Augusto Boal e José Celso Martinez Corrêa foram artistas que protagonizaram momentos de singular importância na história do teatro brasileiro nas décadas de 1960 e 1970. Apesar da significativa diferença no trabalho artístico entre os dois, eles transitam por categorias semelhantes e decisivas para aquela geração que deu novos rumos para a modernização do teatro no Brasil. Com este trabalho, buscou-se acompanhar as formulações estéticas e políticas dos dois diretores após o golpe civil-militar de 1964. Tomou-se como base a discussão sobre a fratura histórica ocasionada pela ditadura no campo da arte engajada e os impasses decorridos dela. A partir daí, a tese analisa alguns espetáculos, o tipo de trabalho criativo e principalmente o material teórico e reflexivo produzido por Boal e Zé Celso a partir de 1967, quando ambos iniciam um processo de reavaliação sobre as tentativas de resistência no campo de teatro político. A proposta foi de tentar compreender a linha de pensamento que leva-os até as formulações vanguardistas do começo da década de 1970, os caminhos de resistência e enfrentamento sugeridos por eles e, fundamentalmente, o tipo de travamento histórico que suas posições sofreram no Brasil. Por fim, o trabalho apresenta uma pesquisa sobre os anos de exílio de ambos, quando tiveram a chance de trabalhar em ambientes marcados por forte agitação social fora do país. Foi no exílio que as formulações de Boal e de Zé Celso ganharam novos sentidos críticos que, por sua vez, proporcionaram um ângulo diverso para compreender o trabalho realizado no Brasil entre 1964 e o começo da década de 1970. / Augusto Boal and José Celso Martinez Corrêa were artists who performed moments of singular importance in the history of Brazilian theater in the 1960s and 1970s. In spite of the significant difference between their artistic work, they moved through similar and decisive categories for that generation that gave new directions for the modernization of theater in Brazil. With this work, we sought to follow the aesthetic and political formulations of the two directors after the civil-military coup of 1964. The discussion was based on the historical fracture caused by the dictatorship in the field of the engaged art and the impasses that followed. From that point on, the thesis analyses some of the shows, the kind of creative work and, mainly, the theoretical and reflexive material produced by Boal and Zé Celso from 1967, when both began a revaluation process on attempts at resistance in the field of political theater . The proposal was to try to understand the line of thought that leads them to the avant-garde formulations of the early 1970s, the ways of resistance and confrontation suggested by them and, fundamentally, the type of historical locking that their positions suffered in Brazil. Finally, the paper presents a survey of the years of exile of both, when they had the chance to work in an environment marked by strong social unrest abroad. It was in exile that the formulations of Boal and Zé Celso gained new critical senses that, in turn, provided a diverse angle to understand the work done in Brazil between 1964 and the early 1970s.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-17072018-170648 |
Date | 12 April 2018 |
Creators | Paulo Vinicius Bio Toledo |
Contributors | Sérgio Ricardo de Carvalho Santos, Alexandre Villibor Flory, Jose Antonio Pasta Junior, Walter Garcia da Silveira Junior, Silvia Fernandes da Silva Telesi |
Publisher | Universidade de São Paulo, Artes Cênicas, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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