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A técnica da distração no alívio da dor em crianças hospitalizadas: um ensaio clínico randomizado / A distraction technique for pain relief in hospitalized children: a randomized controlled trial

O presente estudo teve por objetivo avaliar a eficácia de uma intervenção não-farmacológica de distração no alívio de dor aguda em crianças hospitalizadas submetidas a procedimentos dolorosos por demanda clínica, controlando variáveis de estresse e catastrofização de dor. O delineamento do estudo foi um ensaio clínico randomizado cruzado (cross-over). A amostra do estudo foi composta por 40 crianças na fase escolar (6 a 11 anos), que estavam internadas na Enfermaria de Pediatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP e que foram submetidas a procedimento de punção venosa ou arterial prescrito por demanda clínica. Os participantes foram randomizados em dois grupos, sendo que todas as crianças receberam a intervenção e foram controles de si mesmas, mas em dois períodos distintos. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do hospital. Inicialmente, avaliações do estresse e catastrofização de dor foram processadas, utilizando-se, respectivamente, a Escala de Estresse Infantil (ESI) e a Escala de Catastrofização de Dor para Crianças (PCS-C), a fim de controlar essas variáveis. Para avaliação da intensidade de dor foram utilizados os seguintes instrumentos: Escala Visual Analógica (VAS) e Escala de Faces Revisada (FPS-R). Na coleta de dados, o Grupo 1 recebeu a intervenção de distração audiovisual antes e durante um procedimento de punção realizado pela enfermeira e, em outro dia um segundo procedimento de punção foi realizado sem intervenção. No Grupo 2, por sua vez, o procedimento ocorreu de forma inversa, sendo primeiramente sem intervenção e posteriormente com intervenção. A intervenção constituiu-se na distração audiovisual com o direcionamento da atenção da criança antes e durante o procedimento doloroso para filmes de curta metragem com temáticas infantis. Após a conclusão dos procedimentos de punção eram aplicadas as duas escalas de dor para avaliar a percepção da intensidade de dor pelas crianças. A análise de variância ANOVA 2 X 2 com comparação entre- e intra-grupos foi processada com a finalidade de atender ao objetivo do estudo. O nível de significância adotado em todas as análises realizadas no presente estudo foi de 5%. Os resultados mostraram que os dois grupos foram semelhantes nas medidas basais de estresse e catastrofização de dor; não houve diferenças estatisticamente significativas nessas variáveis. Verificou-se que houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos nos períodos com e sem intervenção da distração; os escores em ambas as escalas FPS-R e VAS mostraram-se menores no período com distração em comparação ao período sem intervenção. Além disso, a sequência de exposição da distração nos grupos e o período em que foi realizada a distração também interferiram significativamente no efeito da intervenção de distração. A análise do efeito carry-over mostrou que aproximadamente 30% dos efeitos estimados no alívio de dor foram atribuídos exclusivamente à intervenção de distração. Em conclusão, a intervenção de distração audiovisual foi eficaz na redução da percepção da intensidade de dor durante o procedimento doloroso agudo em crianças hospitalizadas. A técnica de distração pode ser recomendada como uma estratégia não-farmacológica simples e eficaz para alívio da dor aguda, podendo ser implementada na prática clínica em ambientes de cuidados pediátricos. / The present study was aimed to evaluate the efficacy of a non-pharmacological intervention of distraction for acute pain relief in hospitalized children undergoing painful procedures by clinical demand, controlling variables of stress and pain catastrophizing. The study design was a crossover randomized controlled trial. The sample was composed of 40 children at school age (6-11 years), who was admitted in the pediatric ward of the Hospital of Clinics of Ribeirão Preto Medical School-USP and who underwent venipuncture or arterial puncture prescribed by clinical demand. Participants were randomized into two groups and all children that received the intervention were themselves controls, in two different periods. The study was approved by the Committee of Ethics on Research of the Hospital. Initially, the stress and pain catastrophizing assessments were performed using The Child Stress Scale (CSS) and Pain Catastrophizing Scale for Children (PCS-C), respectively, aiming to control these variables. The instuments used for pain assessment were the following: The Visual Analog Scale (VAS) and The Faces Pain Scale Revised (FPS-R). In the data collection, the Group 1 received the audiovisual distraction intervention before and during the puncture performed by the nurse and in another day a second puncture was performed without intervention. Contrarily, in Group 2 the procedure was first without intervention and subsequently with intervention in another day. The intervention consisted in audiovisual distraction by focusing the child\'s attention before and during the painful procedure to short films about infant thematics. The two pain scales were applied after the puncture procedures to assess the childrens perception of pain intensity. An ANOVA 2 X 2 analyses of variance was performed including between- and within-groups comparisons. The level of significance adopted in all analyzes of the present study was 5%. The results showed that the two groups were similar in the baseline of stress and pain catastrophizing outcomes; there were no significant differences between the groups in these variables. There was a statistically significant difference between groups in the periods with and without distraction intervention; the scores in both scales FPS-R and VAS were lower during distraction compared with the no intervention period. Furthermore, the sequence of exposure of the distraction in the groups and the period that distraction was performed also significantly interfered in the effect of distraction intervention. The analysis of the carry-over effect showed that around 30% of the estimated effects on pain reliefing were attributed to the distraction intervention. In conclusion, the intervention of audiovisual distraction was efficacy in reducing the perception of pain intensity during routine acute painful procedure in hospitalized children. The findings of the present study endorse that distraction is a simple and efficacious non-pharmacological management for acute pain relief, which could be implemented in clinical practice of pediatric care settings.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-29052015-164625
Date15 December 2014
CreatorsNátali Castro Antunes Caprini Oliveira
ContributorsMaria Beatriz Martins Linhares, Flavia de Lima Osorio
PublisherUniversidade de São Paulo, Medicina (Saúde Mental), USP, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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