Return to search

Hannah Arendt e a abrangência do conceito de Banalidade do Mal

Made available in DSpace on 2016-04-25T19:20:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Ruth Kelson.pdf: 920154 bytes, checksum: 207a341e9ab105b0b58f0319d1c443df (MD5)
Previous issue date: 2011-10-27 / This dissertation intends to enlarge the scope of the concept Banality of Evil, a term
coined by Hannah Arendt to qualify an Evil that had not yet been detected as a particular form
and that she had observed in the Nazi Adolph Eichmann during his trial in Jerusalem in 1962.
She called it an Evil without roots, which is like a fungus in the surface. She found it in a nonperson,
in someone that doesn t think , that doesn t perform the dialogue me-with-myself
and acts in heteronomy, under an external command to which it obeys without assuming
personal responsibility for its moral consequences. This concept helps to elucidate the way
totalitarianisms of the modern era acts and the attitude of those that only follow orders ,
without considering the monstrosities that they can embed. The first condition for this new
form of Evil was man s preceding transformation in a pure animal laborans, dedicated nearly
exclusively to his survival as a species. Transformed in a thing, as a mean and not an end in
itself, man acquired the condition of superficiality from which it could derive the logic of
extermination. The second condition was the destruction of the sacredness of man in modern
times. With the death of God, he was transformed into a simple thing, able to be molded, used
and discarded. The third condition is the predominance of the process in the world today
which has an autonomous dynamics and is independent of man and his decisions. Zigmunt
Baumann added to Hannah Arendt s vision a new comprehension of the mechanisms and
motives that can slip into this form of Evil: the fight against the indeterminate, the chaotic and
the ambivalence, trying to create a controlled and less threatening world. But, in the fight
against ambivalence, an even greater chaos is created around this orders that are built. In this
world on which one wants to impose the order of a deterministic law or project, the bureaucrat
is the main agent of this form of Evil. The question of the Banality of Evil raises the question
of what are the means at our disposal to oppose it / Com esta dissertação, pretende-se ampliar a abrangência do conceito de Banalidade do
Mal, um termo criado por Hannah Arendt para qualificar um Mal que não fora ainda
detectado com uma forma própria e que ela observou no nazista Adolf Eichmann durante seu
julgamento em Jerusalém em 1962. Ela o chamou de um Mal sem raízes, que é como um
fungo na superfície. Localizou-o em uma não-pessoa, em alguém que não pensa , que não
realiza o diálogo de mim-comigo-mesmo e age em heteronomia, sob uma determinação
exterior à qual obedece sem se responsabilizar pessoalmente por suas conseqüências morais.
Este conceito ajuda a elucidar a forma de agir dos totalitarismos da era moderna e a atitude
daqueles que somente cumprem ordens , sem levar em conta a monstruosidade que elas
podem trazer embutidas. A primeira condição para esta nova forma do Mal foi a
transformação prévia do homem num puro animal laborans, dedicado quase que
exclusivamente à sua sobrevivência como espécie. Transformado em coisa, em meio e não em
fim em si mesmo, o homem adquiriu a condição de superfluidade da qual pode derivar a
lógica do extermínio. A segunda condição foi a destituição da sacralidade do homem na
modernidade. Com a morte de Deus, o homem se tornou simples coisa, passível de ser
moldado, usado ou descartado. A terceira condição é o predomínio do processo no mundo
atual, que tem uma dinâmica autônoma e independe do homem e de suas decisões. Zigmunt
Baumann acrescentou à visão de Hannah Arendt uma nova compreensão dos mecanismos e
motivos que podem resvalar para esta forma de Mal: a luta contra o indeterminado, o caótico
e a ambivalência, com o objetivo de criar um mundo controlado e menos ameaçador. Porém,
na luta contra a ambivalência, cria-se um caos ainda maior em torno a estas ordens que são
construídas. Neste mundo em que se pretende impor a ordem de uma lei determinística ou de
um projeto, o burocrata é o principal agente da Banalidade do Mal. A questão desta forma de
Mal suscita a pergunta de quais meios dispomos para nos contrapormos a ela

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/1828
Date27 October 2011
CreatorsKelson, Ruth
ContributorsPonde, Luiz Felipe
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciência da Religião, PUC-SP, BR, Ciências da Religião
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0024 seconds