Return to search

Narrador, ambivalência e ironia em Iaiá Garcia, de Machado de Assis

Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2017-04-03T12:56:51Z
No. of bitstreams: 1
Raquel Andrade Machado.pdf: 1088720 bytes, checksum: 5c9a5a05c3beee108a259b651669d1f1 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-04-03T12:56:51Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Raquel Andrade Machado.pdf: 1088720 bytes, checksum: 5c9a5a05c3beee108a259b651669d1f1 (MD5)
Previous issue date: 2017-03-22 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES / The present research aims at analyzing the role of the narrator in Iaiá Garcia (1878), by Machado de Assis, on the threshold between reliability and unreliability, aspiring to ambivalence and irony. Pointed by the critical tradition as an in-between novel from the author’s romantic and realist phases, the question that guides this research is that of investigating whether, and to which extent, it would be possible to detect in the narrative structure, especially in the narrator’s point of view, this transitional place between the two aesthetic-literary paradigms by observing the characters Iaiá Garcia, Estela and Jorge – which form the amorous triangle in the plot. We assumed the hypothesis that the narrator has a preponderant role in the construction of the narrative by positioning itself halfway between omniscience and loss of control over the characters, by conveying a dialogic discourse that highlights irony. Furthermore, this is what we could call a chess-player narrator, one who condones the female characters’ – Estela and Iaiá – moves in the chess game; one who detaches itself from the enunciation to the enunciated – chapter XII –, and one whose focus is on the amorous triangle Estela-Jorge-Iaiá – the chess piece used by the ironist narrator to criticize romantic love, with its excesses and fanciful idealizations, and to project another sort of love, driven by reason and logic. As theoretical underpinning, we used Wayne C. Booth (1964) on the telling-showing distinction and on the types of narration; Mikhail Bakhtin (2011) on polyphony, alterity and dialogism, as well as Linda Hutcheon (2000) and her studies on irony. The analysis of the narrative discourse showed that the narrator’s detachment lies upon strategies of telling and showing, applied to interval tones whether of free indirect discourse or irony.
Thus, it is possible to observe the existence of a literary project thought by Machado de Assis, which sets new paradigms regarding the narrator’s position, often distrusted in the omniscient mode; the creation of characters, made more autonomous and responsible for their viewpoints; and finally, the reader, from whom the reading will require more than fondness for Romanesque adventures, typical of feuilleton novels / O objetivo deste trabalho é o de analisar o movimento do narrador de Iaiá Garcia (1878), de Machado de Assis, no limiar entre a confiabilidade e a não confiabilidade, investindo na ambivalência e na ironia. Tido pela tradição crítica como um romance de passagem entre a fase romântica e a realista do escritor, a questão motivadora desta pesquisa foi a de investigar em que medida seria possível detectar na estrutura da narrativa, especialmente no ponto de vista do narrador, esse lugar cambiante entre esses dois paradigmas estético-literários na relação com as personagens Iaiá Garcia, Estela e Jorge, que configuram o triângulo amoroso da trama. Partimos da hipótese de que o narrador assume um papel preponderante na construção da narrativa posicionando-se a meio caminho entre a onisciência e a perda desse controle sobre as personagens por meio de um discurso dialógico no qual a ironia se destaca. Além disso, é este um narrador enxadrista, que compactua com as personagens femininas – Estela e Iaiá – os lances de um jogo de xadrez, que se desloca da enunciação para o enunciado – o capítulo XII –, e cujo foco é o triângulo amoroso Estela-Jorge-Iaiá. Este é um núcleo importante para o narrador ironista posicionar-se criticamente sobre o amor romântico, com seus excessos e idealizações fantasiosas, para projetar um outro tipo de amor, fruto da razão e do cálculo. Como embasamento teórico, utilizamos Wayne C. Booth (1964) sobre o par contar-mostrar e as
estratégias do narrador, Mikhail Bakhtin (2011) com os conceitos sobre plurilinguismo, alteridade e dialogia, e também Linda Hutcheon (2000), no seu estudo sobre a ironia. A análise do discurso narrativo demonstrou que o deslocamento do narrador se faz entre estratégias de contar e mostrar, investindo em tons intervalares seja do discurso indireto livre, seja da ironia. A partir daí, é possível perceber a presença de um projeto literário de Machado de Assis, que lança novos parâmetros para o posicionamento do narrador, questionado em seu modelo de onisciência; para a construção das personagens, mais autônomas e responsáveis por sua visão de mundo e para o leitor (a) do qual se exige mais do que identificação com aventuras romanescas, próprias dos romances folhetins

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:leto:handle/19925
Date22 March 2017
CreatorsMachado, Raquel Andrade
ContributorsOliveira, Maria Rosa Duarte de
PublisherPontifícia Universidade Católica de São Paulo, Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária, PUC-SP, Brasil, Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formatapplication/pdf
Sourcereponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP, instname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, instacron:PUC_SP
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

Page generated in 0.0024 seconds