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Reestruturação produtiva

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política / Made available in DSpace on 2012-10-24T05:44:44Z (GMT). No. of bitstreams: 1
249839.pdf: 1319778 bytes, checksum: 91435ba9a5d6cf850e74bad936c69a38 (MD5) / O setor conserveiro da região de Pelotas, no Sul do Rio Grande do Sul, surgiu em fins do século XIX e consolidou-se na década de 70 quando grandes empresas instalaram-se no local. Os anos 80 presenciaram o fechamento de muitas dessas fábricas em função da chamada #crise# que atingiu o setor. Em 90, as empresas que permaneceram, concentraram os faturamentos; das 40 indústrias que havia na década anterior, em 2007, apenas 12 atingiram um marco de produtividade sem precedentes no ramo, hoje, responsáveis por 98% da produção de compotas de pêssego do Brasil. Algumas dessas empresas reestruturaram-se, incrementaram seu parque produtivo e adotaram mudanças organizacionais, em um movimento semelhante ao verificado em diferentes ramos produtivos. Outras combinaram novos e velhos processos, marcas que caracterizam uma reestruturação heterogênea que articula, simultaneamente, passado e presente em movimento, um contexto no qual interagem instituições públicas e privadas interessadas no desenvolvimento regional.
Na dimensão do mundo do trabalho, o fechamento das empresas representou um intenso desemprego na região de Pelotas, por terem sido a principal atividade econômica do local. A reestruturação empresarial fragilizou a posição de trabalhadores e sindicatos do ramo, e as formas coletivas de organização viram-se, assim, ainda mais restritas. Os sujeitos dessa trama narram de diferentes maneiras esses momentos, mas, invariavelmente, indicam uma intensificação na precariedade das suas condições e relações de trabalho, principalmente, no que se refere às formas de gestão empresarial.
A postura dos trabalhadores nesse contexto parece ir muito além de uma condição de fatalidade. Na interface entre esfera fabril e extra-fabril, nas formas de sociabilidades que estabelecem entre si, suas vidas se inter-relacionam, e o espaço de trabalho passa a ser palco de diversas práticas de contestação.

The sector of canned goods in the region of Pelotas, in Rio Grande do Sul, came to life at the end of the XIX Century and was consolidated in the 70#s when large companies installed themselves in the area. The 80#s witnessed the closing of many of these factories, due to the supposed #crisis# that hit this field of activity. In the 90#s, the firms which remained, concentrated their invoicing # of the 40 industries that had existed in the previous decade, only 12 reached the productivity level in 2007, without precedent in the field today, responsible for 98% of canned peach production in Brazil. Some of these companies restructured themselves, developed their productive industrial complex, and adopted organizational changes in a movement similar to that seen in different productive chains. Others combined new and old processes, marks that characterize a heterogeneous reorganization, which simultaneously articulates past and present in movement, a context in which public and private institutions, interested in regional development, interact.
In the dimension of the working world, the closing of the companies represented intense unemployment in the region of Pelotas, since these firms had been the main economic activity of the region. The business reorganization weakened the position of the workers and labour unions in the field, and collective forms of organization found themselves even more restricted because of this. The players of this network describe these movements in different ways, but invariably indicate intensification in the weakness of their conditions and labour relations, principally in regard to the administration of the business. The attitude of the workers in this context seems to go way beyond a condition of fate. In the interface between industrial and extra-industrial, in the forms of sociability which are established among them, their lives interrelate and the working place becomes the stage of various contestation practices.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufsc.br:123456789/92098
Date January 2008
CreatorsFerreira, Laura Senna
ContributorsUniversidade Federal de Santa Catarina, Orchard, Maria Soledad Etcheverry
PublisherFlorianópolis, SC
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguageEnglish
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFSC, instname:Universidade Federal de Santa Catarina, instacron:UFSC
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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