Return to search

O que pensam e fazem duas professoras de alfabetização e o que seus alunos aprendem?

Made available in DSpace on 2014-06-12T17:20:52Z (GMT). No. of bitstreams: 2
arquivo3505_1.pdf: 2561515 bytes, checksum: 636bc35fbbd922667cf139d0fac114ed (MD5)
license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)
Previous issue date: 2008 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Nossa pesquisa teve como objetivo investigar as concepções e práticas de alfabetização de
duas professoras do 1° ano do 1° ciclo da rede municipal de Recife e analisar sua apropriação
das inovações surgidas no campo da alfabetização, a partir da década de 1980.
Especificamente, nos interessava identificar e analisar quais atividades as professoras
investigadas utilizavam para que seus alunos se apropriassem do Sistema de Escrita
Alfabética (doravante, SEA) e avaliar os desempenhos das crianças quanto ao domínio da
escrita e sua possível relação com o tipo de ensino recebido. Selecionamos uma docente
( professora 1 ) que utilizava princípios de um método mais convencional (fônico),
priorizando um ensino sistemático das correspondências som-grafia, mas desenvolvendo,
ainda, práticas de leitura e produção de textos. A segunda docente ( professora 2 ) também
realizava um trabalho envolvendo a leitura de textos e sistematizava o ensino do SEA,
levando os alunos a refletir sobre palavras, pensando em seus segmentos orais e sonoros.
Além de terem práticas distintas, as duas profissionais eram consideradas boas
alfabetizadoras, nas escolas onde atuavam.
Utilizamos três procedimentos metodológicos: a) Observações participantes das aulas
ministradas pelas professoras (23 observações em cada turma), no início, no meio e no final
do ano letivo; b) Entrevista semi-estruturada, no início e final do ano, a fim de examinar
quais concepções permeavam as práticas docentes e quais atividades elas consideravam
essenciais no processo de alfabetização; e c) Aplicação de Sondagens com os alunos, também
no início, no meio e no final do ano). As crianças, nesses momentos, foram solicitadas a fazer
6 tarefas. Realizamos, inicialmente, um ditado de palavras , a fim de avaliar as hipóteses de
escrita. Em seguida, fizemos uma atividade de leitura de palavras e três tarefas de consciência
fonológica (identificação de palavras que começam com a mesma sílaba, identificação de
palavras que rimam e produção de palavras maiores). Por fim, aplicamos uma tarefa de
compreensão leitora, para identificar se as crianças já conseguiam ler e compreender um
pequeno texto.
Os dados aqui examinados evidenciam que as professoras conheciam as recentes propostas
didáticas na área de Língua Portuguesa e que tinham fabricado inovações em suas formas de
alfabetizar, as quais, especialmente no caso da Professora 1, conviviam com antigas
alternativas metodológicas. Percebemos que as duas professoras criavam, em sala, suas
próprias teorias de alfabetização , entre as quais encontramos várias similaridades, como o
ensino envolvendo a reflexão sobre a palavra. Contudo, vimos que cada docente apresentou
suas singularidades em relação ao modo como tratavam o processo de alfabetização, não só
no que concerne ao ensino do sistema de escrita alfabética, mas também quanto às relações
que estabeleciam entre esse ensino e a realização de práticas de leitura e produção de textos.
Pudemos constatar que as práticas dessas professoras refletiam a necessidade de criação de
táticas para alfabetizar. Entendemos que essas eram construídas de acordo com as
experiências vividas por cada docente, no contexto em que sua escola ou sala de aula estavam
inseridas. Nem sempre o que aparecia no discurso da professora era colocado em prática na
sala de aula. Ou seja, suas práticas estavam diretamente relacionadas não só a suas
concepções e aos saberes construídos ao longo das trajetórias, mas levavam em conta as
injunções e restrições da instituição onde atuavam. Por fim, nosso estudo sugere, ainda, que a
avaliação das relações entre diferenças nas práticas de ensino e o desempenho final dos
aprendizes, na série ou ano de início da instrução regular em leitura, precisa prestar cuidadosa
atenção à diversidade de conhecimentos e experiências com que os alunos iniciam o processo
de alfabetização

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/4326
Date31 January 2008
CreatorsCatarina dos Santos Pereira Cabral, Ana
ContributorsGomes de Morais, Artur
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0031 seconds