these women showed that despite the fact that they were intensely involved in various stages of the production process, they are not named in certification processes and do not have access to the same income and property rights as their male peers. However, the interviewees were not able to identify situations and/or relationships of subordination and/or oppression. We conclude that the women s participation in mixed gender agroecological groups and movements that do not emphasize the issue of gender as a principle for sustainability does not necessarily imply in greater visibility and empowerment of women and their work.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/168135
Date January 2016
CreatorsRamos, Flavia Soares
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Paulilo, Maria Ignez Silveira
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Format158 p.| il., tabs.
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0101 seconds