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O circuito do poder : soberania e governo em Giorgio Agamben

Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília,Instituto de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Metafísica, 2017. / Submitted by Raiane Silva (raianesilva@bce.unb.br) on 2017-07-24T18:28:55Z
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Previous issue date: 2017-08-01 / Pretende-se, aqui, explicar a relação entre soberania e governo e evidenciar sua mútua inflexão, conforme o pensamento do filósofo italiano G. Agamben. Essa inflexão está mediada pelas ideias de ὀικονομία e δόξα. Para tanto, foi necessário, em um primeiro momento, explicar a metodologia agambeniana, e em seguida visitar a leitura da história do pensamento político-teológico. O método agambeniano é arqueológico e paradigmático, isto é, diante das dicotomias estruturantes da cultura ocidental, ir além das exceções que as produz, não para encontrar um estado originário, mas para compreender a situação hodierna. Assim, a arqueologia é uma via de acesso ao presente. Trata-se de superar a lógica binária transformando-a em bipolaridades, passar das oposições substanciais para campos de forças, percorridos por tensões polares, sem traçar linhas claras de demarcação. Quando Agamben fala da compreensão paulina do “messiânico” e sua capacidade de derrubar qualquer representação através da “divisão da própria divisão”, sinaliza o cerne “teológico” do mais básico empreendimento filosófico. A mais filosófica obra de Agamben sempre terá correlato teológico, assim como seus escritos sobre teologia sempre terão importantes conclusões filosóficas. Em consequência, a bipolaridade auctoritas e potestas assume agora a forma da articulação entre reino e governo e faz questionar a relação entre ὀικονομία e δόξα, entre o poder como governo e gestão eficaz e o poder como realeza cerimonial e litúrgica. O paradigma político estaria atravessado, desde a origem, pelo paradigma econômico. O ponto oculto entre ambos consiste no conceito, jurídico e político, de estado de exceção. Em suma, aquilo que caracteriza a política moderna não é tanto a inclusão da zoé na pólis, em si antiguíssima, nem simplesmente o fato de que a vida como tal venha a ser um objeto eminente dos cálculos e das previsões do poder estatal; decisivo é, sobretudo, o fato de que, lado a lado com o processo pelo qual a exceção se torna em todos os lugares a regra, o espaço da vida nua, situado originariamente à margem do ordenamento, vem progressivamente a coincidir com o espaço político, e exclusão e inclusão, externo e interno, bíos e zoé, direito e fato entram em uma zona de irredutível indistinção. / It is intended here to explain the relationship between sovereignty and government and to show their mutual inflection, according to the thought of the Italian philosopher Giorgio Agamben. This inflection is mediated by the ideas of ὀικονομία, glory. In order to do so, it was necessary, at first, to explain the Agambenian methodology, and then visit the reading of the history of political-theological thinking. The Agambenian method is archaeological and paradigmatic. It is, in the face of the structuring dichotomies of Western culture, to go beyond the exceptions that produce them, not to find an original state but to understand the situation in which we find ourselves. Archeology is the only way to access the present. Overcoming binary logic means turning the dichotomies into bipolarities, the substantial oppositions in the field of forces, traversed by polar tensions that are present at each point, without tracing clear lines of demarcation. Field logic versus substance logic. In turn, when Agamben speaks of the Pauline understanding of the "messianic" and its ability to overturn any representation through the "division of division itself", it is signaling the "theological" core of the most basic philosophical enterprise. Agamben's most philosophical work will always have its theological correlate, just as his writings on theology will always have important philosophical conclusions. As a consequence, the bipolarity auctoritas and potestas now takes the form of the articulation between Kingdom and Government and makes question the relation between ὀικονομία and δόξα, between the power like government and effective management and the power as ceremonial and liturgical royalty. The political paradigm would be traversed, from the origin, by the economic paradigm. The hidden point between the two consists in the concept, legal and political, of state of exception. In short, what characterizes modern politics is not so much the inclusion of zoé in the polis, in itself very old, or simply the fact that life as such becomes an eminent object of calculations and predictions of state power; It is decisive, above all, that alongside the process by which the exception becomes the norm everywhere, the bare life space originally situated on the fringes of the order is progressively coinciding with the political space , And exclusion and inclusion, external and internal, bíos and zoé, law and fact enter a zone of irreducible indistinction.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.unb.br:10482/23999
Date28 March 2017
CreatorsPin, Alex Gonçalves
ContributorsCornelli, Gabriele
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UnB, instname:Universidade de Brasília, instacron:UNB
RightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data., info:eu-repo/semantics/openAccess

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