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Previous issue date: 2005-09-20 / Financiadora de Estudos e Projetos / The major aim of this thesis is to introduce a reflection of the therapeutic model built by the Alcoholics Anonymous (A.A.) fellowship to care for the so-called alcoholism disease and to relate this model to the construction of the notion of the person as it appears in this model, since it is related to the construction of the identity of an alcoholic in recovery .
Based on an ethnographic research carried out in the Sapopemba A.A. group located in the outskirts of the city of São Paulo, we attempt to analyze the problem of alcoholism
from an emic perspective, i.e., as it is thought of and managed by those who acknowledge themselves as alcoholics . In this way we try to articulate the representations built on alcohol and alcoholism by re-constructing the notion of alcoholic person, in order to set contrasts with the ideological field of modern individualism.
The thesis also looks for to demonstrate that, for A.A. members, the alcoholic disease is understood as a family disease , i.e., a disease that not only concerns the individuals but also affects those around them, family members most of all. In fact, the possibility of contagion around alcoholism is clearly identifiable. Such condition is directly linked to representations built on alcoholism, understood as a physical and moral disease. It is also linked to its effects on the set of social relationships both familial and professional in which the ex-drinker is involved. In their activities and meetings, the members of the fellowship acknowledge themselves as alcoholics in recovery , i.e., as carriers of an incurable disease, a disorder housed inside each of them with which they must learn to deal. Fundamentally, this process corresponds to setting a peculiar regime of alterity, based on the construction of an ill body and soul, in which ex-drinker is seen as another person that each alcoholic carries within; this condition must be shared with the other group members to facilitate preservation of soberness and recuperation of social bonds that were lost in the times of active alcoholism, particularly within the family and in the workplace. / O objetivo deste trabalho é o de apresentar uma reflexão sobre o modelo terapêutico construído pela irmandade de Alcoólicos Anônimos (A.A.) para dar conta da chamada doença do alcoolismo , relacionando-o à fabricação de uma noção de pessoa em seu interior, notadamente a partir da edificação da identidade de doente alcoólico em recuperação . A partir dos dados da pesquisa etnográfica realizada no grupo Sapopemba de A.A., localizado na periferia da cidade de São Paulo, busca-se analisar o problema do
alcoolismo a partir de uma perspectiva êmica, isto é, tal como ele é pensado e gerido por aqueles que se reconhecem como doentes alcoólicos . Com isso, pretende-se articular as representações construídas sobre o álcool e o alcoolismo com a fabricação de uma noção de pessoa alcoólica , de maneira a estabelecer contrastes com o campo ideológico do individualismo moderno. Ao longo deste trabalho, demonstra-se que, para os membros de A.A., a doença alcoólica é entendida como uma doença da família , ou seja, uma doença que atinge o indivíduo, mas também afeta a todos aqueles que estão a seu redor, sobretudo, seus familiares. Com efeito, evidenciam-se as condições de possibilidade de contágio em torno do alcoolismo, condições essas diretamente ligadas às representações construídas sobre o alcoolismo, entendido como uma doença física e moral , e a seus efeitos sobre o conjunto de relações sociais familiares e profissionais nas quais o exbebedor está envolvido. Em suas atividades e reuniões, os membros da irmandade se reconhecem como doentes alcoólicos em recuperação , isto é, como portadores de uma doença incurável; de um mal que está alojado dentro de cada um e com o qual deverão aprender a conviver. Esse processo corresponde, fundamentalmente, à instauração de um peculiar regime de alteridade, baseado na fabricação de um corpo e de um espírito doentes, no qual a doença alcoólica é apreendida como um outro que cada dependente traz dentro de si mesmo; condição essa que deve ser compartilhada com os demais membros do grupo, possibilitando, assim, a manutenção da sobriedade e o resgate dos laços sociais,
perdidos no tempo do alcoolismo ativo, notadamente, na família e no trabalho.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufscar.br:ufscar/1427 |
Date | 20 September 2005 |
Creators | Campos, Edemilson Antunes de |
Contributors | Cardoso, Marina Denise |
Publisher | Universidade Federal de São Carlos, Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais, UFSCar, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Format | application/pdf |
Source | reponame:Repositório Institucional da UFSCAR, instname:Universidade Federal de São Carlos, instacron:UFSCAR |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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