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Sobre a noção de polifonia em Bakthin /

Orientador: Renata Maria Facuri Coelho Marchezan / Banca: Maria do Rosário de Fátima Valencise Gregolin / Banca: Gilberto de Castro / Resumo: O pensamento de M. Bakhtin e seu círculo traz indagações importantes para o campo lingüístico e literário. Os conceitos que formam o universo teórico desse grupo russo permite-nos investigar diferentes tipos de discursos, especialmente, os discursos artístico e literário. Assim, propomos olhar para a forma com que o compositor Chico Buarque constitui seu mundo artístico a partir do conceito de polifonia, que Bakhtin desenvolve em seu texto Problemas da Poética de Dostoiévski. Analisamos o universo artístico buarqueano e percebemos certa dificuldade em caracterizá-lo como polifônico. Tal fato instiga-nos, então, a propor uma re-leitura sobre o conceito de polifonia a partir de sua "aplicação" em um tipo de discurso específico: algumas canções de Chico Buarque. Esse procedimento teórico e metodológico conduz-nos a relativizar algumas "máximas" teóricas como: "a consciência é polifônica" ou "todo discurso é polifônico". A polifonia não se caracteriza apenas pela coexistência de várias vozes. Mais que isso, é a forma de coexistência das vozes que permite a Bakhtin concluir que Dostoiévski é um autor polifônico. Nesse sentido, o romance polifônico é um espaço discursivo em que as personagens compõem um conjunto de vozes que dialogam igualmente. Não há sobreposição de uma voz sobre outra, apesar de o autor ser o centro organizador da relação entre as personagens. Acreditamos, portanto, que é possível relativizar o conceito de polifonia a partir da análise de um universo discursivo não-polifônico, ou seja, caracterizamos a polifonia a partir do monológico. / Résumé: La pensée de M. Bakhtine et son cercle pose questions importantes sur le champ linguistique et littéraire. Les concepts qui forment l'univers théorique de ce groupe russe permettent de mettre en lumière différents types de discours, particulièrement, les discours artistiques et littéraires. Ainsi, nous proposons d'analyser la constitution du concept de polyphonie - développé dans le test Problèmes de la Poétique de Dostoièvski - comme une catégorie esthétique en relation avec la philosophie linguistique (nature dialogique) de Bakhtin. En analysant l'univers artistique de Chico Buarque - notre corpus et objet d'exemplification - nous rencontrons certaines difficultés à définir l'univers polyphonique. Notre procédure théorique et méthodologique conduit à relativiser quelques "maximes" théoriques comme: "la conscience est polyphonique" ou "tout le discours est polyphonique". La polyphonie n'est pas seulement la coexistence de plusieurs voix. C'est la forme de coexistence des voix qui permettent à Bakhtine de conclure que Dostoièvski est un auteur polyphonique. Ainsi, la romance polyphonique est un espace discursive dont les personnages composent un ensemble de voix qui dialoguent équitablement. Il n'existe pas la superposition d'une voix sur l'autre, bien que l'auteur soit le centre organisateur de la relation entre les personnages. Nous croyons, donc, qu'il est possible de repenser le concept de polyphonie à partir de l'analyse d'un univers discursive non-polyphonique: la polyphonie à partir du monologique. / Mestre

Identiferoai:union.ndltd.org:UNESP/oai:www.athena.biblioteca.unesp.br:UEP01-000549221
Date January 2008
CreatorsKogawa, João Marcos Mateus.
ContributorsUniversidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" Faculdade de Ciências e Letras (Campus de Araraquara).
PublisherAraraquara : [s.n.],
Source SetsUniversidade Estadual Paulista
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typetext
Format129 f.
RelationSistema requerido: Adobe Acrobat Reader

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