Orientador: Rosa Attie Figueira / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-03T22:29:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2004 / Resumo: A presente dissertação buscou verificar como se constróem as primeiras definições na fala de uma criança de 2;8 a 4;2 anos de idade. A delimitação do corpus nos fez perceber a importância de analisar não só os enunciados da criança, mas também os do adulto, no sentido de compará-los no que diz respeito ao conteúdo, forma e estrutura lingüística utilizada. Além disso, não pudemos deixar de considerar aqueles dados em que a construção da definição se dava de forma conjunta, ou seja, em que ela se estruturava durante a interação através da contribuição dos dois interlocutores (criança e adulto). Pudemos perceber que as definições produzidas em contextos naturais de interação, tanto pela criança quanto pelo adulto, assemelham-se em relação aos três aspectos apontados acima. Quanto ao conteúdo, predomina o aspecto funcional, tanto nas definições da criança quanto nas do adulto, confirmando resultados de várias pesquisas, com outras faixas etárias, em torno do tema da definição. O aspecto descritivo apresenta um uso restrito, tanto para a criança quanto para o adulto, e a exemplificação se faz muito mais presente na fala do adulto, o que, em nossa visão, justifica-se porque este último percebe que a exemplificação, por fazer uso de fatos e/ou ações ligados ao cotidiano da criança, torna mais fácil a assimilação da informação a ser transmitida. Com relação à forma das definições produzidas, o aspecto mais relevante a ser comentado é que, se comparadas à definição convencional, em geral, apresentam-se ¿incompletas¿, inclusive as do adulto que, teoricamente, já possui os recursos necessários para estruturar uma definição convencional. Isso leva à conclusão de que o adulto não parece preocupado em fornecer à criança os recursos necessários para a produção de uma definição convencional, mas simplesmente em ampliar-lhe o conhecimento de mundo e, em conseqüência, de língua. No que diz respeito à estrutura lingüística, os dados evidenciaram que a estrutura ¿preposição + verbo no infinitivo¿ é a mais usual para a indicação de função enquanto a estrutura ¿pronome relativo + verbo na terceira pessoa do singular¿ parece servir tanto para a expressão do aspecto funcional quanto do descritivo. A estrutura ¿É + quando¿ evidenciou-se como a mais efetiva para a exemplificação. A seção de análise das definições conjuntas mostrou-se a mais produtiva para este trabalho, pois possibilitou confirmar muitas das conclusões já obtidas a partir da análise dos enunciados da criança e do adulto, na primeira e segunda seções de análise. Além disso, foi possível perceber uma mudança de postura do adulto, já que, quando este se coloca no papel de fornecedor da definição, como nos enunciados definicionais da segunda seção de análise, não parece preocupado em explorar o conhecimento da criança e levá-la, por si mesma, à produção da definição. Por outro lado, nas definições conjuntas, pudemos verificar que o adulto se coloca no papel daquele que deve confirmar o que julga correto, ou fornecer algumas ¿pistas¿ para que a criança chegue à definição desejada. Estas pistas podem ocorrer através de insistentes perguntas, tom de estranhamento diante de uma informação que julga inadequada ou não aceitação desta. Muitas vezes, o adulto não só confirma uma definição da criança, mas também a complementa quando julga necessário. Estas atitudes do adulto evidenciam sua preocupação em valorizar o conhecimento que a criança já possui e, ao mesmo tempo, em ampliá-lo / Abstract: The aim of the present dissertation was to verify how the first definitions of a 2.8 to 4.2 year old child are constructed. Corpus delimitation allowed us to perceive the importance of analyzing not only a child¿s but also an adult¿s statements in order to compare the linguistic content, form and structure used. Moreover, we could not but consider data in which the construction of definition was grouped together, i.e., structure occurred during the interaction between two contributing interlocutors (child and adult). We were able to perceive that the definitions produced both by the child and the adult in naturally-occurring contexts of interaction are similar in the three above-mentioned aspects. Regarding content, the functional aspect predominates in both the child¿s and the adult¿s definition, confirming various results from research that used other age ranges on the subject of definition. The descriptive aspect has limited use in both the child and the adult. Exemplification appears more frequently in the adult¿s speech. In our view, this is justified in the adult who perceives that exemplifying with facts and/or actions connected to a child¿s daily life can make conveyed information easier to assimilate. Regarding the form of definitions produced, the aspect most worth mentioning is that they are usually ¿incomplete¿ compared to conventional definitions, even in an adult who theoretically already has the resources necessary to structure a conventional definition. It is concluded that the adult does not seem concerned about providing the child with necessary resources to produce a conventional definition; the former simply wants to broaden the latter¿s knowledge of the world and thus the language. Regarding linguistic structure, data showed that the structure ¿preposition + infinitive verb¿ is the most frequent one to indicate function, whereas the structure ¿relative pronoun + the singular form of the verb in the third person¿ appears to serve both to express the functional and descriptive aspects. The structure ¿It is + when...¿ was evidenced as being the most efficient for exemplification. The analysis section of grouped definitions proved to be the most productive for this study because it was possible to confirm many conclusions already obtained from analyzing a child¿s and adult¿s statements in the first and second sections of analysis. In addition, we could perceive a change of attitude in the adult, when he was provider of definition, since he did not seem concerned with exploring the child¿s knowledge or leading the child to produce a definition alone, as seen in the definitional statements of the second analysis section. On the other hand, in the grouped definitions we observed that the adult plays the role of someone who has to confirm what he believes is right or must provide several ¿clues¿ so that the child can reach the desired definition. These clues may be given in the form of insistent questions or adopting a strange tone of voice when faced with information considered inadequate or unacceptable. Most of the time, the adult not only confirms the child¿s definition, but also complements it when he deems it necessary. Such attitudes in the adult show his concern about valuing and also broadening the child¿s prior knowledge / Mestrado / Mestre em Linguística
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unicamp.br:REPOSIP/271164 |
Date | 08 November 2004 |
Creators | Pinto, Vanessa Alves |
Contributors | UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, Figueira, Rosa Attie, 1948-, Castro, Maria Fausta Pereira de, Schimtz, John Robert |
Publisher | [s.n.], Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Estudos da Linguagem, Programa de Pós-Graduação em Linguística |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis |
Format | 181 p., application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da Unicamp, instname:Universidade Estadual de Campinas, instacron:UNICAMP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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